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Chegou a hora de ler ‘Ulisses’? Talvez, mas sem estresse
Mercado , Vida literária / 23/05/2012

Se você for um daqueles que contemplam a obra-prima de James Joyce a certa distância, com um misto de fascínio e pavor, sem jamais se animar a encarar suas muitas centenas de páginas, saiba que seu nome é legião. Talvez você tenha passado batido pela tradução pioneira de Antonio Houaiss (Civilização Brasileira, 1966) porque ela tem fama de erudita demais – “será que ele usa todas as palavras do dicionário dele?” – e um estranho “Sims” como palavra final, quando o original é um simples Yes. (Millôr Fernandes, irreverente como o próprio Joyce, sugeriu a tradução “É”, como num grito de orgasmo.) Pode ser ainda que a versão mais coloquial da professora Bernardina Pinheiro (Objetiva, 2005), que procurou tornar o “Ulisses” menos intimidador, mais joycianamente brincalhão, e ainda restituiu o “Sim” de Molly Bloom à sua singularidade, também não tenha sido suficiente para levá-lo a encarar o tijolo. Nesse caso, quem sabe você está se sentindo finalmente tentado a dar uma chance a Leopold Bloom na recém-lançada tradução de Caetano Galindo (Penguin/Companhia), que consumiu dez anos de trabalho, contou com a “coordenação editorial” de um tradutor experiente como Paulo Henriques Britto e vem embalada numa capa elegante e cabeçuda como…