Clique para visitar a página do escritor.
Walser, Shakespeare e a importância de revisar
Vida literária / 09/02/2011

A notícia é excelente para a cultura brasileira, mas a tradução do escritor suíço Robert Walser (1878-1956) que a Companhia das Letras promete para o mês que vem – do romance “Jakob von Gunten”, de 1909 – não será a primeira na história deste país, não. A Arx lançou em 2003, com tradução de Zé Pedro Antunes, o romance “O ajudante” (Der Gehülfe, de 1908). O livro fez pouco barulho por aqui na época, mas hoje os exemplares que caem na Estante Virtual custam uma nota. É que de lá para cá, graças sobretudo a Enrique Vila-Matas e seu “Doutor Pasavento”, Walser – um cara genial e literalmente muito louco, de estilo personalíssimo, vida infelicíssima e bizarríssima mania de escrever a lápis em letras que tendiam ao microscópico, tudo no superlativo – virou nome-chave a ser citado por qualquer um que queira ser ou parecer um escritor cool nesta terra quente. Acredito que “cultuado” seja a palavra preferida pela imprensa cultural nesses casos. * Cai por terra o velho mito espontaneísta – especialmente caro aos escribas de nossa era internética – de que William Shakespeare, gênio do bate-pronto, nunca revisou seus textos, nunca reescreveu um verso, conseguindo ser genial de…