Em artigo publicado no caderno Ilustríssima de ontem, Fernando Antonio Pinheiro, professor de sociologia da Universidade de São Paulo, retoma com convicção uma pauta de sucesso emergente entre certos acadêmicos: a tentativa de trazer Paulo Coelho (foto) para o “domínio culto da literatura”, do qual “o escritor mais lido no mundo” teria sido excluído numa operação em que “a desqualificação [é] ostentada como troféu pelas camadas letradas”.
Pinheiro recorre a um famoso ensaio do poeta José Paulo Paes sobre a incipiência da literatura de entretenimento no Brasil para dizer que Coelho é vítima de uma visão estreita e arbitrária do que cabe no campo literário, uma “definição literária do literário, típica do sistema brasileiro, que nega assento ao artesão competente no âmbito do entretenimento”.
O artigo começa com a aplicação de cascudos. Escritores que têm uma fração ínfima do sucesso comercial do autor de “O alquimista”, mas são considerados “sérios”, Milton Hatoum e Marçal Aquino teriam tratado Coelho como invisível ao falar da pouca repercussão internacional da literatura brasileira num debate de 2010. Isso, afirma o articulista, seria “bastante representativo dos contornos que ganharam aqui [no Brasil] as relações entre literatura e mercado”. Escreve Pinheiro que…
…os debatedores [Hatoum e Aquino] precisaram omitir um detalhe para sustentar seu diagnóstico. Trata-se do fato de que o escritor mais lido no mundo, cujas vendas já bateram a casa dos 100 milhões de exemplares em 150 países, traduzidos em 62 línguas, é o brasileiro Paulo Coelho. É provável que não se trate de esquecimento, mas da desconsideração pura e simples do pertencimento de Coelho ao domínio culto da literatura.
Em primeiro lugar, acredito que do ponto de vista da sociologia da cultura a universidade brasileira esteja mesmo em dívida com Paulo Coelho. No entanto, antes de saldá-la será recomendável erradicar qualquer traço do ufanismo que transparece numa afirmação de patente falsidade como a de que “o escritor mais lido no mundo… é o brasileiro Paulo Coelho”. Sem dúvida um peso-pesado da literatura comercial, levantamentos ponderados indicam que Coelho perde, apenas entre autores vivos, para Danielle Steel, J.K. Rowling, Jackie Collins, R.L. Stine, Dean Koontz, Stephen King, John Grisham e outros (lista completa aqui).
Quanto à arrogância da crítica literária, que seria típica das “camadas letradas” deste país afeito à lógica do privilégio e da exclusão – bem, é inegável que ela existe. Deve-se mesmo esquadrinhar de vez em quando o campo dos “excluídos” em busca de injustiças. Considerar as hierarquias estéticas tão próprias do Brasil quanto a jabuticaba, porém, induz o leitor ao erro. Além de ser redutor encarar a discussão interminável sobre critérios de valor na literatura como uma falha de caráter da nacionalidade, a premissa é falsa.
O americano Richard Bach tornou-se um fenômeno editorial avassalador quando lançou “Fernão Capelo Gaivota” em 1970. Não consta que tenha ocorrido a um único crítico americano julgar o autor daquele competente livro de “aprimoramento espiritual” com o mesmo metro dedicado a Saul Bellow. Nem que Bach tenha ficado magoado com a desigualdade do tratamento. Coelho fica, e andou externando essa mágoa em manifestações recentes como uma declaração de que é “o intelectual mais importante do Brasil” e uma crítica tão violenta quanto tola a James Joyce.
Não se trata de “naturalizar” a compartimentalização cultural que agrupa Hatoum com Bellow e Coelho com Bach. Apenas de registrar que é no inconformismo com essa divisão não exclusivamente brasileira que se inscrevem o artigo de Pinheiro e o conto que Coelho publica na mesma edição de Ilustríssima, intitulado “A tradução de Pierre Menard” – flerte com a dita alta literatura em que o narrador assume a voz de Jorge Luis Borges.
Esse inconformismo não brota do nada. Se por um lado é evidente que Hatoum e Coelho respondem a demandas radicalmente diferentes em aspectos como elaboração da linguagem, construção de personagens e tolerância ao lugar-comum, por outro lado a questão se complica. Faz tempo que o discurso acadêmico sobre literatura, dividido entre os estudos culturais e o desconstrucionismo, tem minado teoricamente os pressupostos da velha arte: ideologia à parte, não parece haver nada capaz de justificar que um texto seja considerado melhor ou mais literariamente valioso que outro. Claro que o leitor estabelece suas hierarquias, mas elas são comprometidas por todo tipo de condicionamento sociocultural e baseadas em opinião, orelhada.
Recentemente, alguns críticos de peso vêm tentando desesperadamente salvar o bebê (a própria literatura) da água suja do banho dos estudos literários. Como Terry Eagleton ao introduzir na receita uma medida de “bom senso”. Ou como Hans Ulrich Gumbrecht (comentado por Silviano Santiago no último Sabático, infelizmente sem link) ao tranferir para o “leitor não profissional” o arbítrio baseado na “experiência estética individual”.
Terá chegado a hora de dizer ao leão de chácara do “domínio culto da literatura” que Coelho pode entrar e ficar à vontade? Não creio, mas, como Gumbrecht, prefiro transferir a resposta à “experiência estética individual” e remeter o leitor ao conto “borgiano” de Paulo Coelho.
101 Comentários
Concordo com o seu texto, mas isso não torna a literatura de Coelho boa. A obra dele é ruim, pelo menos para mim. Tentei ler O Diário de um Mago e não consegui. A narrativa dele é ruim, arrastada, possui colocações muito clichês e eu não consegui ir adiante. Não foi por preconceito, foi porque eu achei ruim mesmo.
“Borgiano” com bastante aspas.
Gostaria de saber como os erros gramaticais passaram pela revisão do jornal.
Vamos ver se entendi direito.
Pierre Menard, o personagem borgiano que havia escrito ipsis litteris o Dom Quixote, sem jamais o ter lido, teria vertido o De Rerum Natura de Lucrécio para o francês e essa versão francesa teria sido traduzida para o espanhol com um acréscimo (obra do Menard ou do inominado tradutor espanhol?), um capítulo final redentor, que deu ao autor, agnóstico de criação, a certeza da “presença de um Ser Superior”.
É isso mesmo?
Vale
Ao invés de atacar o Milton Hatoum, por que o Fernando não defendeu o Paulo Coelho? Se ele acha que o Coelho é bom mesmo, de literatura, (porque de vendas é, claro) que escreva bem claro: o autor é ótimo por isso, por aquilo, seus personagens são memoráveis por isso, sua prosa supera a de Ubaldo por aquilo, e por aí vai. Só que não dá, né, não tem argumento sério pra isso.
Como pode ser considerado sério alguém que é amigo do Zé Dirceu?
OS LIVROS SÃO UMA PORCARIA , E PRONTO!!! NÃO HÁ O QUE SE FALAR.
Claro que temos que pensar em termos de público. Paulo Coelho escreve para um leitor que certamente não possui repertório para encarar Guimarães Rosa ou Shakespeare. Mas acho positivo seu sucesso editorial na medida em que pelo menos está se lendo mais. O mesmo se pode dizer de Martha Medeiros e de tantos outros. Mas a crítica precisa ser balizada: é um escritor de entretenimento. Colocá-lo acima disso é ser injusto com Cecília Meireles, Mário Quintana ou Graciliano Ramos.
Paulo Coelho utiliza uma linguagem própria onde se destaca no uso da prosopopéia como o mago que é. Seus personagens são fortalecidos por uma trama dinâmica e cativante , o que explica seu sucesso de vendas. Os críticos de Paulo Coelho pensam em um mundo onde a leitura não é um fato prazeroso, mas uma ciência que transforma textos chatos e empolados em pedantismo intelectual.
É um passatempo os livros de Paulo Coelho. Se não ler nada perde.
li, não gostei, não leio mais. (ponto final)
O problema é simples, no Brasil existem os “donos do pedaço”. Há os donos da literatura, os donos da ecologia, os donos da sociologia, etc. É por isso que passei 20 anos na escola lendo livros idiotas, porque os “donos do pedaço” decidiram que aquelas porcarias são literatura e é aquilo que eu sou obrigado a ler. Não leio Paulo Coelho, mas ele tem muito sucesso no que faz, ao contrário dos “donos do pedaço” da literatura brasileira que é um fiasco como sempre.
Obrigado por ter sinalizado uma lista razoavelmente confiável dos escritores “mais vendidos” ou “mais lidos”. Isso joga por terra de uma vez por todas a falácia de que o Coelho seja o “mais lido”; talvez seus fãs tenham confundido o Brasil (tenho dúvidas) com o mundo.
Quanto à literatura do Coelho nada posso dizer, pois não o li. Talvez seja preconceito, mas nem penso nisso…
O sucesso de Coelho, inclusive internacionalmente, só mostra que a falta de conhecimento literário é internacional
Bobagem. Ele é um péssimo escritor. Ponto final. Se 120 milhões de leitores em todo o mundo não têm gosto nem cultura, isso não problema de quem tem. O homem é indigesto. Curiosamente, consegui uma vez ler duas páginas dele — em francês! mas só. Talvez porque o tradutor tenha melhorado um pouco a idiotice do autor. Ele é superficial e tosco. Tolstoi nos prende na primeira frase de um longo romance (como Ana Karenina por exemplo). E esse Coelho? Escreve para os milhões de miseráveis culturais que o leem, e lhes dá a impressão de que leem algo “profundo”. É só. Encontrou um filão e faz coisas para todos os gostos.
Li o artigo sobre Paulo Coelho na Ilustríssima e fiquei atônita com a afirmação de que é o escritor mais lido no mundo. Seria uma proeza e tanto considerando-se que ele escreve em português, acho que uma língua minoritária no planeta. Por isso, obrigada pela correção. Em todo caso, os números impressionam. Nunca li Paulo Coelho, por isso acompanhei com interesse a descrição de seu trabalho apresentada no artigo, que me levou a concluir que Paulo Coelho não escreve literatura. Um texto pseudoespiritual, pseudoesotérico, pseudoiluminador, pseudoqualquercoisa, mas fora do domínio da literatura. Tentei ler o conto Borges/Pierre Menard, mas não consegui porque achei muito chato. Não é má vontade com Paulo Coelho, sua proeza de ter alcançado tanta popularidade me causa admiração, mas lembro Machado de Assis e, se não me engano, Stendhal que confessaram saber que escreviam para poucos. A literatura exige muito, do escritor e do leitor.
Não acho que Paulo Coelho escreva apenas para leitores que não encaram um Guimarães Rosa, como foi dito aqui. Conheço leitores dele que lêem seus livros e transitam muito bem nas obras de filósofos clássicos, Saramago, Kafka, Neruda e afins. Eu mesma, já li muitos livros de P. Coelho e, de fato, e meu rol de leituras é bastante variado incluindo, sim, Shakespeare, Garcia Lorca, Nietszche, Gabriel Garcia Marques e outros clássicos e outros pouco conhecidos. E nem por isso me acho intelectual a ponto de desmerecer quem lê P. Coelho. Porque o ato de escrever, é um tipo de arte. E como toda arte ninguém é obrigado a apreciar todos os estilos. Por exemplo, é muito comum as pessoas não gostarem do estilo Concretismo, muitas vezes por não compreenderem. Da mesma forma que a literatura do Paulo Coelho, ele tem um estilo próprio, que nem todos são obrigados a apreciar. A arte é para todos.
A Veja Inveja, O Azevedo Inveja, O Sabino inveja, O Civita Inveja, logo, todo mundo INVEJAM O PAULO COELHO.
O Coelho ficou famoso, porque em terra de cego, quem tem um ôlho é rei. A mediocridade impera. Quando comecei a me alfabetizar,lá pelos sete anos, a biblioteca de minha família era pobrinha em termos de quantidade, mas rica em qualidade, mas o que me atraia eram os livros, de editoras portuguêsas, sobre a Ordem do Templo. Na época em que o Alquimista foi lançado, causando um estupor, comprei o livro, com entusiasmo e feliz pois enfim, um tema que me era caro, se tornara sucesso. Mas me deparei com um simples apanhado, uma paródia do que já tinha lido sobre o tema, um texto primário para fácil assimilação. e o que mais irritava, era deparar com pessoas, que insistiam para que eu lesse o livro, como se tivessem descoberto a pólvora.
Coelho tem um mérito, fica à frente de um outro “fenômeno” literário, o D Brown, cara de pau que com a desculpa de estar fazendo uma homenagem, chupou a pesquisa dos ingleses, que publicaram em 1982, um maravilhoso trabalho sobre o Santo Graal.
Arlequinal » Paulo Coelho Revisitado
Enquanto houver um livro, um texto, uma frase, de um Tchekov, de um Tolstoi, de um Flaubert, para ler, como é que o leitor amante de coisas boas, ligeiramente inteligente, vai perder seu precioso tempo com as idiotices que esse tal de Paulo Coelho escreve?
bom vou dizer o que penso eu tentei ler veronika decide morrer e encontrei erros primários de português, acabei (sim!)jogando o livro pela janela sem terminar. coelho é um autor de entretenimento só isso como danielle steel e ela é intragável muita gente compra? sim. porque? porque falta conhecimento, ensino, cultura. glaucia hoppe
Li O Alquimista e Diário de um Mago. Não gostei. Concordo com os comentários de que são livros pseudoautoajuda e outros pseudos. Se milhões o leem não é, necessariamente, sinal de que Coelho é bom mas é demonstrativo da grande ignorância literária que grassa no mundo.
Ele não é tratado como escritor sério porque nunca foi escritor. É um contador de casos, muito ruim, por sinal. Agora, lamento ter de concordar com muitos comentários abaixo, vivemos numa época em que as pessoas querem leitura rápida e que não exija pensar ou discutir. Tipo “literatura fast food”. Nisso ele é bom!
Maurício de Souza é muito mais escritor que este farsante ,Paulo Coelho é a maior prova que ABL é um circo hoje em dia e agora até Jô Soares esta rodeando e convidando membros da ABL para entrevistas com membros para se promover.
Particularmente, acho que milhares de leitores têm em mente que a literatura de Coelho é mística. Então, as pessoas não estão aí para essa coisa de misticismo. Ainda mais com esses presságios e previsões sobre o fim das coisas. Talvez seja reconhecido após a morte.
Diz a velha sabedoria popular: “Quantidade não significa qualidade”…
Se adotarmos como critério de qualidade o grande número de exemplares vendidos por algum escritor, então deveríamos trazer a BRUNA SURFISTINHA para o seio da grande literatura. Afinal, seus livros são mais lidos do que os de autores como o João do Rio, por exemplo.
Não li, não leio nem vou ler. Passo muito bem sem ele.
Sobre o artigo da Ilustríssima, achei correto. A ideia de autonomia estética é mais do que anacrônica nos dias que correm, com tanto dinheiro investido em campanhas publicitárias de livros, em tantas estratégias de escritores para aparecerem, com um campo literário absolutamente viciado, tanto nas relações quanto nos critérios de julgamento. O que sempre me incomoda, não no Mago Paul Rabbit, mas nessas análises, é a insistência crescente em confundir (ou incapacidade em separar) sociedade com mercado e popularidade com simples e direta democracia, como se não houvesse uma máquina produtora de $$$ fabulosas metida aí no meio.
Pombas, Rodrigues, saúdo a oportunidade de registrar aqui que penso como você pensa sobre PC, mas lamento que vários trechos do seu texto sejam excessivamente vagos. O embuste literário PC deve, sempre que surgir uma oportunidade, ser denunciado COM TODAS AS LETRAS. Se possível, AOS BERROS! NÃO TENHA MEDO DE ACORDAR OS MORTOS.
Ontem li na Folha o artigo desse sujeito aí e tentei comentar, mas há tempos consto da LISTA NEGRA do jornal e meu comentário foi engolido pela moderação. A FSP É UM JORNAL COVARDE.
Fugi do tema PC quanto pude, até decidir que é impossível. Hoje tampo o nariz pra conseguir verter umas merrecas sobre o estrume. A tarefa via de regra resulta inglória. (Atenção etc.)
Nunca li uma linha sequer do tal PC. Então como posso afirmar tão categoricamente que o cara não é escritor?
Tal afirmação certamente soará disparatada para os idiotas da objetividade que Nelson Rodrigues tanto “enalteceu”.
No meu (meu, pessoal, mas que é partilhado por outros escritores e críticos cujo poder de julgamento respeito) sistema de valores, fazer parte da ABL é prova de mediocridade. Falando claro, de cafajestice pura e simples.
A palavra é escassa, cada dia mais, e requer proteção. Não podemos gastá-la julgando um antro que se proclama literário mas tem o desplante de abrigar bandidos como… (tampando mais meu nariz) José Sarney.
Você se sentaria na mesma mesa para tomar chazinho com o hoje presidente do Senado que há décadas trata o Maranhão como capitania hereditária, onde estabeleceu um misto de feudo e dinastia que se apropriou de virtualmente todo o Estado, que é último em índice de IDH, com a maioria do povo tratada como gado, vivendo em condições medievais de total distopia?
Você apertaria a mão dum fóssil político sobrevivente do Brasil do século 19, um astuto retrógrado que trabalha ativamente para encobrir o saque das verbas públicas no Senado, que opera ativamente para emperrar o avanço da legislação em consonância com o resto do mundo civilizado, que usa o poder para beneficiar a própria família e os amigos, que planta estrategicamente centenas de apaniguados nas maiores empresas públicas para sugar o Tesouro?
Você daria qualquer crédito literário, elogiaria, consideraria digno de leitura uma coisa chamada “Marimbondos de fogo”? (Que também não li mas tenho certeza de que é uma obra-prima.)
E que dizer dos demais “acadêmicos”? Gente como o ex-senador Marco Maciel, que ganhou uma cadeira na ABL pelos discursos que escreveu em décadas de Senado?
Nunca li PC e tenho certeza de que não é literatura porque ao lado dele, além dos sarneys arcaicos, está o biógrafo de aluguel Fernando Morais. E sei que agora um tal de sociólogo Fernando Antonio Pinheiro faz parte do clube.
Nunca li PC e tenho certeza de que não é literatura porque PC é parte dum megaesquema de marketing industrial que vende livros como se fossem sabão em pó, que “leitores” compram na fila do mercado sob esse primitivo impulso que hoje em dia os leva a consumir livros com batatinha frita sem saber a diferença entre um e outro, gente sem vida interna que vive ao sabor das campanhas publicitárias, robôs desconscientizados pelos ubíquos controles remotos de cada dia, autômatas que só sabem reagir a estímulos, só sabem fazer o que lhes mandam fazer, que nunca leram Shakespeare ou Goethe e portanto não entendem absolutamente lhufas de literatura.
Nunca li PC e tenho certeza de que não é literatura porque contra ele estão, repito, os críticos e os escritores que tenho por grandes e que já me provaram êne vezes que não, PC nada tem a ver com literatura.
Não, não preciso ouvir xitoró e chorãozinho para saber que o que fazem não é arte. Ou caber-me-á apresentar o ânus da prova?
PC é tão escritor quanto Roberto Carlos é cantor, Maria Betânia é poeta, Tarcísio Meira é ator.
Quem lê, quem ama, quem necessita da LITERATURA sabe do que estou falando. Quem não, é mero papagaio reverberando os ditames da indústria cultural.
O Senhor Paulo Coelho é muito metido, se acha o cara, do que, não se sabe.
está para os livros como lulla está para a política.
dois grandes ilusionistas enganadores.
Nao morro de amores,mas que ele é conhecido e divulga a imagem do Brasil é verdade,morei 13 anos na Europa e nao houve um pais em que estive que nao tivesse visto um MONTAO DE GENTE encantada com ele.Porque Sidney Sheldon,Stephen King e nao Paulo Coelho entao? Ao menos ele é brasileiro como nós!!
A questão é que a literatura de Paulo Coelho não é de entretenimento, mas sim esotérica. É difícil levar a sério que entra por esse caminho. Mesmo assim, ele poderia ser reconhecido se seus textos fossem melhor escritos.
Fenômeno editorial não determina qualidade literária. Concordo com você sobre o “ufanismo” (que não leva a nada) e não consigo compreender a birra de Paulo Coelho. Será por que ele, que vendeu e vende tanto, não tem nenhuma personagem que “fale por si”? Ou seria a incapacidade de criar algo novo, que fuja dos lugares-comuns, que rompa com o texto anterior?
A leitura da obra dele pode até ser um caminho agradável, mas quando a gente toma outra nas mãos percebe que vai caminhar pelo mesmo lugar…
Pelo exposto, uma das teses do autor é de que é preciso ler para saber se é ruim, para não falar com base na “orelhada”. Hum… entendi! Você, leitor, já leu o livro de Adriane Galisteu? Se não o leu, como sabe que é ruim? Já leu a revista “Contigo”? Se nunca a leu, como sabe que se trata de uma revista de boçalidades? Já leu “Cinquenta tons de cinza”? Se não leu, como sabe que é fraco? Já leu Paulo Coelho? Se não leu, como sabe que é ruim? Certo, certo…
Quanto ao outro ponto, precisamos trazer Paulo Coelho para o “domínio culto da literatura”!
Ainda há escolas hoje em dia que se recusam a ensinar (imaginem!) que Machado de Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e Paulo Coelho sejam a mesma coisa! E excluem Paulo coelho do círculo da literatura culta!
Isso só pode ser culpa da “arrogância literária” das “camadas letradas”! Ou, como disse João Ubaldo Ribeiro, a culpa é das “zélites”!
O molusco apedeuta até ja ganhou premio da Academia de Letras, porque o coelho também não pode ?
Oi franklin, voce é aquele que estou imaginando, amigo e puxa-saco do apedeuta, aquele que quando houve falar no nome do REINALDO AZEVEDO, se borra todo?
Precisa separar o joio do trigo. O joio do joio. Hautom e Aquino são medianos. Paulo Coelho é ruim. Já soube do Hautom insinuar críticas a Guimarães Rosa por escrever difícil. No fundo, ninguém está preocupado com a arte, mas sim com a própria visibilidade. É deprimente.
Já foi dito aqui e também vou dizer. Não li e não gostei. Nunca vou ler Paulo Coelho.
O que acaba por desmerecer o trabalho do Paulo Coelho é o oportunismo. Acredito que ele não seja considerado um autor respeitável pelos mais catedráticos porque faz uma literatura pobre, que se aproveita de um momento de carência da população para lançar sua pseudo autoajuda. Então, ele simplesmente se intitula “o mago”, quase numa tentativa de adjetivação grega, de confirmação de uma falácia. Lamentável o argumento em que o texto se baseia – como foi muito bem comentado, Bruna Surfistinha é mais vendida do que João do Rio. Ah… ia me esquecendo, funk é mais ouvido do que ópera e a maioria votou em Collor para presidente. Lamentável também é acreditar em certo preconceito contra o autor, pois nesta mesma leva encontram-se aqueles que só leem porque a maioria diz que é bom. Se está difícil conceituar o que é literário, comece pelo que não é.
Independente das discussões onanísticas sobre a boa e a má literatura, é inegável o serviço que Paulo Coelho, com sua obra, prestou às Ciências Sociais. Traduzida em todo o mundo e com uma aceitação arrebatadora, até mesmo na França, facilitou a compreensão e a certeza de que praticamente dois terços da humanidade é constituída por ignorantes e por mentalmente miseráveis… Diga-me o que estás lendo que te direi imediatamente que tipo de gentes és…
#chatiado
Leio Paulo Coelho em casa, sentado no vaso. Me ajuda a obrar melhor.
JÁ LI ,NÃO LEIO,E NUNCA VOU LER
Dentre cada milhão de leitores da boa literatura, sempre haverá alguns milhares que são, eles também, criadores da boa literatura e da boa cultura, em suas váriadas expressões, mantendo sempre vivos em suas obras, nas décadas e séculos futuros, os nomes dos autores que os marcaram e influenciaram. Quando cada um dos 100 milhões de leitores de Paulo Coelho põe de lado um livro seu já lido, este começa a morrer. Passada uma década do desaparecimento do autor, seus leitores talvez sejam 10 milhões; passadas duas décadas, 1 milhão; mais de três décadas, alguns milhares. Já o milhão de leitores de um bom autor, hoje, serão dois milhões em uma década; quatro milhões em 50 anos; 10 milhões, quiçá, em um século, sempre conduzidos e aguilhoados em direção às boas obras literárias pelos portadores da cultura.
Tem que goste do “for all” na literatura…
É isso!
Um monte de baboseira, tipo “auto-ajuda ambulante beleza”.
Pra quem gosta é a lata até a tampa!
O problema do Paulo Coelho é que a gente já conhece ele de outros carnavais, quando fazia as letras das músicas do Raul Seixas.
Olha a “pérola”, de 1976
Paulo Coelho, nunca li e acho que nunca vou ler
Eu Também Vou Reclamar
Raul Seixas/Paulo Coelho
Mas é que se agora
Pra fazer sucesso
Pra vender disco
De protesto
Todo mundo tem
Que reclamar
Eu vou tirar
Meu pé da estrada
E vou entrar também
Nessa jogada
E vamos ver agora
Quem é que vai güentar
Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam
Eu vou voltar
Tô trancado aqui no quarto
De pijama porque tem
Visita estranha na sala
Aí eu pego e passo
A vista no jornal
Um piloto rouba um “mig”
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde
Pela assistência social
Dois problemas se misturam
A verdade do Universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa
De bebida enrustida
Porque minha mulher
Não pode ver
Ligo o rádio
E ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo
Que eu quero descer
Olhos os livros
Na minha estante
Que nada dizem
De importante
Servem só prá quem
Não sabe ler
E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer
Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada
Prá escolher
Apesar dessa voz chata
E renitente
Eu não tô aqui
Prá me queixar
E nem sou apenas o cantor
Que eu já passei
Por Elvis Presley
Imitei Mr. Bob Dylan, you know…
Eu já cansei de ver
O Sol se pôr
Agora eu sou apenas
Um latino-americano
Que não tem cheiro
Nem sabor
E as perguntas continuam
Sempre as mesmas
Quem eu sou?
Da onde venho?
E aonde vou, dá?
E todo mundo explica tudo
Como a luz acende
Como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar
Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar
E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!
A única explicação para o fenômeno Paulo Coelho é…
…a lavagem de dinheiro!!!
Via comércio internacional de livros-bombas para presente!
Não leio mais as literaturas de Paulo Coelho, são um tipo de ficção de muita baixa criatividade, sempre os livros seguem o mesmo contexto. Comecei ler o “O Alquimista” e parei no meio, ele parace que está preocupado em escrever um livro atrás do outro para comercio e não preocupa-se com a qualidade.
Gente, aqui é a terra do Pelé, do Senna, do Aleijadinho, do Guimarães Rosa…É terra de profissa, de cobra criada…
Se o tal do Chico Buraco não virou escritor, nem a pau de jabuti,
o que dizer do “mosca na sopa”?
brincadeira, né?
Paulo Coelho é bastante bom escrevendo o que escreve. Como diz o ditado: cada macaco no seu galho. Ao tentar ser o que não é, acaba por meter os pés pelas mãos.
Li o conto do Paulo Coleho. Não gostei. Tem uma simplicidade pedante. As citações de grandes obras literárias não bastam para torná-lo literário. Claro que dinheiro não é tudo. O Paulo Coelho ao sorver champagne de uma taça de cristal em seu mega-apartamento em Paris não consegue se sentir realizado. Paciência. Não se pode ganhar todas.
Eu li “Olga” — de Fernando Morais — quatro vezes. E li “O Mago”, a biografia do Sr. Coelho, já duas vezes. Um livro espetacular em qualquer aspecto que você escolha para avaliá-lo. Nunca havia posto as mãos em um livro de Paulo Coelho antes. Mas depois que li duas vezes a sua biografia, adquiri um certo respeito por ele. Essa semana, li “O Alquimista”. E o respeito foi embora.
Como eu estou seriamente desconfiado de que isso é preconceito meu, resolvi escrever no meu blog uma série de textos para mim mesmo, para ter de volta aquela sensação respeitosa por aquele que, enquanto absorto nas páginas vibrantes do livro de Fernando Morais, havia sido o “meu herói”.
Eu quero respeitar Paulo Coelho de novo.
Uma coisa é certa: êle é um mago. Para enriquecer vendendo aquelas bobagens, só sendo um. Ou o marqueteiro dele é muito bom, do tipo que vende as casas que o PAC não construiu, entende?.
Paulo Coelho não é um bom escritor, infelizmente hoje em dia a boa literatura quase não entra na lista dos mais vendidos. Ele tem o dom de tornar coisas mais rasas do que um pires tornarem-se ”aparentemente” em algo profundo, isso para leitores que se deixam enganar. O que revolta é que existem escritores muito melhores e não são tão divulgados como Paulo Coelho. Cristovão Tezza, Nélida Piñon, Autran Dourado; por exemplo são muito melhores. Com certeza há escritores de entretenimento muito mais interessantes como: Tolkien, Suzanne Collins, Agatha Christie, entre outros.
ESSE COELHO E O LULA DA LITERATURA. DOIS PEDACOS DE ESTRUME. MAS TEM MUITA GENTE QUE GOSTA E ATE ACREDITA NAS BABOSEIRAS.
O cara e’ ruim mesmo. O que ele escreve e’ so versao de algo.
Nao da. That’s it.
No final das contas, nao entendi porque Paulo Coelho nao é considerado um autor sério…como se seriedade literária estivesse definida em algum lugar. Achei o texto um bocado deficiente nesse aspecto.
Já sei de onde o Renato Manfredini Júnior tirou inspiração para a música “Mais do Mesmo”. É que pra ser escritor de verdade, precisa-se tirar um coelho da cartola a cada livro. Alguns chamam de criatividade. Falta à este Coelho ir além da repetição, parar de fazer livros iguais com nomes diferentes para simples venda. Mas, para isto é necessário ter imaginação, conhecimento… A gente consegue até parecer intelectual por um tempo, mas quando as pessoas percebem que as nossas ideias se repetem, aí elas entendem que éramos apenas pedantes. Não, eu não vou comemorar a notícia de que ele vendeu milhões. Não adianta cultivar este tipo de leitura. O mundo precisa ler mais sim, mas tem que ser algo bom, não superficial. Metade gosta porque não entende, a outra metade porque acha que não entendeu, mas os livros dele são bem simplistas – não levam a reflexão de ninguém, nem do autor. Quem quiser ler este tipo de escrita (me recuso a usar a palavra literatura) deve esperar coisas óbvias e fingir que alcançou uma reflexão inventada. Todo mundo deve ser respeitado, e por maquiar a falta de conteúdo de forma tão perspicaz Paulo Coelho recebeu um título – o autor que mais vendeu no Brasil. Dizer que produziu literatura já é demais!
Na realidade está mais pra crônica do que pra conto.Estava lendo,um pouco antes de me deparar com este artigo,uma crônica de Fernando Sabino(A última crônica)e não foi difícil descobrir o que se pode chamar de “alta literatura”.
Grande Sergio,
Lá vou eu te incomodar novamente…Eu não sou tão velho assim mas “no meu tempo” era o elefante que incomodava muita gente e quem comia criançinha eram os comunistas. Parece que hoje estes papeis foram transferidos para o Coelho e os Padres, necessariamente nesta ordem.
Você está correto em criticar o Fernando Antonio Pinheiro pelo seu desrespeito as estatisticas, eu me deparo com isso a toda hora e fico estarrecido com a capacidade de se manipular ou o mal uso destas aqui no Brasil.
Agora vem lado chato e peço desculpas em me ver obrigado a chamar a sua atenção para o fato de que você pinçar um texto do PC e convidar ou remeter as pessoas a emitirem o seu juizo de valor ou “experiência estética individual” apartir deste texto apenas não é correto. Veja, você tratou o assunto do ponto de vista acadêmico e chegou a apontar que parte deste poderia induzir o leitor ao erro etc.
Olha, eu não me sinto habilitado para entrar no mérito do seu artigo. Eu apenas, gostaria de lembrar as pessoas que simplismente ler James Joyce, Tolstoi ou Flabeur não te faz uma pessoa melhor ou superior. Assim como, ter lido e gostar do Paulo Coelho não faz do leitor necessáriamente um imbecil iletrado. Lembrem-se que a critica deveria se dirigir a obra literaria, ou nos manuscritos para aqueles que não enxergam literatura no PC. Creditar o sucesso de alguém a imbecilidade e falta de cultura dos seus leitores é ir longe demais e não acrescenta em nada a discussão.
Sergio, você concorda que o sucesso do Paulo coelho é explicado pela falta de cultura, ignorância e dinheiro investiddo em marketing?
Sérgio se saiu muito bem desta. E penso que meu comentário último da postagem anterior cabe aqui. Sei lá. O povo que prefere dar a certos escritores seus olhos e cérebro,não quer Literatura quer “leitura literal”. Não quer conjecturas, e ficar voltando para ler de novo, essas coisas… Quer ler e aplicar a leitura no seu dia. Não importa se essa aplicação lhe renda ou não dividendos.Não importa se está sendo enganado. Quanto ao Coelho que cada um tire o seu da cartola, pois quanto a mim, não sou chegada nem um pouquinho a mágicas.
Paulo Coelho deve adorar essas polêmicas. Como mestre dos lugares-comuns, deve ter adotado a máxima: Falem bem ou mal, mas falem de mim.
Sérgio,
Só hoje leio o artigo do Fernando Antônio Pinheiro.
Acho que ele está certo. Concordo com ele quando ressalta a estreiteza do conceito de literatura usualmente perfilhado nos meios acadêmicos: só é literatura o texto que preenche certos critérios estéticos, sempre fugidios, não raro pesadamente carregados de subjetivismos e, em conseqüência, imprecisos. E vamos lá: uma parte significativa dos literatos não compreende esta dura verdade — para o público, para o grande público, a literatura nada mais é do que uma das múltiplas formas em que se materializa o entretenimento. A literatura tem a mesma utilidade das palavras cruzadas, do jogo de botão e dos aplicativos do IPad: distrair-nos da inexorável passagem do tempo, narcotizar-nos do tédio da existência.
Esse público lança esgares de horror à escrita refinada, à sutileza psicológica, à moral cinzenta, à trama complexa — a toda essa maquinaria sibilina que cansa o raciocínio, abala as certezas que iludem e tira o prazer imediato que só a literatura barata proporciona.
Dentro desta perspectiva, considero o Paulo Coelho um gênio: fácil de ler, fácil de entender. Escreve mal — mas é incrivelmente inteligível. Chafurda no lamaçal dos lugares comuns e gostosamente espalha clichês para todos os lados. E há algo mais óbvio, mais cristalino que um bom clichê? É como a pornografia: repetitivo, previsível, próprio para saciar os instintos mais primitivos.
E Paulo Coelho é gênio, pois dá ao público aquilo que o público procura: frasezinhas adocicadas que alimentam a ilusão de que somos importantes, que temos uma missão a cumprir, de que a Verdade e o Amor prevalecerão, que o Ser Supremo está em algum lugar zelando pelas nossas miudezas.
O sucesso Paulo Coelho não é um fenômeno sociológico. É antes o resultado da necessidade primordial, básica, existencial: a do auto-engano. É justo que seja regiamente remunerado pelo que entrega, pois sua mercadoria é ouro.
Quem torce o nariz pelas altas vendas alcançadas pelos livros coelhinos não passa de um ressentido.
Dito isto, gostaria de concluir com uma observação final. Senhores, o que é a vaidade humana! O Paulo Coelho alcançou o ápice da nossa sociedade materialista, pois amealhou os seus dons mais preciosos: o dinheiro e a fama. Poderia estar feliz, satisfeito, mas não! Na sua alma, alimenta o desejo de ser reconhecido como alta literatura — pelos literatos, pelos intelectuais, pelos indivíduos por quem tantas vezes manifestou desprezo. Iludido com as aparências, ingressa na Academia, crente de que o reconhecimento seria a conseqüência natural e necessária desse ato. Não dá certo. Lança críticas acerbas a James Joyce, um autor que jamais teria condições de compreender. Não dá certo. E agora tenta emular Jorge Luis Borges com uma historieta psedo-erudita que releva, nas suas citações dignas de um Lúcio Nareba, a vastidão da sua ignorância em filosofia e história. Não vai dar certo.
Vale
Paulo Coelho é um caso a ser estudado à luz da sociologia. Os estudos literários só podem contemplá-lo com muita imaginação crítica. Vivemos num mundo onde as instituições tradicionais e seus valores se liquefazem dia a dia, especialmente fora do Brasil. As pessoas estão tentando agarrar boias no mar revolto. Estão em busca de alguma salvação, não de literatura. O sucesso de Paulo Coelho é o fracasso de todos nós.
Fico assustado com a “nossa inteligencia”! O intelectual brasileiro tem como referencial unicamente a literatura classica mundial. Ele acredita que ser erudito é ser inteligente. Mais eu pergunto: de que vale uma linguagem onde a maior parte da populaçao nao entende? Os nossos “renomados escritores” porem meros desconhecidos mundialmente, tentam imitar os classicos , porem nunca conseguiram o reconhecimento fora das fronteiras do Brasil!
Os intelectuais fora de nossas fronteiras tentam procurar novas referencias, novas linguagens e novas formas de expressao. Assim funciona a literatura, o cinema e as artes.
Os nossos intelectuais renegam a nossa cultura e a nossa forma de viver, enquanto os americanos e ingleses valorizam toda a manifestaçao original da sua terra e exporta, com orgulho, para o mundo inteiro.
Quando vamos deixar de ser meros imitadores da corte europeia?
Quando vamos valorizar nosso povo, nossa arte e nossos valores?
Porque os intelectuais brasileiros nao produzem nada que o mundo possa valorizar?
Onde esta nosso erro? Sera que esta em nossa baixa estima? Sera que acreditamos que nao somos capazes de sermos respeitados pelo mundo?
Paulo Coelho so é um exemplo que nossa literatura pode ser admirada mundialmente! A literatura dele estaaAlem de meros rotulos impostos por uma pequena e burra “classe de pensadores” que creem que sao donos do conhecimento mundial.
Porem eu pergunto a todos aqui: qual o valor de pertencer a ” classe de escritores cultos do brasil”?
Os titulos de nobreza eram muito valorizados no passado, hoje ja nao significam nada senhores duques, baroes e intelectuais habitantes da falsa classe da elite brasileira.
Creio que poderamos deixar de refletir sobre tantas besteiras e arregaçar as mangas para construir um mundo melhor, longe da violencia que assola a nossa sociedade!
Show, Eduardo!
Descobri o segredo do sucesso do Paulo Coelho!
Eu nunca tive “coragem” de ler um livro dele, é lógioo…nem nunca lerei(espero…já dizia o Paulo Coelho: “O sábio já disse: Nunca digas: dessa água não beberei”)
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Não, pessoal, o segredo não é que tratam-se de milhões de livros ocos, onde são trambicados muambas mundo afora (lavagem de dinheiro via livros-bombas de presente)
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E também não é (espero!) macumbaria da braba (se bem que parece…será que o cara é pactuário? será que as capas dos livros são hipnóticas?)
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Pesquisando na internet, peguei um trecho de um livro da peça e descobri…O CARA É NOVELEIRO!…ele mistura Janete Clair e gotas de sabedoria…É A SUPER JANETE CLAIR TURBINADA!…sucesso global na veia (estilo escrava isaura/lucélia santos)…será?…eu teria que ler livros do Paulo Coelho para confirmar essa tese, mas isso eu não vou fazer…O FENÔMENO MUNDIAL É A JANETE CLAIR, SÃO AS NOVELAS DA GLOBO, ESOTERISADAS COM GOTAS DE SABEDORIA PELO MAGO(isso ele é, mago…brrrr)…só pode…
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(Trecho do livro Onze minutos de Paulo Coelho)
Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida. É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo.
E quem ama o máximo, sente-se livre.
Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer, descobrir, nada tem sentido. Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma – encontrando um homem que me entenda, que não me faça sofrer.
Mas que bobagem é essa que estou dizendo? No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.
Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la.
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QUEM JÁ LEU, RESPONDA: O PAULO COELHO É NOVELEIRO?
DESCOBRIU O FILÃO DESSE PRODUTO GLOBAL-BRASILEIRO E EXPLOROU-O COM SABEDORIA ORIENTAL?
SERÁ ESSA A RESPOSTA DA CHARADA, DO FENÔMENO?
Post ótimo, questões pertinentes e instigantes mas tarefa difícil de cumprir em se tratando de ler o que for vindo da entidade fenomênica em questão. Abraço, clara
O argumento central do artigo do Fernando Pinheiro, no que se refere a Paulo Coelho, é uma bobagem. Pois nesse caso específico, não se trata de menosprezá-lo apenas porque ele escreve “literatura de entretenimento”, ou algo parecido. Mas simplesmente porque Paulo Coelho é péssimo, ridículo, e no que se refere à literatura, escreve mal! O fato de ser sucesso comercial não prova nada, ou até – levando-se em conta o que faz sucesso hoje em dia, seja nas artes, seja na literatura (taí os “Cinquenta Tons…” que não me deixam mentir)- o contrário. Espantoso, nesses tempos medíocres, seria o sucesso aliado à qualidade.
É como sintetizou de forma genial o Eduardo, mais abaixo: ” O sucesso de Paulo Coelho é o fracasso de todos nós”.
Vou destacar os comentários mais brilhantes: Fernando e José Alencar. Poderiam até escrever no lugar do PC.
Vou destacar o pior: Marcelo. Vou explicar o porquê.
Também não concordo com esta história toda de valorizar a literatura brasileira antiga simplesmente porque é antiga, e esquecer que ela teve base na literatura europeia. Mas existe algo que você não levou em consideração. Apesar da literatura brasileira buscar inspiração além das fronteiras, o que se fez foi original. Sempre quando nós vamos ler algo, temos que levar em consideração o que o autor quis dizer com aquilo, o quão desafiador foi escrever cada livro na época em que se escreveu, fatores históricos, sociais, pessoais, enfim… não se pode ler por ler e sair julgando como ruim porque tem base na literatura portuguesa. O que acontece com PC é que os livros deles não têm inspiração nenhuma (nem europeia, nem brasileira, nem dele). As ideias, além de copiadas, se repetem. Pode ser que estejam criticando só porque faz sucesso, mas se você ler com mais atenção vai acabar percebendo uma fata de conteúdo. Não basta ser brasileiro e não basta vender muito. Para levar a literatura brasileira ao conhecimento mundial é preciso que se leve o que o Brasil realmente tem. O meu maior medo é que as pessoas, mundo afora, acabem percebendo isto, mais cedo ou mais tarde, e julguem toda a literatura brasileira como vazia.
Se não tivesse vendido 100 milhões e não fosse brasileiro, estariamos discutindo sobre ele?
Puxa, mas ele vendeu 100 milhões!… bem, alguem aí conhece a Barbara Cartland? Eu nunca li, nem vi comentários sobre sua obra. Será que os ingleses discutem sobre a qualidade da literatura dela?
Existem escritores que passam a vida envolvidos com apenas uma série de livros, criando mundos, relações entre os personagens, e mesmo assim no fim de tudo ainda não são considerados “boa literatura”, ao contrário do dito maior intelectual brasileiro que sempre me pareceu preguiçoso em seus textos. O Coelho? deu sorte, aproveitou uma onda de misticismo no início dos anos 90, e fez algo que poucos autores tem a capacidade de fazer… fingiu ser um personagem, assim como Bukowski fez e é amado por muitos jovens que vem nele, não o poeta, mas o beberrão; o mesmo acontece com o Coelho, seus fãs não são seus leitores, são admiradores de quem ele diz ser. E quanto a fazer sucesso existem muitos religiosos que ganham muito mais do que o Coelho, e apenas dizem bobagens, muitas vezes preconceituosas em rede de TV aberta. Coelho é um sujeito que recolhe ensinamentos de livros antigos, não os credita como deveria, se faz de mago e vende milhões, e nós ainda discutimos se é boa ou não literatura…
Geralmente os comentários aqui do TP não passam de 20… às vezes 2, 5, 15… a única coisa que posso afirmar, sem medo de errar, no momento, é que Paulo Coelho é muitíssimo popular… e isso me assusta MUITO!
O Paulo Coelho parece ser uma espécie de Zagalo, uma espécie de Lula
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O Zagalo e o Lula, politiqueiros, medíocres, antipáticos, sortudos e demagogos (Vocês vão ter que me engolir…Num sabia de nada)
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O Paulo Coelho, nos quesitos sorte e (uma certa) politicageme demagogia, parece que vai no mesmo caminho…antipatia, não diria…mediocridade, precisaria ler os livros, mas isso não farei (as letras das músicas do Raul Seixas, na década de 70, resvalam muitíssimo para esse conceito, apesar de haver uma ou outra boas)
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Paulo Coelho, Zagalo e Lula, 3 mistérios brasileiros, 2 malas e 1 candidato a…
Tudo indica, que a literatura de Paulo Coelho foi um fenômeno literário, assim como espero que seja Cinquenta Tons de Cinza, Crepúsculo e outras porcarias, que tomaram conta do mercado editorial. Como fenômeno, provavelmente, o interesse nas obras de Coelho se deu devido ao modo como ele conseguiu reciclar os clichês esotéricos e místicos inserindo-os dentro de uma literatura de autoajuda. Na época isto deu certo, mas agora como o mercado editorial é construído a partir de tendências- o que domina o pornô soft, que é uma derivação do sadismo, a literatura de Coelho, se é que pode se chamar seus livros de literatura não desperta mais interesse conforme demonstra o relativo fracasso deles. Por outro lado, fico intrigado ainda em saber que truque mágico, o mago fez para conseguir uma cadeira na Academia de Letras, que teoricamente é o lugar onde se encontra aqueles que são considerados os melhores. Além disso, me chamou a atenção o fato se fazer uma análise da obra “Coelhiana” na época atual, onde ela não é mais relevante. Por que um suplemento cultural daria atenção para um autor como ele? Não existem outros que são melhores e capazes de trazer inovações no fazer literário tanto na forma como no conteúdo? Será que a literatura brasileira contemporânea está tão pobre assim? Pior: por que dar uma página inteira para ele, “analisando” suas obras em um jornal onde ele era colunista? A impressão que tive é que foi a matéria foi para chamar a atenção sobre Coelho para que não caísse no esquecimento. Se é isso, podemos dizer que não só a literatura, mas a crítica literária feita em jornais e revistas precisa ser renovada, pois assim o Coelho é algo que não deve ser levado a sério.
Que o tal de Fernando Antonio Pinheiro é um tolo (eu estou sendo generoso) e um espertalhão populista (seria ele do PT?), querendo se valer de uma bobagem que não serve para a literatura (popular, impopular), bom, quem não tem o cérebro estragado o sabe muito bem. Agora, por favor!, este senhor não merece ser motivo de discussão.
Paulo Coelho é um escritor medíocre não por vender muito. Ele é medíocre porque é um escritor medíocre: é incapaz de criar uma frase pelo menos digna de um escritor mediano, sua inventividade é zero, usa o lugar-comum como algo sublime, diferente de quem usa o lugar-comum de forma crítica, os temas são escolhidos para agradar uma classe média mediana e medíocre (não é à toa que ele faz sucesso em vários países) e, para encerrar a lista, escreve num péssimo português da China. Esse professor de sociologia (só podia ser!) puxa José Paulo Paes!!! Bom, então leu e não entendeu. Paes reclamava da ausência de uma literatura de entretenimento num país onde todo o mundo queria ser James Joyce. Mas o tal professor sabe dizer qual era a literatura de entretenimento que Paes citava? Eu sei, mas por agora não digo (eu era amigo de Paes). Paulo Coelho me lembra muito aquele personagem do filme Muito Além do Jardim. O mordomo que vivia a ver televisão e nunca tinha posto o pé na rua. É observar bem. Agora, meu caro, que você use espaço generoso para discutir tolices, tenha paciência!
Seria interessante ver como o mercado literário (ou de livros…) seria se todos os livros produzidos no mundo não tivessem orelhas, “blurbs” na contracapa e nome do autor em lugar algum. Queria ver o que aconteceria com a tal da “experiência estética individual.” Os acadêmicos há tempos se tornaram incapazes de balizar julgamentos de valor. Não sabem o que é um bom poema, um bom conto, um bom romance. Então precisam apelar para a sociologia do gosto, que é um puta dum papo de dona de casa, sem ofensa. Resumindo: a discussão “séria” sobre literature hoje é feita de gente que recomenda o restaurante sem gostar do cardápio.
Para (que) ler Paulo Coelho (?) « Prof. Gregório Dantas
O cara é bruxo, mesmo…
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cervates_jauregui.jpg
O povo teme instintivamente duas coisas: “morrer” e “pensar”. Todo aquele que prometer “eternidade” e “compreensibilidade” fará sucesso. Principalmente se oferecer as duas coisas junto.
Já vi, bom tempo atrás, na Folha, o que Paulo Coelho fez, num de seus minicontos, com o célebre “Perante a Lei” de Kafka. Por isso não tenho a menor vontade de ler sua ‘elaboração’ do conto de Borges.
E, para cúmulo do absurdo, Paulo Coelho vem querendo dar aulas de literatura, malhando James Joyce e Hermann Hesse, como se a obra dele fosse infinitamente superior à desses dois autores.
Se o conto “borgiano” é a tentativa de Paulo Coelho de entrar para o “domínio culto da literatura”, é melhor ele se esforçar um pouco mais, pra dizer o mínimo.
Acho engraçada essa medida de avaliação para saber se alguém é bom – vendeu milhões, então é bom? Só quero lembrar, com um único exemplo, que Van Gogh vendeu um quadro em toda sua vida: A Vinha Vermelha. A conclusão é com vocês.
Se a unica exigencia para se tornar um escritor fosse os rigores da dissertacao naqueles limites da lingua padrao, entao, nao teriamos nem Plinio Marcos, nem Paulo Coelho. Mas se voce quer mergulhar no maravilhoso mundo da imaginacao e do encantamento lirico, da fantasia arrebatadora e povoar sua mente, do extraordinario, Paulo Coelho se compara a Arthur Ignatius Conan Doyle.
Sinto tanta pena por ele, coitado…
Peço desculpas. Não consegui ler o conto de Paulo Coelho até o final.
É muito ruim.
Prefiro ficar fora dessa “experiência estética individual”.
Após declarar-se maior expressão contemporânea da literatura brasileira, confirmei a impressão que tinha sobre esse simulacro de escritor. Dos parcos proventos jamais adquiri qualquer texto de sua autoria, tão pouco, comprometi minha visão com as narrativas debiloides por ele publicadas. Nada contra aos que o admiram.
O problema do mago é só um: ser um péssimo escritor.
TEM MUITO MAIS IDIOTAS DO QUE NAO IDIOTAS LOGO, PC E UM SUCESSO DE VENDAS. O DINHEIRO CONSOLA NAO ACREDITO QUE ELE LIGUE PARA CRITICOS POBRES.
Dane-se a crítica. Danem-se os críticos. Ele vende horrores, além de ser reconhecido internacionalmente. Essa “arrogância intelectual” do brasileiro dá nojo. Digerir a empáfia dessa panelinha que insiste nesse preconceito literário é tão cansativo… Ele escreve o que as pessoas gostam de ler, só isso. Os chatos de linhas preciosistas ficam frustrados e atacam. Aff…
William Shakespeare era avaliado -O marginal.
Os intelectuais de hoje são tão egocêntrico
TAMBEM NA LITERATURA PODEMOS E DEVEMOS DIZER QUE NÃO EXISTEM SOMENTE
FLORES, PORISSO AO ABRIRMOS LIVROS DE PAULO COELHO ENCONTRAMOS TANTOS
ESPINHOS.
UM PENSAMENTO: ESPINHOS SÃO FLORES,QUE OUTRORA, TORNARAM -SE CANSADAS
DE PERFURMAR INCOMPETENCIAS.
Retrospectiva: os posts mais lidos de 2013 | Todoprosa - VEJA.com
Do meu ponto de vista, Paulo Coelho é uma fraude.
Paulo Coelho é apenas um mau escritor. Com direito a escrever seus livros ruins, que atende uma demanda.
esse cara estar errado paulo coelho. risos.
A sociologia é escrava da tola realidade social e não tem como entender o fenômeno estilístico. Não há a menor dúvida em relação a uma obra ter ou não valor literário. Essa dúvida é coisa de relativistas e pessoas sem cultura.
Paulo Coelho é em minha opinião, e devo dizer que já li sim uma obra dele, o que o grande público incauto e despolitizado procura, isto é, palavras fáceis de auto-ajuda que prometem em caso de se seguir à risca suas determinações e técnicas – “curar-nos dos males existenciais e materiais que nos afetam”.
A mensagem é simples: Não politize, não se preocupe e não se engaje em uma causa radical para combater os antagonismos existentes, apenas “percorra o palácio inteiro, admire suas maravilhas e não derrame as gotas de óleo”.
Estou farto destas tantas holísticas, magias, protestantismos, cientologias, auto ajuda e toda essa celeuma “ética taoísta”, se Max Weber estivesse vivo certamente escreveria: “A ética taoísta e o espírito do capitalismo”.
Quero lembrar do aviso de Leandro karnal sobre livros de auto ajuda: “Os livros de auto ajuda ajudam o autor, ele fica muito rico com tais livros, por isso se chamam auto-ajuda.”
Ler Agostinho, Marx, Focault, Darcy Ribeiro ou qualquer livro de filosofia clássica ninguém quer, então que se afundem neste lamaçal doutrinário…Paulo Coelho ficará muito feliz certamente.
Só um alento, nem todo livro ruim vende muito, apenas a maioria por motivos obvios, e nem todo livro bom vende pouco, apenas a maioria e também por motivos óbvios. Para que discurtir então, simples, porque os maus escritores que vendem muito ficam numa choradeira querendo a aprovação da crítica, ora bolas, não tem como agradar a gregos e troianos, contente-se com a escolha feita ou evolua.