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J.D. Salinger (1919-2010)
NoMínimo / 28/01/2010

Depois de passar décadas enterrado voluntariamente em vida, J.D. Salinger, autor de “O apanhador no campo de centeio”, está morto. Segundo comunicado da agência literária que o representa, o escritor morreu ontem “de causas naturais” e “sem dor” na casa de campo em que se isolou há meio século, em Cornish, no estado americano de New Hampshire. Salinger é praticamente o inventor do adolescente moderno – ou pelo menos seu maior porta-voz literário – na figura de Holden Caulfield, 16 anos, narrador e personagem principal de seu livro mais famoso, lançado em 1951 (disponível em português, em edição da Editora do Autor, aqui). Polêmico, “O apanhador no campo de centeio” virou um best-seller imediato, especialmente entre jovens, e vende regularmente até hoje. Seu alcance cultural transcendeu os limites da literatura para entrar no terreno do mito – a ponto de, para mencionar um exemplo maluco, o assassino de John Lennon, Mark Chapman, ter declarado que a explicação para o crime podia ser encontrada em suas páginas. Holden Caulfield se expressava de forma coloquial, era desbocado para os padrões da época e desconfiado de tudo o que se referisse ao mundo “fajuto” (phony) dos adultos. Um adolescente-mala como a ficção jamais…

Livros no iPad? Prefiro não
NoMínimo / 28/01/2010

O iPad, tablete da Apple anunciado ontem, está apanhando mais que o Cristo do Mel Gibson na comunidade geek. Sem multitarefa e sem entrada USB, acusam-no basicamente de ser só um iPhone gigante que, para piorar, não faz fotos e nem telefone é. Para o que vem ao caso aqui – a leitura de livros digitais – não se pode negar que é interessante o esforço investido na criação da iBookstore, a associação com grandes editoras e tal. O amadurecimento de um mercado em que absolutamente tudo está se definindo neste momento agradece. O probleminha chato é que, vamos falar sério, sem uma tela de tinta eletrônica (aquilo que o TechEBlog, na brincadeira acima, chama de matte screen, “tela fosca” – valeu, Polza!) não dá nem para se inscrever no páreo contra Kindle, Sony e similares. No meu modo de entender os leitores eletrônicos, o iPad é simplesmente outra coisa, habita outra categoria – no caso específico da leitura de fôlego, uma categoria inferior. Talvez seja mesmo o aparelho perfeito para passar os olhos em jornais e revistas à mesa do café da manhã, certo, mas livros? Nada disso significa que a possibilidade de um sucesso comercial deva ser descartada:…