Li este artigo do escritor e blogueiro Garth Risk Hallberg na revista eletrônica Slate (em inglês, acesso gratuito) como se estivesse diante de uma ótima peça cômica: entre uma risada e outra, um incômodo zumbido de apreensão ao fundo.
O artigo é curto e o assunto rende pelo menos um livro – que provavelmente não demorará a ser escrito. Mas basta para indicar alguns caminhos para a desconstrução do mito dos “resenhistas amadores” da Amazon.com. De uns anos para cá, essas figuras desalojaram críticos profissionais como os principais “produtores de conteúdo” da megalivraria virtual e foram saudados pela vanguarda do deslumbramento tecnológico como guerreiros da geração Web 2.0, aquela em que profissionais embolorados são varridos do mapa por gente-como-a-gente, leitores-escritores cujo diletantismo radical é garantia de integridade e frescor.
“Que monte de esterco!”, diriam os menos ingênuos numa tradução pudica. Hallberg delineia os previsíveis jogos de interesse, luta por prestígio, troca de favores, lobby editorial, desonestidade intelectual gritante e outras trapaças que, sob a falta de transparência patrocinada pela própria Amazon, transformam a recente instituição dos principais resenhistas amadores (sim, há um ranking) num puteiro de alta produtividade. Basta dizer que a número 1 da lista, chamada Harriet Klausner, detém a média de 45 livros resenhados por semana. Isso mesmo: seis livros e meio por dia – incluídos os domingos.
Eu sei que os tempos estão mudando, coisa e tal. Mas não vai ser tão fácil assim, moçada.
Via Arts & Letters Daily.
27 Comentários
Relaxa sérgio, vai ver essa Harriet Klausner é o codinome de uma mulher-robo.
A Matrix pegou voce.
Bem-vindo ao deserto do real!.
digo Sérgio
Bom trabalho!
Essa informação me lembra aquela sobre a manipulação dos verbetes da Wikipedia por grandes corporações e grupos religiosos interessados em elogiar seus produtos/valores e difamar os rivais.
Devem pagar bem pra fazer essas resenhas… onde é que me inscrevo?
Melhor que isso só comentários de jornal online. Cada especialista de alto nível que só vendo. É a fama, cada um cortando braços e pernas por seus 15 minutos, sejam seus ou de outros.
Junta-se a fome com a vontade de comer. A caricatura (o excesso) realça o que talvez não passa desapercebido nas resenhas “sérias” dos cadernos literários: a fórmula está lá no livro de Pierre Bayard (mas devia ser usada de forma últil). Agora, por favor, não culpem a Web 2.0. Seria o mesmo que dizer que o Brasil só funciona sob o julgo da ditadura…
Bom, destes eu escapo. Por conta de pendengas com o Leão, vai prá mais de cinco anos que não tenho cartão de crédito, como não tenho grana prá pagar boleto, n~çao posso nemh chegar perto de livraria virtual. Aliás, nem de livraria real. Livro neste País tão pela hora da morte e eu dependo dos que compram, não gostam e deixam nos sebos para vender e lá não tem resenha. É só ler as “oreia”. E é muito gostoso garimpar nos sebos. Ás vêzes vou procurar um Vonegut e saio com um Joseph Conrad. Dia deste fui em busca de Menken e saí de lá com a biografia de David Niven.
Acredite, esqueçam a Amazon e seus resenhadores.
Seria “fair” dizer também que a Amazon seleciona sempre [para ênfase] uma resenha a FAVOR e outra CONTRA o livro e que, muita vez, a maioria das resenhas são negativas. No fundo, são apenas opiniões de leitores, como os que vemos aqui nestes comentários.
Nunca alimentei ilusão alguma sobre uma suposta neutralidade dos resenhadores da Amazon. Aliás, sempre me pareceu um tanto óbvio que a caixa de comentários fornecida pela Amazon seria um excelente meio para as editoras marquetearem seus produtos. Propaganda furtiva, sub-reptícia, feita às escondidas para ludibriar os incautos. Alguém aí acredita que as resenhas publicadas em jornais e revistas nunca influenciada$ pelas editoras? Por que na Amazon seria diferente?
E, no entanto, a Amazon permite que qualquer amador externe suas opiniões, boas ou ruins, sobre qualquer livro. Até onde sei, nenhuma editora consegue suprimir as opiniões negativas que são publicadas na Amazon. A site dela, portanto, é ainda um dos melhores meios existentes para se ouvir a vox populi, a qual, na mídia tradicional, é normalmente abafada pelo rumor ensurdecedor dos especialistas de sempre.
Basta saber ler os comentários, especialmente os laudatórios, cum grano salis.
Não ligo para o que dizem sobre livros e auores, acho que o cara tem que ir lá, ler e tirar suas conclusões…
Pior do que saber se um “profissional” gostou é saber se um “amamdor” gostou…
Deus, temos que ter nossas opiniões e gostos independentes dos outros. Será que é tão difícil assim?
E o que difere a opinião de um “profissa” da de um “amador”?
Para mim parece tudo auto-promoção (é com hífem?- Eu não çabo)…
Nada contra uma boa dica, mas pouco me importa se o cara tem carteira assinada para me dar a dica ou não.
Mas, sabem, há “males” que vem para o bem: por exemplo, muitas resenhas informais podem aumentar a qualidade das formais. Assim como a venda dos livros podem ser aumentadas pela distribuição grátis (nem precisava lembrar do quanto a publicidade do “Tropa de Elite” foi ajudada pelo “Freeshop” da Uruguaiana). O escritor Paulo Coelho participou da DLD08 (Digital, Life, Design 2008) e falou sobre o quanto distribuir conteúdo grátis ajuda a aumentar as vendas. Está lá no Pontolit ( http://blog.pontolit.com.br ). Todos estão convidados. Creio que o exemplo acrescenta uma visão interessante e complementar ao post do Sérgio. Forte abraço!
Leitor habitual das resenhas de livros da Amazon, não tenho percebido nelas manipulações das editoras. Pelo contrário, na sua maior parte são apenas comentários de pessoas que gostaram ou não do livro e fazem sinopses de enredo, sem maiores preocupações literárias. Considerando-se o grande número de autores pouco conhecidos oferecidos, são válidas as resenhas.
A Amazon pergunta se o texto apresentando foi útil para o possível leitor selecionar o livro.
Se não concordar com a apreciação apresentada, envie a sua.
Ah! alguns aproveitam o espaço para proselitismos diversos sem relação com o livro “comentado”.
Nelson Lott
“Bemveja,cadê você
Eu vim aqui só pra te ler!”
teste…
Eu definitivamente não quero acreditar no que li mais acima… mas se realmente for obrigado a acreditar que isso realmente existiu, então espero do fundo do coração que seja uma daquelas ótimas tiradas de humor negro carregado de doses mastodõnticas de pura ironia…
Nenhuma ironia.Muito menos humor negro.
Esse blog tá uma pasmaceira danada.O sujeito(Bemveja) que induzia boas discussões por aqui levou um passa moleque do blogueiro. Aliás, alguns comentadores, histéricos como só,também ajudaram no desmatamento crítico deste sítio.
Então, só há uma única palavra a ser dita e depois dela que reine o silêncio respeitoso:
Lamentável…
Concordo com o Henrique. Houve um desmantelamento crítico.
Amigos, concordem ou não, Bemveja (sic) era qs um valor agregado do TP.
Podiamos concordar ou não com a opinião do enigmático bemveja (eu concordei mais do que discordei), mas é inegável que ele “fazia tremer” essa caixa de comentários com suas tiradas, no mínimo, espirituosas.
Claro, que isso aqui não é uma sessão mediúnica, mas Bemveja, não vá em direção a luz!
Se vc ainda estiver por aqui, entre nós (reencarnado), evocamos a sua presença (a de sua encarnação anterior, claro)! 🙂
Olha, tendo a fechar com o Mr Writer: é ligeiramente ridículo, além de triste, que até hoje as viúvas do Bemveja apareçam aqui para chorá-lo, sem perceber que no fundo lamentam a própria baixa capacidade de discussão. Afinal, esta caixa de comentários continua aberta para qualquer um que quiser ser tão profundamente “crítico” quanto o falecido – se é assim, com aquela dose de fanfarronice, que vocês interpretam a crítica. O que os está impedindo de soltar a verve, hein? O próximo animador de caixa de comentários pode ser você, Henrique. Vamos lá, rapaz, coragem, é carnaval: bote fogo nessa pasmaceira! Vai ser divertido de ver.
Pô, nada?? Nem mesmo a defesa corajosa da superioridade de James Joyce sobre, sei lá, Carlos Heitor Cony? Viúvas, viúvas, assim vocês me decepcionam.
É mais ou menos óbvia a presença de amigos do autor ou de divulgadores profissionais nas resenhas da Amazon. Não são raros os livros que sequer foram lançados no mercado, e que portanto, estão disponíveis apenas para pré-encomenda através do site e que, no entanto, já apresentam comentários elogiosos de supostos leitores.
Apesar disto, não acho que o espaço de resenhas da Amazon seja uma completa inutilidade. Esta me parece ser mais uma daquelas situações em que os novos tempos nos impõem novas habilidades. A capacidade de separar os comentários falsos dos verdadeiros.
No passado, bastava dar uma olhada no gogó e no tamanho das mãos da criatura para saber se estávamos diante de uma beldade de vida fácil ou de um traveco esforçado. Hoje, quando cada vez mais transações acontecem pela internet, inclusive afetivas, outros cuidados e novas cautelas são necessários.
Com freqüência compro livros especializados para os quais não existem resenhas escritas por autores profissionais. Nos últimos anos tenho aprendido a navegar através das opiniões de sites como a Amazon. Com alguma prática é possível distinguir as críticas interessadas das confiáveis. em meio ao monte de idiotice habitual.
Sério, vc já nasceu amador… da escrita porcaria…
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