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O literário como fetiche
Pelo mundo / 08/02/2013

O sempre interessante blog Explore, editado por Maria Popova (do não menos interessante Brain Pickings), voltado para estímulos diversos à criatividade, trouxe outro dia uma lista que me deixou pensativo. Trata-se de uma relação de “últimas palavras” de romances famosos. Atenção, não estamos falando aqui de frases de encerramento, algo que certamente pode ser objeto de estudo de quem escreve – se não for instrutiva, a investigação será no mínimo divertida, na mesma linha da seção “Começos inesquecíveis”, que por muitos anos foi uma das atrações mais visitadas deste blog. Não: trata-se realmente da última palavra, no singular, de cada romance. Foram listados 55 títulos. Ali aprendemos que “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez, e “O morro dos ventos uivantes”, de Emily Brontë, terminam com o mesmo vocábulo: “terra”. Descobrimos também que “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, deixa cair o pano da narrativa sobre o termo “honra”, o que é sem dúvida curioso. Mas significará alguma coisa saber que “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carroll, se encerra com a palavra “dias”, enquanto “O som e a fúria”, de William Faulkner, prefere se despedir com “lugar”? A lista me pareceu não só uma inutilidade ululante, mas o…