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Pequena antologia de um ano grande (1)
Sobrescritos / 26/12/2011

A colheita de Sobrescritos – aquele tipo de post, também chamado conto, que acontece aqui no blog quando o discurso jornalístico já não dá conta – foi farta como nunca em 2011: 24, dois por mês. Escolhi três para comemorar. Este aqui apareceu no dia 13 de maio. * O AMOR NOS TEMPOS DO CÓDICE Não fazia tanto tempo que costumavam chamá-la de promessa vigorosa da nova literatura brasileira. Flipou, flopou, fliportou, festpoou, e por cinco ou seis anos, se não foi famosa, existiu inquestionavelmente, carta no baralho das antologias igrejísticas e nome no caderninho dos repórteres de metrópoles e grotões, a fazer aparições frequentes em telas e papéis a pretexto de polêmicas culturais aguadinhas que, sustentadas pelo acordo tácito de que o rei nu exibia vestes de alta costura, às vezes abriam caminho para a republicação daquela sua fotinho de dez anos atrás em que luz chapada, rímel e lábio inferior levemente mordido compensavam a escassa beleza de nariz adunco e pele áspera. Ele, sim, era bonito, talvez até lindo, mas era um menino, um fedelho de cabelo desgrenhado e barba por fazer, quando se aproximou dela no fim do coquetel com jeito de fã encabulado e a presenteou…