Aproveito a semana do sorteio dos grupos da Copa do Mundo para pagar uma dívida. Nas entrevistas de lançamento de meu romance “O drible” (Companhia das Letras), tenho cavado oportunidades para recomendar a leitura de “O negro no futebol brasileiro”, de Mario Filho (Mauad, 2003, 344 páginas, R$ 64,90). Trata-se de nosso mais importante título sobre o tema e, mais do que isso, um clássico sobre a formação da sociedade brasileira que – ainda que menos declaradamente ambicioso e muito menos conhecido – comunga do espírito de obras como “Raízes do Brasil” e “Casa grande & senzala”. Não se trata de um romance, mas de uma longa reportagem, com tintas ensaísticas, sobre os anos de formação do grande esporte nacional. Quem ler “O drible” vai entender desde a epígrafe o quanto Mario Filho – que me atrevi a escalar como personagem do romance – tem a ver com meu livro. Mas acredito que ele mereça elogios mais explícitos, menos cifrados, razão pela qual republico abaixo a resenha que escrevi em 2004, quando “O drible” ainda era um projeto vago, sobre a então recente reedição de “O negro…” que até hoje se encontra nas livrarias. * Algumas mentiras, de tão repetidas,…