A notícia do jornal inglês “The Guardian” foi publicada na editoria de livros, mas também poderia estar na de economia e negócios ou mesmo na de ciências – para não mencionar, em nota mais cínica, a de fait divers, onde se agrupam histórias soltas e bizarrices em geral. Trata-se da conclusão a que chegou uma pesquisa de consumo realizada na Bélgica com frequentadores de livrarias de rua: a de que o cheiro de chocolate deixa as pessoas significativamente mais propensas a comprar romances românticos – romance novels, um gênero que não tem identidade literária tão clara no Brasil, mas que é facilmente reconhecível pelas capas com heroínas suspirosas e pelas vendas expressivas. Manja Barbara Cartland? O aroma em questão, bem entendido, é espargido na livraria e não nos volumes em si (será esse o próximo passo das editoras em sua luta para injetar ânimo nos combalidos livros físicos?). Como se sabe, o estudo das relações entre o olfato e certas inclinações de comportamento, sobretudo quando se trata de abrir a carteira, não é exatamente novo. Lojas com variados perfumes estratégicos – de abaunilhados a frutados e florais, aromas supostamente acolhedores para estimular a permanência do cliente ou excitantes para fazê-lo…