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Mestres e discípulos: os casos Fonseca e Trevisan
NoMínimo / 19/03/2010

Os dois são famosos por sua reclusão. Os dois são contistas maiores com muitas décadas de carreira. E, curiosamente, estiveram no noticiário esta semana desempenhando papéis opostos: Rubem Fonseca, o de mestre fofo e feliz da jovem escritora Paula Parisot; Dalton Trevisan, o de ex-mestre rancoroso e arrependido do escritor de meia-idade Miguel Sanches Neto. As relações atribuladas entre mestre e discípulo no meio literário são tão antigas quanto a própria literatura. Virou lugar-comum recorrer a um enfoque psicanalítico – a necessidade de matar o pai, tal e coisa – para explicar por que tantas delas acabam mal. Como, em episódio relativamente recente, a do protegido Paul Theroux com o mestre V.S. Naipaul, que, consumado o rompimento, foi recapitulada pelo primeiro num livro nada lisonjeiro chamado Sir Vidia’s shadow. A posição de Theroux é semelhante à do escritor paranaense Miguel Sanches Neto, que acaba de publicar pela Objetiva o romance à clef “Chá das cinco com o vampiro”. Nele, com pouca sutileza, transforma seu ex-ídolo Dalton Trevisan no egocêntrico contista Geraldo Trentini. A briga entre Sanches e Trevisan é velha de meia dúzia de anos: ao tomar conhecimento dos originais desse romance, o escritor famoso chamou publicamente o ex-discípulo de…