Quando Jonathan Franzen fez elogios efusivos a Chico Buarque e Bernardo Carvalho em sua passagem pela Flip deste ano, muita gente acreditou numa estratégia diplomática para ganhar a simpatia dos nativos. Tudo indica que não era isso ou não apenas isso. Franzen acaba de bradar ao mundo, em tom enfático, sua admiração pelos dois ficcionistas brasileiros. Um dos quarenta escritores ouvidos pelo jornal inglês “The Guardian” para preparar sua prestigiosa lista de “melhores livros do ano” (sim, se você não tinha reparado na decoração de Natal dos shopping centers, agora já sabe que 2012 está chegando ao fim), o autor de “Liberdade” indicou Chico e Bernardo, seus colegas no catálogo da Companhia das Letras. E mais ninguém. Budapest e Nine nights não foram lançados em inglês em 2012, o próprio Franzen se apressa em explicar, embora não diga que o primeiro saiu por lá em 2005 e o segundo, em 2007. Foi este ano que os leu, e para ele isso basta. Vinda do escritor de língua inglesa mais festejado por público e crítica em sua geração (tem 53 anos), é difícil imaginar chancela mais importante para a literatura brasileira no momento em que ela começa a fazer um esforço…