É uma grande notícia para a língua portuguesa, que ultimamente tem andado atrás até do afegão em prestígio literário no mercado internacional, o prêmio Independent para ficção estrangeira que o angolano José Eduardo Agualusa faturou ontem na Inglaterra pela tradução de seu romance “O vendedor de passados”, que lá virou The book of chameleons (O livro dos camaleões) – veja a notícia, em inglês, aqui. O prêmio em dinheiro não é suntuoso: as 10 mil libras esterlinas, cerca de R$ 40 mil reais, são divididas entre autor e tradutor. Mas a lista de vencedores da história do Independent, que inclui WG Sebald e Orhan Pamuk, mostra que a coisa é séria.
“O vendedor de passados” conta a história de Félix Ventura, que ganha a vida vendendo vistosas genealogias falsas para emergentes da sociedade angolana, pessoas que têm tudo, menos um bom passado. O livro saiu aqui em 2004 pela Forense. Pela editora Língua Geral, da qual é sócio, Agualusa lança este mês no Brasil seu novo romance, “As mulheres do meu pai”.
14 Comentários
Deve ser merecido. O Agualusa escreve muito bem e o livro eu li: é muito bom, e a idéia de uma lagartixa que fala até já foi… ah, deixa pra lá.
Aos fãs de Elvis Presley
Sergio: apesar de fugir um pouco do tema literatura, me permita indicar aos amigos do TP (para quem ainda não viu) a performance histórica e emocionante de Elvis Presley e Celine Dion no American Idol Especial da última quarta.
Escrevi um pequeno artigo com links interessantes para as explicações de como foi possível tecnicamente a performance: http://aultimabiblioteca.blogspot.com/2007/05/o-dueto-histrico-de-elvis-presley-e.html
Forte abraço!
“O vendedor de passados” é um belo livro.
O vendedor de passados é muito bom mesmo. Ah, sem querer retomar a polêmica que ficou até chata, mas isso pode interessar a alguém:
http://www.amoresexpressos.com.br/
Sérgio, a respeito do teu post do outro dia, cujo assunto era o estertor dos suplementos literários, achei interessante o artigo publicado hj no NY Times: http://www.nytimes.com/2007/05/02/books/02revi.html?em&ex=1178251200&en=20384b022dc80ece&ei=5087
Bernardo, no site do Amores Expressos recomendo o diário de Xangai, o resto é mais pra menos.
Parabéns ao angolano Agualusa.
Concordo com vc Sérgio: é uma grande notícia para a língua portuguesa e (por ter alguns amigos angolanos e conhecer um pouco sobre a situação daquele país) é sempre importante falar de Angola, um país irmão.
Sobre Elvis (de novo) e Suassuna: Infelizmente vou ter que discordar do mestre Ariano Suassuna (a quem inclusive dediquei o “Santos-Dumont Número 8”).
Entrevistado pelo Jornal Hoje (no último sábado), Ariano afirmou: “Pra mim, Michael Jackson é lixo cultural, Elvis Presley é lixo cultural, Madonna é lixo cultural. Daqui a cinco séculos, ninguém vai saber quem são eles, mas Vivaldi, Mozart vão continuar…”
Em relação ao Elvis, acho que o mestre erra (sim é possível, erra pois é humano). 30 anos depois de sua “morte”, Elvis continua mais vivo do que nunca.
E o que são apenas mais 470 anos? Ora, passam rápidinho…
Por falar em Suassuna, na próxima segunda, 7/5, no Itamaraty, ele dará a aula-espetáculo “Uma Visão do Brasil”. Quem já assitiu uma palestra de Suassuna sabe que realmente é um espetáculo.
O endereço do Itamaraty é av. Marechal Floriano, 196 – Centro – Rio de Janeiro. A entrada é gratuita.
Noga, sobre a reportagem no NYT: é um mundo em transição. O novo emergirá e não pedirá licença. Aqueles que souberem “reinventar” suas atividades (incluindo editores de cadernos literários, resenhistas, escritores, etc…) ganham sobrevida. Aos que não souberem: RIP.
Ariano é genio, mas também é um perfeito idiota.
Agora, qualquer coisa que inclua Celine Dion não pode ser emocionante. Aliás pode. Nauseante.
Fiquei curioso com o Agualusa, leiamos.
Leiamos o Agualusa, sim. Boto a maior fé. Quanto a Celine Dion, bem… pouco ou nada a dizer. Quanto ao Suassuna, embora as críticas até possam proceder, nada a dizer também. Até porque quem teve e tem a vida e a história que ele tem, merece aplausos, ainda que discordemos.
Só isso. Abraços a todos.
Agualusa…
Já vi entrevistas do gajo…fala bem, ele.
Estou em falta, nunca o li.
Devo correr para encher o vazio dessa coluna, rapidim.
Grande livro e grande escritor! Se não me engano o livro saiu pelo selo Griphus da Forense.
O Paulo Coelho tem o seu valor. Pagou o reveillon do Zé Dirceu.
O Agualusa é um dos autores em língua portuguesa que eu mais aprecio. Seus contos e romances são muito bem-escritos, muito inventivos, e aquela impressão de que deve ter sido fácil tê-los escrito é, pra mim, um dos maiores sinais do trabalhão que foi na realidade escrevê-los…
Acho que vai sair novo livro dele por aqui, dessa vez pela Língua Geral, sua editora.