Contra a maré: a jovem escritora americana Edan Lepucki faz, no site “The Millions”, uma interessante lista de seis “Razões para não se autopublicar em 2011-2012” (em inglês, acesso gratuito). Autora (agora no feminino, com o colunista ajoelhado no milho, valeu Hilary Kaplan!) de uma única novela mais ou menos obscura – que as grandes casas editoriais esnobaram e que acabou lançada por uma editora pequena – e no processo de escrever seu segundo livro, alguns dos motivos que Edan enumera para ter tomado a decisão de não eliminar intermediários na relação com o leitor são previsíveis e até banais: a crença no papel fundamental dos editores, por exemplo, ou o fato de nem sequer possuir um leitor eletrônico. No entanto, ela parece se aproximar de uma verdade pouco comentada quando observa que a onda das autopublicações não tem incluído muitos exemplos de “ficção literária” – isto é, aquela literatura artisticamente ambiciosa, mais inquieta com questões de forma, que vai buscar seus leitores numa parcela menos numerosa e mais exigente do público. Antes que me atirem pedras, convém esclarecer: não considero a ficção literária superior a outras formas de ficção, apenas diferente; para mim, é um outro gênero, tanto em…