Evento da indústria editorial, a 15ª Bienal do Rio, que ocupa de amanhã ao dia 11 de setembro uma área de 55 mil metros quadrados no Riocentro, não é exatamente uma feira literária – não no sentido estrito desta palavra. É uma feira do livro, o que faz tanta diferença que explica o aparente paradoxo do sucesso de massa do evento num país com três quartos da população em situação de analfabetismo funcional e que carrega o modesto índice de leitura de 4,7 livros anuais per capita, aí incluídas obras didáticas e técnicas. Se a Flip é uma delicatessen, a Bienal é um hipermercado. Em Paraty, embalados em certa aura de alta cultura, poucos milhares de leitores vão ver e ouvir autores que só muito raramente dão as caras nas listas de best-sellers. No Riocentro, grandes vendedores de livros e até personalidades de outras praias atraem uma multidão prevista em 640 mil pessoas a uma festa que cresceu quinze vezes em público e 40 vezes em área em menos de trinta anos – não por acaso, o mesmo período em que explodiu no Brasil e no mundo a chamada cultura da celebridade. Na Flip, o ator Marcello Antony seria um…