Além de ser o crítico musical mais importante de sua geração e autor de livros de ficção, entre eles “Black music” (Objetiva), o jornalista carioca Arthur Dapieve tem um papel curioso na Flip: é um veterano mediador de debates que acabou por se especializar em entrevistados considerados difíceis. Em 2007, o mais-que-irônico escritor inglês Will Self propôs no palco que os dois abandonassem suas mulheres e fossem juntos desmatar a Amazônia. Ano passado, a desistência do popstar Lou Reed, famoso por maltratar entrevistadores, poupou-o na última hora de uma missão espinhosa. Na edição 2011, que começa nesta quarta-feira, Dapieve vai encarar na última mesa de sábado o escritor americano James Ellroy, que se notabilizou tanto pela qualidade de sua literatura quanto por uma certa egolatria.
Will Self, Lou Reed e, agora, James Ellroy. Por que todos os fios desencapados da Flip acabam na sua mão?
– Acho que é porque eu já trabalhei com o Marcelo Madureira [no extinto programa de TV “Sem Controle”, do GNT]. A partir daí, qualquer fio desencapado me parece normal…
O que espera da conversa com Ellroy? Se ele repetir em Paraty sua famosa declaração de que é o maior escritor policial de todos os tempos, pretende contrariar o homem?
– Espero um papo animado, no bom sentido. Não, não pretendo contrariá-lo. Primeiro, porque não sou louco e, segundo, porque talvez ele tenha razão. Sem dúvida ele é o maior escritor policial vivo.
Você acompanha a Flip desde o início, em 2003. Qual foi sua edição preferida e o que mudou na festa ao longo desses anos?
– A preferida não tem como deixar de ser a primeira. Parecia um sonho. Grande nomes, pequenas plateias, tudo bem íntimo. De lá para cá, mudou sobretudo a escala da plateia, o que, claro, é bom. Bom para a festa e bom para quem gosta de literatura.
2 Comentários
gostei da materia, entrevistadores de qualidade e corajosos são dificeis de encontrar.
Adorei, Sergio. Um beijo para vc e outro para o Dapi.