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Respostas grosseiras para perguntas idiotas
Vida literária / 29/03/2014

Eu nunca tinha ouvido falar de Chuck Wendig (foto). Fui parar em seu blog, Terrible Minds, atraído pela chamada de um post que cruzou meu caminho no Twitter: Stupid answers to common writing questions, “Respostas grosseiras para perguntas literárias comuns”. Bom, encontrei lá o que o título anunciava e um pouco mais. Descobri que Wendig, escritor americano de fantasia com uma carreira sólida como romancista, roteirista e designer de games, autor de livros como Blackbirds e Double Dead, conseguiu fazer uma crítica feroz – e às vezes hilariante – de uma certa mentalidade de autoajuda e de um certo visgo corporativo que vêm se infiltrando há anos, traiçoeiramente, no mundo florescente do aconselhamento literário. Como este blog sempre teve um pé em tal mundo, até por exigência dos leitores, recomendo a leitura da diatribe desbocada do sujeito. Concordo com quase tudo o que ele diz. “O monge e o escritor” não tem vez aqui. Quem puder deve ler o post completo (em inglês). Abaixo, na forma de filezinho aperitivo e em tradução caseira, alguns destaques: Como eu faço para escrever? Eu não sei como você faz para escrever. Eu sei como eu faço para escrever. E o que eu faço…

O que Machado viu primeiro
Antologia / 22/03/2014

Em 1881, Machado de Assis publicou na “Gazeta de Notícias” um conto extraordinário chamado Teoria do medalhão, que republicou um ano depois no livro “Papéis avulsos”. Trata-se de um diálogo puro, isto é, sem interferência do narrador, em que um pai zeloso, terminado o jantar em que se comemorou o vigésimo primeiro aniversário de seu filho Janjão, puxa-o de lado para lhe dar conselhos. O plano do sujeito é transformar o rapagão naquilo que ele mesmo não conseguiu ser, isto é, um “medalhão”, personagem tão venerável quanto oco, capaz de enraizar sua proeminência social na absoluta ausência de ideias originais e determinado a só enfrentar os problemas reais do mundo pela via da platitude, da frase feita, daquilo que dê uma aparência de solução para o que na essência deve permanecer imutável. A ironia do conto é um pouco mais escancarada do que o habitual em Machado. A “inópia [indigência] mental” que o pai detecta em Janjão assume a forma de elogio, claro, pois é indispensável ao bom medalhão, mas o leitor aprende depressa a inverter todos os sinais do que diz o canalhão. Num extremo metalinguístico brilhante, o autor leva o pai a proibir expressamente ao rapaz o uso…

ATÉ BREVE!
Posts / 01/03/2014

O colunista está de férias. O Todoprosa volta a ser atualizado no dia 22 de março. Até lá.