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Quantos livros você leu em 2010?
Vida literária / 03/01/2011

O critério quantitativo tem limitações severas, como provam as vendas do padre Marcelo Rossi, mas é o que costuma ser usado para medir índices de leitura. Por ele, o Brasil vai passando nos últimos tempos do péssimo ao muito ruim, obrigado, com 4,7 livros lidos por habitante/ano, segundo o último – e talvez um tanto otimista – levantamento oficial, divulgado ano passado. Fora da frieza indiferenciada dos números se estende o mundo inteiro. Nessa região confusa, pode-se ficar triste ao descobrir que “Pornopopéia”, de Reinaldo Moraes, o grande injustiçado entre os romances nacionais de 2009 na recente rodada de premiações literárias (não levou nada), vendeu apenas 3.500 exemplares – teto habitual e medíocre da ficção nacional. E também se pode ficar intrigado, como Joan Acocella na “New Yorker”, com o sucesso da trilogia “Millennium”, do sueco Stieg Larsson, que se tornou um arrasa-quarteirão mundial apesar de seus muitos defeitos: …há violações flagrantes de lógica e consistência. (…) As piadas não têm graça. O diálogo não podia ser pior. O fraseado e o vocabulário são consistentemente banais. Um espírito mais afeito ao cinismo diria que a série de Larsson vendeu justamente por isso, e não apesar disso, mas para tais camadas…