A cena abaixo pertence a O bebê de tarlatana rosa, de João do Rio, que talvez seja o mais célebre conto de carnaval da literatura brasileira (para outros exemplos do gênero, clique aqui). O fato de ser também um dos mais célebres contos de horror da literatura brasileira só torna tudo mais interessante. Publicada em 2010 no livro “João do Rio – Uma antologia” e republicada em “Os cem melhores contos brasileiros do século” (Objetiva), com organização de Italo Moriconi, a história começa de forma leve com o narrador anunciando a um grupo de amigos que vai contar uma “história de máscaras”. Curiosos, estes o estimulam e tomam conhecimento do fascínio crescente que ele sentiu em certo carnaval por uma moça vestida de rosa – um bebê “gordinho e apetecível”, como ele diz, cuja única máscara era um nariz postiço. Esbarrou com ela algumas vezes até se encontrarem ambos numa rua deserta do Rio, após um baile, alta madrugada, e ele resolver agir. Aviso: a cena abaixo estraga a surpresa do conto. Quem desejar lê-lo inteiro pode clicar aqui. O bebê sorriu sem dizer palavra. Estás esperando alguém? Fez um gesto com a cabeça que não. Enlacei-o. – Vens comigo?…