Um repórter italiano chamado Tommaso Debenedetti tem o hábito de fazer entrevistas fictícias com ficcionistas americanos – e, claro, vendê-las como verdadeiras aos jornais com os quais colabora. Philip Roth, que apareceu numa delas descendo a lenha no presidente Barack Obama (que na verdade apóia), foi o primeiro a descobrir a fraude. John Grisham e Gore Vidal vieram em seguida.
Por enquanto, só Grisham declarou pensar numa ação judicial. Roth contenta-se em imaginar que a carreira do falsário acabou. Outras vítimas estão sendo procuradas e, com o “email-denúncia” que a revista “New Yorker” lançou em seu site, imagina-se que a lista ainda vá crescer muito.
Não se sabe se Debenedetti, que deu um jeito de desaparecer, vai invocar algum argumento pós-moderno em sua defesa.
19 Comentários
Hahaha. Genial. Tomara que a moda pegue pra nos garantir algumas boas risadas e confusões.
Cara muito sabido, gostei.
Em se confirmando, o dito cujo deve ser catalogado na lista dos crápulas.
“argumento pós-moderno”…amei!!! Pelo menos TPM ele não pode alegar!!
Direitos iguais, Jamille
Pós moderno? Esse tipo de burla já era praticada por Jonathan Swift dois séculos antes que o primeiro autor pós-moderno vestisse fraldas. As entrevistas genialmente forjadas pelo Debenedetti são uma inofensiva brincadeira de criança perto das predições de Isaac Bickerstaff sobre a morte de John Partridge, o pobre astrônomo que teve a desventura de irritar a pena impiedosa de Swift (vide: http://www.museumofhoaxes.com/bickerstaff.html).
P.S.: Esta pauta é, sem dúvida, apropriada para a data de hoje.
Xi… Meu último comentário caiu na malha fina.
Algum jornalista brasileiro poderia fazer entrevistas ficcionais com os políticos e governantes daqui. Eles diriam o que todos sabem, mas ninguém publica.
Fantástico. Pelo menos poderiamos imaginar entrevistas hilárias com os nossos políticos, sem que o autor pudesse ser penalisado de falar as verdades que todos nós gostaríamos de dizer.
Realmente chique essa ai em, acho que vou fazer facul. para ser jornalista afinal eu tambem tenho imaginação fertil rsrsrsrs.
Será que o nosso jornalismo também faz o mesmo, mas aqui, o jornalista não pode ser punido por mentir ou inventar, senão estarão cerciando a liberdade de imprensa.
100% lucro, vou pedir um vale, e lançar o jornal da ficção
o corinthians esta no ano do semternada…kkkk
Entre sorumbática e macambúzia, me pego me sacudindo em gargalhadas entre “invocar algum argumento pós-moderno em sua defesa” e o “40 histórias de escritores, excretores e outros insensatos “. kkkkkkkkkkkk
Bem que eu merecia este momento..
O quê? Claro que não tenho nada a ver com isso, mas tudo a ler sobre…
E vamu rir que Jesus é bom, gente. Manso e humilde…
O brasileiro não tem memória e cultura.Compre um livro que o reporter inventava matérias. “COBRAS CRIADAS”.
eu já escrevi entrevistas fictícias, mas foi com artistas da música pop. com escritores seria mais difícil, e menos divertido.
Na verdade não é muito diferente do Brasil. Aqui se falsicam pesquisas eleitorais, indices da balança comercial,
nivel de emprego, indice do PIB, e outras cositas mais. O melhor seria, que todos os orgãos manipuladores conversassem entre si, para que não houvessem dispcrepâncias entre as pesquisas divulgadas.
Minhas entrevistas ficcionais não são uma fraude e os autores convidados curtem demais. Logo, logo ganhará dimensões que os leitores habituais nem imaginam. Será uma surpresa para todos!
Já não se fazem mais repórteres como antigamente… tudo em nome do sensacionalismo e da polemicidade que antecede o lucro.