No dia 8 de maio de 2006, um texto chamado “Futebol, literatura e caneladas” – comentário sobre a suposta dívida que, segundo muitos críticos, a literatura brasileira tem com o futebol – inaugurava este blog. Não que eu tivesse inteira consciência, àquela altura, do que significava começar um blog. Essa palavra, blog, ainda era mais empregada para nomear páginas marcadamente pessoais, de umbigo à mostra, e a ideia do Todoprosa era diferente: ser uma coluna jornalística que suprisse a lacuna da cobertura de livros na (finada) revista eletrônica NoMínimo, da qual eu era editor executivo. Sim, a coluna teria atualização diária, não se furtaria a trazer links nacionais e estrangeiros quando estes fossem pertinentes, seria aberta a comentários dos leitores – incorporaria tudo o que o meio digital pudesse acrescentar, em termos de calor e vibração, a uma coluna jornalística. Mas coluna jornalística seria, e foi mesmo. Nunca deixou de ser. Isso não quer dizer que não tenha sido também um blog. Formado na velha imprensa de papel (não peguei os lampiões a gás, mas ainda havia máquinas de escrever na redação do “Jornal do Brasil” quando lá cheguei como foca em 1984), acabei aprendendo aos trancos, mas depressa, que…