Usar a beleza feminina para vender produtos é a mais velha das idéias publicitárias. Curioso que seja tão pouco empregada para promover livros ou o próprio hábito da leitura. Não é evidentemente irresistível o apelo de uma imagem que junta dois dos maiores prazeres da vida? (Sim, queridas leitoras: este é um post de gênero. Fiquem à vontade para adaptar o argumento com, sei lá, Paulo Zulu lendo “Out of Africa”.) O “Global Times”, de Pequim, informa (em inglês) que esta é justamente a onda do momento entre editores chineses: contratar belas modelos para, em situações de rua, aparentemente espontâneas, exibir seus dotes intelectuais de nariz enfiado num livro. Está certo que não são pequenas as dificuldades práticas por aqui. Em primeiro lugar, as editoras brasileiras quase não investem em publicidade. E convenhamos que nem toda modelo convenceria num papel desses. De todo modo, fica a sugestão para os formuladores de campanhas de incentivo à leitura. Vale ressaltar que a estratégia nada teria de gratuita: como se sabe, pelo menos quando se trata de ficção, as mulheres lêem mais que os homens. Quer ver mais mulheres e livros? O blog “Babes with Books”, de onde saiu a bela foto à…
Espero vocês lá. Até quarta!
A palavra smoking, nome daquele traje masculino formal, tem uma história curiosa. Nos EUA, onde a coisa foi inventada há 124 anos ao se suprimir a cauda do fraque, o nome da roupa é tuxedo – porque era esse o nome do clube em que foi lançada. Na Inglaterra, é dinner jacket. De onde terá saído o smoking? Veio da expressão smoking jacket, algo como “traje de fumar”. O processo de importar do inglês um adjetivo e tratá-lo como se substantivo fosse é manjado, o mesmo que deu em shopping e outdoor. Mas smoking tem algumas peculiaridades. Em primeiro lugar, smoking jacket, um estranho traje que fez sucesso na Inglaterra vitoriana, não tem nada a ver com o que hoje chamamos de smoking. Lembra mais um robe de chambre curto, com gola e punhos acolchoados. Era usado por fumantes de charuto e cachimbo para proteger a roupa do cheiro de tabaco. Por que se tomou o nome smoking jacket para nomear uma roupa muito diferente é matéria de especulação, mas tudo indica que o mal-entendido – ou coisa que o valha – aconteceu primeiro na França. O primeiro registro desse uso data de 19 de julho de 1890, na revista…
Um repórter italiano chamado Tommaso Debenedetti tem o hábito de fazer entrevistas fictícias com ficcionistas americanos – e, claro, vendê-las como verdadeiras aos jornais com os quais colabora. Philip Roth, que apareceu numa delas descendo a lenha no presidente Barack Obama (que na verdade apóia), foi o primeiro a descobrir a fraude. John Grisham e Gore Vidal vieram em seguida. Por enquanto, só Grisham declarou pensar numa ação judicial. Roth contenta-se em imaginar que a carreira do falsário acabou. Outras vítimas estão sendo procuradas e, com o “email-denúncia” que a revista “New Yorker” lançou em seu site, imagina-se que a lista ainda vá crescer muito. Não se sabe se Debenedetti, que deu um jeito de desaparecer, vai invocar algum argumento pós-moderno em sua defesa.