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O bloqueio (e o bloquinho) do escritor
Vida literária / 25/10/2014

A ideia de “bloqueio de escritor” pode ter surgido junto com a de inspiração, irmãs gêmeas e inimigas geradas na barriga do Romantismo: ambas atacam quando bem entendem, sem que o pobre escritor possa fazer nada para controlá-las. A tese é exposta – não com essas palavras – por Joan Acocella, crítica da revista “New Yorker”, num alentado ensaio que estará no próximo número da revista “serrote”, semana que vem, sob o título “Por que os escritores param de escrever?”. Segundo Acocella, o poeta romântico inglês Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) foi a primeira pessoa da história a deixar registrado em seus diários um caso do gênero. “Bloqueio de escritor é um conceito moderno”, observa ela. “É provável que os escritores tenham sofrido para trabalhar desde que começaram a assinar suas obras, mas apenas no começo do século 19 essa inibição criativa tornou-se uma questão para a literatura, algo que as pessoas levavam em conta quando conversavam sobre a arte.” A partir daí, a questão da angústia de não conseguir escrever é examinada pela autora sob diversos ângulos e em diversas épocas. Se, ao citar casos concretos, ela acaba falando quase exclusivamente de autores da língua inglesa (com uns poucos franceses…