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Onde está a imaginação?
NoMínimo / 31/03/2010

Certo, todos nós amamos nossos lobisomens e vampiros, mas onde estão os novos monstros do nosso tempo? Onde estão os personagens que refletem a diversidade de nossas ruas e nossas vizinhanças? Quais são as histórias que acessam os terrores da vida moderna? A Campanha pelo Medo Verdadeiro, recém-lançada na blogosfera literária britânica, seria só uma bobagem – reação ao modismo tolinho de enfiar zumbis em todos os clássicos do mundo, provavelmente – se não servisse para nos lembrar, em sua candura, que esse “onde está?” é um dos cacoetes mais idiotas da crítica cultural. Quem pergunta onde está algo que sabe não existir – mas que gostaria tanto, ah tanto, que existisse – parece sensível, inconformista e obviamente superior à mediocridade da cultura contemporânea. Na verdade, é um reacionário sem imaginação. Aquilo que busca é uma restauração, ainda que disfarçada de modernidade: no caso, a restauração do “medo verdadeiro” que as histórias de terror provocaram um dia e, em nossos tempos decadentes, que saco, não provocam mais. Uma mudança real, que crie novas formas para novos conteúdos, está fora do seu horizonte. O adepto do “onde está?” é um saudosista delirante que quer se passar por visionário. Seu epítome é…