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Retrospectiva: os posts mais lidos de 2013
Antologia / 28/12/2013

Os cinco posts abaixo foram os campeões de audiência do Todoprosa este ano. Boas festas e até 2014! Atenção, letrados do Brasil: está lá fora um Coelho Do ponto de vista da sociologia da cultura, a universidade brasileira está mesmo em dívida com Paulo Coelho. No entanto, antes de saldá-la será preciso erradicar o ufanismo que transparece numa afirmação falsa como a de que “o escritor mais lido no mundo é o brasileiro Paulo Coelho”. Sem dúvida um peso-pesado da literatura comercial, Coelho perde, apenas entre autores vivos, para Danielle Steel, J.K. Rowling, Jackie Collins, R.L. Stine, Dean Koontz, Stephen King, John Grisham e outros (leia mais). ‘O retrato de Dorian Gray’: mais jovem do que nunca A “edição anotada e sem censura” de Dorian Gray não é uma apelação editorial do gênero baú. Por trás da versão eternamente canônica do único romance de Wilde (é tarde para mudar isso), lemos um livro novo, com fôlego de novela, no qual entram em foco os elementos principais da história do elegante e devasso Dorian, cujo retrato envelhece – e se envilece – trancado no sótão enquanto ele próprio se conserva jovem e belo (leia mais). Muito prazer, poesia de lombada Spine…

Votos de lombada
Vida literária / 21/12/2013

O cartão de fim de ano do Todoprosa aos seus leitores é composto, acredito que apropriadamente, de lombadas de livros, uma brincadeira que vem fazendo a alegria de muitos bibliófilos mundo afora com o nome de spine poetry, “poesia de lombada”. A mensagem acabou saindo meio sombria, lamento, mas não houve nada que eu pudesse fazer: culpa das minhas estantes ou da própria literatura? Acredito que mesmo assim haja uma redenção no fim. Como diz a última frase, feliz 2014! . . .

O inseto de Kafka era barata ou besouro?
Vida literária / 14/12/2013

A única resposta consistente para a dúvida enunciada no título acima, uma das mais resistentes de toda a literatura do século XX (e atualizada de forma fortuita por um imenso blatídeo que apareceu há pouco no banheiro), é que não sabemos. O texto de “A metamorfose”, de Franz Kafka, simplesmente não nos fornece elementos suficientes para dizer. Foi mesmo uma barata, no entanto, o bicho que pousou no imaginário da maior parte dos leitores da novela que começa com o pobre Gregor Samsa acordando em sua cama transformado num inseto. Por quê? Provavelmente porque o destino de Samsa é asqueroso demais e não há nada, em todo o reino animal, que supere a barata na escala da asquerosidade. Elementar, meu caro Watson, poderia acrescentar neste ponto um amante do lugar-comum – uma frase que o detetive inglês Sherlock Holmes nunca pronunciou em nenhuma das histórias escritas por Arthur Conan Doyle, o que, juntamente com a “barata de Kafka”, prova que nem sempre o texto é soberano. Na esteira do êxito popular de um livro costuma vir uma certa aura, uma sobra de sentido contra a qual é difícil lutar. No caso de Holmes, a frase que não existe textualmente nos…

Não deixe de ler ‘O negro no futebol brasileiro’
Futebol & literatura , Resenha / 07/12/2013

Aproveito a semana do sorteio dos grupos da Copa do Mundo para pagar uma dívida. Nas entrevistas de lançamento de meu romance “O drible” (Companhia das Letras), tenho cavado oportunidades para recomendar a leitura de “O negro no futebol brasileiro”, de Mario Filho (Mauad, 2003, 344 páginas, R$ 64,90). Trata-se de nosso mais importante título sobre o tema e, mais do que isso, um clássico sobre a formação da sociedade brasileira que – ainda que menos declaradamente ambicioso e muito menos conhecido – comunga do espírito de obras como “Raízes do Brasil” e “Casa grande & senzala”. Não se trata de um romance, mas de uma longa reportagem, com tintas ensaísticas, sobre os anos de formação do grande esporte nacional. Quem ler “O drible” vai entender desde a epígrafe o quanto Mario Filho – que me atrevi a escalar como personagem do romance – tem a ver com meu livro. Mas acredito que ele mereça elogios mais explícitos, menos cifrados, razão pela qual republico abaixo a resenha que escrevi em 2004, quando “O drible” ainda era um projeto vago, sobre a então recente reedição de “O negro…” que até hoje se encontra nas livrarias. * Algumas mentiras, de tão repetidas,…