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Coetzee e Auster veem esporte na TV: ética x estética
Pelo mundo / 11/03/2013

Numa das cartas do recém-lançado Here and now – que traz a intensa correspondência trocada por J.M. Coetzee e Paul Auster entre 2008 e 2011 e que teve um excerto publicado no site da “New Yorker” – o escritor sul-africano explica por que discorda do amigo americano quando ele sustenta que a dimensão estética do esporte explica seu fascínio sobre o espectador. De forma nada surpreendente, Coetzee leva a conversa para o campo ético. Para mim, a discussão não poderia ser mais atual. Estes dias estou dando os retoques finais em meu novo romance (a ser lançado no segundo semestre pela Companhia das Letras), que tem a história do futebol brasileiro como pano de fundo e que se ocupa de questões tanto estéticas quanto éticas. É justamente o futebol brasileiro que contraria um dos elos da argumentação de Coetzee. O discurso missivístico do autor de “Desonra” vai reproduzido abaixo, em tradução caseira, para que o leitor julgue por si. Pareceu-me interessante e iluminador de aspectos certamente presentes na mágica esportiva, mas limitado também. “Que atleta gostaria de ser parabenizado por sua graciosidade em campo?”, pergunta Coetzee. “Até mulheres atletas o olhariam de cara feia. Graça, graciosidade: termos efeminados.” Vê-se que…