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A volta das cartas manuscritas?

11/02/2009

Apesar da turbulência financeira, as vendas de canetas e papel estão disparando. Pode chamar de retro chic ou de esnobada nas engenhocas eletrônicas, mas as cartas e cartões estão vivendo um renascimento. E já era tempo, porque ninguém deixa de se impressionar com uma nota manuscrita.

Hmmm, será? O excelente The Elegant Variation, onde eu achei o link para esse artigo do “Daily Telegraph” (em inglês, acesso gratuito), acha que ele pode ser mais a expressão de um desejo do que o retrato de uma tendência. Além de serem frágeis os fatos apresentados para sustentar a tese, eu confesso que não consigo me lembrar de ninguém que ainda escreva cartas à mão. Você consegue?

35 Comentários

  • Tibor Moricz 11/02/2009em19:11

    Não consigo me lembrar qual foi a última vez que escrevi uma carta! Tenho tanta dificuldade com a caneta na mão que meus autógrafos não tem uniformidade. Talvez até devesse exercitar mais essa prática.
    Estava pensando em mandar fazer um carimbo com o meu nome. Todos os autógrafos ficariam com a mesma cara.

  • Daniel Brazil 11/02/2009em20:03

    Cartas não, mas cartões postais envio toda vez que viajo. Vejo pela reação das pessoas que tem um sabor especial receber um cartão manuscrito.
    Do jeito que as coisas vão, será um toque antiquado e pessoal escrever beijo ou abraços, em vez de bj e abs, no final de uma mensagem virtual.

  • Artur 11/02/2009em20:28

    Seriam cartas começando com “Caros Pedro e Maria, espero que esta ….” etc.? O problema não é tanto escrever a carta mas o trabalho que dá para postar; comprar selo, fila no Correio, o tempo que leva para chegar ao destinatário. Em tempos de e-mail e Skype, acho difícil essa moda pegar.

  • Claudio Soares 11/02/2009em20:54

    Eu ainda escrevo emails de “próprio punho”. Mas, isso, só até o início do segundo semestre. Depois, acho que passarei a ditar…

  • Lya Tapajós 11/02/2009em22:48

    Claro que escrever um cartão de agradecimento é super delicado. E quem não gosta de receber? Sei não, se bem entendi o artigo do Daily Telegraph faz é uma propaganda danada das canetas Mont Blanc no final

  • Fábia 11/02/2009em22:57

    Meu filho, namorou uma menina, ano passado, que morava em outro estado. Ele tinha 17 anos, e ela 14. Além de conversar por e-mail, telefone, msn, etc., eles mantinham correspondência em papel. Com direito a caixa com chave para guardar as cartas, perguntar se o carteiro passou, etc. Na primeira vez, ele me perguntou como fazia para mandar a carta – e achou tudo muito primitivo, mas muito romântico.
    Bem, o namoro acabou, mas acho que a caixinha com as cartas da primeira namorada estão lá. Perfumadas, ainda por cima.

  • Daise 11/02/2009em23:09

    Eu escrevo. Com isso, tenho correspondentes, logo, conheço outros que escrevem também. E é muito prazeroso escrever, escolher um envelope, postar e aguardar a chegada do carteiro com a resposta. 🙂
    Um abraço,

  • isaac 11/02/2009em23:10

    por mim, o e-mail devia ser extinto e as cartas deviam voltar!!!

  • Fábia 11/02/2009em23:31

    Corrigindo: “meu filho namorou uma menina….” “a caixinha ainda está lá”. Nossa.
    Acho que no processo de escrever cartas à mão se errava menos. Ou, pelo fato de haver um tempo maior entre escrever e postar, havia mais tempo também para a revisão. Hoje a gente escreve, dá um clique em enviar, não revê, não corrige erros de vários tipos e tamanhos, e muitas vezes se arrepende das bobagens que mandou, e deveriam ter ido amassadas para a cesta de lixo.

  • Willian James 12/02/2009em01:53

    Concordo com a sª Fábia. Prefiro cartas escritas à mão, sem pressa, com carinho e muita reflexão. Pragmatismo é f*da!

  • Claudio Soares 12/02/2009em08:14

    a fixação em cartas de papel demonstra apenas o qt somos materialistas. as próximas gerações tendem a evoluir com mais facilidade… 🙂

  • Sírio Possenti 12/02/2009em08:28

    Fila no correio? Não conhece os envelopes “pré-selados” e as caixas para despachá-los sem passar pelo guichê?

  • Andre Araujo 12/02/2009em08:52

    São coisas e coisas… seguinte, na comunicação do dia-a-dia, claro que o e-mail, messenger e etceteras dão um pau no manuscrito, até porque é muito mais facil, rápido, e é mais fácil fazer revisão, corrigir erros, e outras coisas. Agora, um cartão pessoal, uma cartinha pra namorada extravagantemente apaixonada, ou mesmo um cartão de Natal, o manuscrito dá um tom muito mais pessoal do que um e-mail… ao você receber uma carta, a primeira reação é ” poxa vida, a pessoa se deu ao trabalho de escrever…”

  • Denise góes 12/02/2009em09:44

    Amigos,
    Pode parecer fora do contexto tecnológico escrever carta. Muitos de nós não escrevem. Eu não escrevo.Mas esse é o nosso mundinho. Imaginem o tamanho do Brasil e quantas pessoas ainda não têm acesso à internet. Para nós cartas são coisas do passado, mas para milhões ainda não. Senti esse estranhamento quando trabalhei na edição de uma Enciclópéia “em papel”. Muitas vezes me peguei pensando para quem serviria isso com os googles da vida. A gente se esquece. Somos poucos os privilegiados. Vcs podem imaginar que ainda existe a figura do vendedor de livro porta a porta e que esse segmento cresceu para caramba em 2008? E o que esse pessoal compra? enciclopédias.

  • Denise góes 12/02/2009em09:56

    Ah! e só para apimentar a discussão. Por tudo que disse acima, acho que podemos dizer que fazermos parte de um elite e, portanto, ao nos questiomarmos se alguém ainda escreve cartas manuscritas, estamos sendo elitistas, olhando para o próprio umbigo. Enquanto isso, a senhorinha do sertão de Goiás espera ansiosamente uma carta com notícias do filho. Ela não sabe lê e por isso recorre a vizinhos e amigos para que leiam e talvez até escrevam uma saudosa resposta. Pode parecer ficção, mas acho que ainda é realidade.

  • Sérgio Rodrigues 12/02/2009em10:08

    Você está certa, Denise, mas me parece ter uma compreensão equivocada do post. O questionamento que fiz se restringe à elite mesmo – ou à parte da população “digitalmente incluída”, se você preferir. É onde se detectam tendências como as que o tal artigo inglês busca flagrar. Isso fica muito claro quando se fala em “renascimento” das cartas. Para a mulher do sertão que você imaginou, as cartas não podem renascer porque nunca morreram, nem vão morrer enquanto ela viver. Mas bem podem morrer para o filho dela, se nosso país se tornar um lugar mais decente – e é desse tipo de tendência que se tenta falar aqui.

  • Luciana 12/02/2009em10:19

    Consigo. Eu. Escrevo cartas quando tenho algo importante para dizer. algo que quero que fique registrado com a minha caligrafia. Não sei que nome posso dar a esse impulso meu. Não é resistência à tecnologia, porque tenho 2 computadores e agora estou comprando o Kindle, mas gosto de escrever em papel, com caneta antiga ,daquelas que trocam a carga, ou lápis (nada de lapiseira!!). Adoro papel! Principalmente encadernado e sem pauta. Compro muito e uso muito também.

  • Luciana 12/02/2009em10:42

    Sérgio, acompanho com certa regularidade o seu blog e gosto muito. Não participo muito das argumentações embora leia quase tudo de quase todas! Para mim, o mais incrível no seu blog são as indicações de outros blogs e sites, principalmente os literários. Tenho várias indicações suas nos meus favoritos. Essa última dica (The Elegant Variation) foi incrível! Naveguei lá por alguns minutos: comprei um livro e visitei as indicações deles das melhores pequenas editoras. É um endereço para ficar “passeando” por horas e horas, durante muitos dias… ainda bem que o fim de semana está chegando!

  • josé rubens 12/02/2009em11:04

    Que voltem as cartas de caneta e papel!!!

  • Sérgio Rodrigues 12/02/2009em11:05

    Que bom que você gostou, Luciana. The Elegant Variation é o máximo mesmo. Obrigado pela mensagem.

  • Lya Tapajós 12/02/2009em11:44

    Sempre que houver delicadeza, muita delicadeza, caberá uma carta ou cartão em papel. Se iniciarmos uma era da delicadeza, eu acredito no renascimento do papel.

  • Denise góes 12/02/2009em11:53

    Sérgio, vc tem razão.Às vezes escrever por impulso dá nisso!
    Não atentei o suficiente para o texto todo e me detive nas duas últimas linhas.

  • Eric Novello 12/02/2009em12:19

    Eu sinto dificuldades ao escrever com caneta e papel. Geralmente erro as palavras, pulo letras. Me chamem de pregui, de burro, mas é o que acontece. Tenho dois cadernos do lado do computador, onde anoto de tudo. Também não tenho garrancho. A forma permanece, o que mudou foi a sinapse. É realmente estranha essa maquinária cerebral, como se adapta. Se já acho que os teclados estão ultrapassados, imagine canetas 🙂 Abss!

  • Rafael 12/02/2009em12:27

    Sempre pensei, cá com os meus botões, que a redução da carga de esforço físico necessária para escrever um texto proporcionada pelo avanço tecnológico dos instrumentos de escrita é uma das causas, ainda não investigada, da gradativa queda de qualidade da literatura ao longo dos séculos. Imagino Hesíodo escrevendo o interminável “Os Trabalhos e os Dias” num pergaminho; a elaboração de cada letra exigia um cuidado e uma atenção que o obrigava a meditar muito sobre aquilo que escrevia. Hoje, um André Sant’Anna qualquer tem à sua disposição as facilidades do recorda e cola, do corretor de texto, de toda a parafernália de recursos que o imprevisível Word oferece. Não é à toa que a leviandade e a falta de estilo sejam a marca inconfundível da literatura contemporânea.

  • Rafael 12/02/2009em12:28

    Ah, para concluir: escrever à mão é hoje um ato de resistência.

  • Inútil 12/02/2009em15:56

    Concordo com o Rafael. Trocaram o suor e a reflexão pela tendinite.

  • Mariana Sanchez 12/02/2009em21:00

    Eu escrevo. E recebo. Tudo bem que você pode anexar fotos, músicas e textos em e-mails, mas receber tudo isso dentro de um envelope colorido com a letra de alguém especial nos faz valorizar muito mais o gesto. Pra quem curte enviar cartas, uma dica: muitas agências dos correios têm uma seção especial de filatelia onde se pode encontrar selos maravilhosos. Minha série preferida é a dos autores brasileiros, mas tem uma infinidade de surpresas!
    Abraços

  • rafaell 14/02/2009em15:47

    Ainda escrevo cartas e envio postal para vários desconhecidos que estão do outro lado do mundo – Acho, que é ter na memória que alguém em meio a tudo que tem que fazer Teve o tempo de parar e escrever (atitude absurda), talvez isso possa ser chamado de afeto. Não um e-mail com seu formato da padronizado, não um comentário a um poste, mas palavras com sentido em cada letra e cor. Retro? Por que não fazer como os gregos e escrever na cera? Por que não escrever em pele de algum animal? Por que diabos escrever em cartas? Acho que é o Tempo a Delicadeza e eu ainda espero que chegue na minha casa uma carta escrita em pele de carneiro para o horror de qualquer vegan.

    Ainda podemos ir além com estas cartas. Você ao escrever O homem que matou o escrito, no conto de mesmo nome, narra um Escritor que não escreveu no Word 2000 e alguma coisa, mas sim em outros locais – não é o caso de ver a literatura em outros locais? A Ana-telas-janelas por sua vez escrevia no word 2000 e alguma coisa, mas era passiva e se livra disso exatamente jogando o PC pela janela , suas memórias em formato Office.

    Enfim, Escrevo cartas para Ana e ela vai muito bem. Austino, ah este escritor faleceu.

  • Liliana Jasmim 23/02/2009em17:44

    A escrita de cartas hoje é uma raridade. Ainda assim, pelo meio da comunicação da era tecnológica, dá gosto escrever àquelas pessoas, que sabemos que gostam de receber cartas. Nisto, há os que gostam de inclinar a mão sobre o papel e escrever no papel em branco, vestindo-o -outros há, que ficam na espera de receber um envelope, que deixado pelo carteiro na caixa do correio, ficam com os olhos a brilhar e as mãos a rasgar o papel na ânsia de os olhos se encontrarem com a caligrafia…

    Agora que falei na caligrafia, dei comigo a pensar que na comunicação informatizada se perde outra coisa importante, que é a forma como as pessoas ocupam o espaço na folha com a sua letra, se é mais arredondada ou esguia, ou por outro lado se inclina ora para a direita ora para a esquerda….

    e na caligrrfia, por vezes vai transparecendo a personalidade de quem nos escreve….

    uma carta fica bem guardada, ou tem um sabor especial ao ser queimada…

    não é a mesma coisa que um “send” ou um “delete” na net.

  • Liliana Jasmim 23/02/2009em17:45

    A escrita de cartas hoje é uma raridade. Ainda assim, pelo meio da comunicação da era tecnológica, dá gosto escrever àquelas pessoas, que sabemos que gostam de receber cartas. Nisto, há os que gostam de inclinar a mão sobre o papel e escrever no papel em branco, vestindo-o -outros há, que ficam na espera de receber um envelope, que deixado pelo carteiro na caixa do correio, ficam com os olhos a brilhar e as mãos a rasgar o papel na ânsia de os olhos se encontrarem com a caligrafia…

    Agora que falei na caligrafia, dei comigo a pensar que na comunicação informatizada se perde outra coisa importante, que é a forma como as pessoas ocupam o espaço na folha com a sua letra, se é mais arredondada ou esguia, ou por outro lado se inclina ora para a direita ora para a esquerda….

    e na caligrafia, por vezes vai transparecendo a personalidade de quem nos escreve….

    uma carta fica bem guardada, ou tem um sabor especial ao ser queimada…

    não é a mesma coisa que um “send” ou um “delete” na net.

  • LooLoo 26/03/2009em20:09

    GOSTARIA DE SABER SE “CARTAS E SELOS ESTAO EXTINTOS NO MUNDO ” ALGUÉM PODE ME AJUDAR ?

  • Luciana Borba 06/07/2009em01:39

    Eu conheço: eu mesma. Ainda escrevo cartas e sinto muito prazer ao fazê-lo.

  • hermógenes sousa delfino 28/01/2010em08:01

    desejo me corresponder por carta e trocar postais,gosto de poesia,escrever,ler,por que as aquisiçõis perduraveis são de ordem intelequital e moral,prabens quem gosta e escrever cartas. aquardo resposta.

  • hermógenes sousa delfino 28/01/2010em08:07

    ficarei muito feliz em receber cartas, responderei todas.meu endereço: Rua, Dr. Rodriques de almeida 71, sobrado;vl buenos aires, Guaianazes. Sao paulo. Cep:08411-350
    obrigado……

  • Natasha 03/05/2010em14:59

    Eu sou apaixonada por cartas. Ficaria feliz em me corresponder com alguém.
    Text me .. pecca_naahgomes@hotmail.com que eu envio meu endereço 😉