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FHC espanca Gilberto Freyre: homenagem é isso
Vida literária / 04/08/2010

Quem esperava o tom reverente e meio anódino que é típico das homenagens festivas deve ter levado um susto com a palestra de Fernando Henrique Cardoso sobre Gilberto Freyre, a primeira da Flip 2010, encerrada há pouco. Ponto para a Flip. “É muito fácil estraçalhar Gilberto Freyre”, disse o ex-presidente da República na mesa intitulada “Casa grande & senzala”, ao lado do quase mudo historiador Luiz Felipe de Alencastro. Falando de improviso, sem consultar em momento algum o calhamaço que tinha nas mãos e que disse ter escrito para a ocasião, FHC chamou o sociólogo pernambucano de racista, contraditório, conservador, pouco rigoroso como cientista social – “muitas vezes ele nem conclui o raciocínio, se perde, e você continua a ler porque ele escreve muito bem e o leva no embalo” – e defensor imperdoável do colonialismo português em plena vigência do regime salazarista. Passou perto de dizer que seria melhor a organização do evento ter homenageado Sérgio Buarque de Hollanda, autor de “Raízes do Brasil”, contemporâneo de Freyre. De toda forma, deixou o pai do Chico como sugestão para o futuro. Isso lá é homenagem? Por incrível que pareça, é, pela razão simples de que ideias que não provocam controvérsia…

Estou a caminho, mas a “Serrotinha” me alcançou
Vida literária / 04/08/2010

Pego daqui a pouco a estrada rumo a Parati (sem ípsilon, só aqui) e volto a escrever ainda hoje, assim que der, direto da Flip. Uma novidade importante: vou dividir a cobertura da festa com minha vizinha de Veja.com Maria Carolina Maia, responsável pela coluna Veja Meus Livros. Notícias e entrevistas também vão rolar lá, mas os posts sobre as mesas que a Carol acompanhar sairão aqui no Todoprosa, que assim, pela primeira vez em mais de quatro anos de história, tem o orgulho de anunciar uma blogueira convidada. E a possibilidade de cobrir um maior número de mesas. Ganham os leitores. Por enquanto, não me sai da cabeça um artigo escrito em 1903 pela americana Edith Wharton, chamado “O vício da leitura”. Uma das atrações da charmosa “Serrotinha”, edição especial de Flip da revista “Serrote”, o primeiro item flípico a me alcançar ainda em casa, o texto de Wharton é uma diatribe assumidamente elitista – de um elitismo, digamos, espiritual e não econômico ou mesmo cultural – contra o que ela chama de “leitores mecânicos”, aqueles que medem os livros pela quantidade e, incapazes de se deixar afetar profundamente pela leitura, estão preocupados apenas em “acumular conhecimento”. Depois dessa,…