O caderno Prosa & Verso do “Globo” publicou uma polêmica reportagem de capa, sob o título “Olha a gente aqui outra vez” (todos os textos estão reproduzidos no blog do caderno), questionando o “alto índice de repetições” de autores nacionais no elenco da Flip este ano. O repórter Miguel Conde fez as contas e descobriu que “dos dez escritores brasileiros que participarão das mesas literárias até o encerramento no dia 8 de agosto, nove estiveram em edições anteriores do evento – a romancista Carola Saavedra é a única estreante do grupo”. Uma respeitável estreante, pelo menos isso, pode-se argumentar. Entrevistado pelo jornal, o diretor de programação da Flip, Flávio Moura, optou por outro caminho. Declarou que os brasileiros estreantes no evento concentram-se fora das áreas de ficção e poesia, pois a programação tem “um peso maior que de costume na parte de não-ficção, o que se deve à homenagem a Gilberto Freyre”. Como alguém que tem a deformação profissional de atribuir mais importância à ficção do que a qualquer outra forma de escrita, eu já vinha lamentando que a Flip 2010 não seja uma das mais cintilantes nesse aspecto, e não só no caso dos brasileiros. Menos ainda se tornou…