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‘O professor’: ensaio sobre a queda
Resenha / 05/04/2014

Ninguém pode acusar Cristovão Tezza de cair nas armadilhas populistas do sucesso. Com o romance autobiográfico “O filho eterno”, de 2007, o escritor paranaense nascido em Santa Catarina – até então considerado um nome “difícil”, do tipo que a crítica elogia e a grande massa leitora evita – explodiu. Relato sensível mas inclemente das agruras de um pai para aceitar seu filho com síndrome de Down, o livro pulou o cercadinho onde se reúnem em gueto os poucos milhares de consumidores da literatura brasileira dita séria: virou best-seller, mas sem abrir mão do prestígio crítico que o levou a ganhar todos os prêmios literários mais importantes do país, proeza rara numa sociedade precariamente letrada e que se habituou a ver a lista dos romances mais vendidos loteada por sobrenomes como Green e Brown. Quem passou a esperar de Tezza o golpe baixo do “novo ‘O filho eterno’”, porém, tem se decepcionado desde então. Ainda bem. “O professor” (Record; 240 páginas; 32 reais) eleva a aposta do autor em sua literatura realista, historicamente enraizada, mas antinaturalista e rigorosa. Consciente da insuficiência irremediável da própria linguagem que lhe dá corpo, a prosa do romance parece querer desdobrar uma frase de “O espírito…