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Desculpe, mas vou falar de futebol

Será que já eu já posso voltar a falar de futebol? A pergunta é dirigida a mim mesmo, e a resposta acaba sendo – obviamente, ou você não estaria lendo este texto – sim, mas um sim relutante. Falar de futebol foi o que mais fiz nos últimos dez meses, desde que lancei um romance chamado “O drible”. A Copa do Mundo em que o falatório culminou, e que me fez voltar com prazer maior do que eu imaginava possível aos velhos tempos de jornalista esportivo, teve, porém, o fim que se sabe: o inominável 7 x 1 de Belo Horizonte, 8 de julho de 2014, foi um peixe estragado goela abaixo quando o banquete já se aproximava do fim. Todos os pratos anteriores, por mais gostosos que tivessem sido no momento, passaram a embrulhar o estômago em retrospecto. Aí veio Dunga e… dizer o quê? Melhor mudar de assunto mesmo. Claro que não havia como sustentar o silêncio por muito tempo. Aquela tarde, os alemães ainda se esforçavam para, conservadores e polidos, manter sua contagem em cinco gols e eu já sabia que teria de tratar do massacre. Que provavelmente estava condenado, na verdade, a revisitar o momento por…