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Atenção: o autor está sendo sarcástico

18/01/2010

Parece ser sério: uma empresa chamada Sarcasm, Inc. está vendendo (?) um sinal de pontuação chamado “ponto de sarcasmo”. Me lembrei do velho ponto de ironia, uma exclamação de cabeça para baixo, inventado – se não me engano – pelo Ziraldo. Não é difícil entender por que o ponto de ironia não pegou, apesar de sua aparente necessidade, confirmada a cada vez que milhares de leitores deixam de captar a piada e se enfurecem com você pelas razões erradas: avisando, perde toda a graça.

23 Comentários

  • Daniel Brazil 18/01/2010em20:27

    Este post nos pouparia de ouvir certas asneiras se publicado antes do anterior, sobre o alho-poró.

  • C. S. Soares 18/01/2010em21:24

    Um ponto de sarcasmo não pode dar tantas voltas. Além do mais, o SarcMark mais parece um “ponto” localizado (estrategicamente?) dentro de um “G” invertido (será esse o sarcasmo?)

  • Fernando Torres 18/01/2010em21:35

    O mais interessante do sarcasmo é exatamente o fato de nem todos perceberem.

    Acho que seria mais interessante a Sarcasm Inc vender seus pontos de sarcasmo nos livros já impressos e marcados por eles apenas aos interessados em “entender” os livros.

  • Frederico 18/01/2010em21:38

    Tentei fazer o tal ponto no meu teclado ABNT e não consegui. Apertei simultaneamente o (CTRL) + ( >.) e não consegui. Tentei fazer com as telas separadamente, mas tampouco consegui. Vocês conseguiram fazer o tal ponto?

    • pedro curiango 19/01/2010em00:59

      ¡ ¡ ¡

  • cely 18/01/2010em21:40

    Se fosse assim tão simples….Que tal uma pontuação especial para quando voce quiser deliberadamente ser grosseiro?Ofensivo?Assim não precisa nem pedir desculpas depois!

    • Frederico 19/01/2010em06:32

      Cely, para as ofensas, xingamentos, palavrões, etc. é comum usar símbolos diversos como jogo da velha, asterisco, etc. como por exemplo: merd@, #@x($, etc. Em outros casos, usa-se faixa preta para esconder genitália das pessoas ou impedir de falar. Se quiser saber outras formas de representar xingamentos, veja http://www.inglesnosupermercado.com.br/secao-de-palavrao-tabuismos-xingamentos-taboo-words-e-swearwords-no-supermercado/ .

    • cely 19/01/2010em13:25

      Fred,eu não xingo…Nem em inglês,nem em portugues.Eu só queria facilitar para alguns internautas,que por falta de algo mais inteligente pra dizer,chamam de asneiras o que os outros dizem….É bem verdade que muitos de nós damos alguma opinião equivocada, porém, não sei se todos perceberam (isto é sarcasmo), que o blog é pra isto mesmo:ESCLARECER.Por favor Sergio me corrija se eu estiver errada.

  • Rafael 18/01/2010em21:40

    Realmente, o mais divertido do sarcasmo é alguns não o percebem!
    Frederico, é preciso, antes, comprar o programa vendido pela Sarcasm, Inc. Só recomendo cuidado pois, segundo consta no site, a patente ainda está pendente.
    Boa sorte.

  • Daniel 19/01/2010em08:47

    Será esse o tão famoso ponto G?

  • U-carbureto 19/01/2010em11:38

    Tentando falar sério, já imaginaram o quão deletério seria esse tipo de coisa. Por exemplo, o “Poema em linha reta”, famoso poema de Fernando Pessoa, seria praticamente inviabilizado, perderia todo a razão de ser.

  • Mr. WRITER 19/01/2010em15:49

    Já desenvolvo um estudo sobre a utilização da ironia na internet e a reação dos internautas a esse uso.

    Nos primeiros cinco minutos de estudo eu constatei que cerca de 95% dos internautas brasileiros é completamente incapaz de entender, apreciar ou interagir com algo irônico.

    O primeiro problema em ser irônico é que se não te entendem, você é que passa por idiota.
    O segundo problema em ser irônico é que, quando você fala sério ninguém acredita.

    Exemplo:
    -Nossa! Gosto tanto de você
    -Aí meu Deus, você deve me detestar…
    -Não, sério mesmo.

    • cely 19/01/2010em16:10

      Pois é e se voce falar que gosta de mim eu não vou acreditar,pois voce recusou minha oferta do Pêndulo de Focault…..

  • Mr. WRITER 19/01/2010em15:51

    Diante da incapacidade das pessoas de entender ironia, sarcamos e humor negro é que noto como alguns autores foram propositalmente esquecidos pela maioria dos leitores.
    Vonnegut e Douglas Adms que o digam…

    Quando o Ryff ainda tinha o Nonsense no ar, o coitado sofria quando fazia os posts… principalmente se era alguma brincadeira ou piada sobre o Lulla…

    Definitivamente não existe piadas sem graça, existe sim pessoas sem graça…

  • Rafael 19/01/2010em16:46

    Mr. Writer,
    A ironia é uma manifestação muito elavada do espírito e, como tal, exige do leitor um preparo intelectual que está rareando a olhos vistos. Entender uma ironia é passar do estado puramente denotativo da linguagem, seu estágio, por assim dizer, mais primitivo, para o patamar conotação e suas matizes, nem sempre apreensíveis num primeiro contato.
    Vamos pensar um caso hipotético. Imagine (apenas hipotecamente) que eu escrevo mulherzinha. As pessoas que estão presas às concepções mais rudimentares da linguagem verão nesta palavra um diminutivo do substantivo mulher. Quem subiu um degrau acima no processo intelectivo, visualizará nela um valor pejorativo, que os diminutivos costumam a expressar. Não pense, no entanto, que chegamos àquele ponto em que a ironia é perceptível. Ainda não. Falta dar mais um passo — e este, asseguro, é um tremendo de um passo. Explico: é necessário desligar-se completamente do significado originário do vocábulo (mulher = ser humano do sexo feminino); é necessário, enfim, um esforço de abstração. Mulherzinha já não significa mais mulher pequena, nem mulher inferior: mulherzinha é, agora, um qualificativo depreciativo, que aplicamos a homens que, dizendo-se machões, são apenas melindrosos. Não estamos falando do sexo oposto, não estamos falando do indivíduo cujo genótipo compõe-se de dois cromossomos X; estamos falando de uma sujeito engraçadinho e não de uma mulher.
    Infelizmente, meu caro, esse esforço de abstração é para poucos: por isso é que existe a patrulha politicamente correta, fruto da deficiência do sistema educacional.

    • Rafael 19/01/2010em16:55

      Já ia me esquecendo:
      ESTOU SENDO SARCÁSTICO!

    • cely 19/01/2010em17:16

      E será que o nosso amigo Sérgio Rodrigues poderia nos esclarecer,que caminhos esta palavra percorreu,para chegar de “sexo oposto ao masculino,cujo genótipo é XXy” a sinônimo de “melindroso, engraçadinho”? Meu caro Rafael,não há como negar que foi um caminho bem machista…

  • Rafael 19/01/2010em17:35

    Na verdade, Cely, o caminho percorrido pelas acepções da palavra nada tem a ver com machismo. De acordo com o Houaiss (acepção 6), mulherzinha é “qualificativo depreciativo atribuído ao homem efeminado”. É o exato oposto de machona, verbete também encontrável no Houaiss.
    Explique-me, Cely: a palavra machona, que também tem valor pejorativo, é o quê? Fruto do feminismo?

    • cely 19/01/2010em19:05

      Pegou pesado heim? E nem usou o ponto do sarcasmo!
      Me diz uma coisa,voce acha possível que uma mulher seja feminista sem deixar de ser muito feminina…?Ou eu deveria ficar citando a Bíblia e dando conselhos para o Tibor pra provar o quanto sou frágil e vulnerável?

  • Hefestus 19/01/2010em23:40

    Que eu me lembre, o ponto de ironia era composto por um traço e dois pontos, um em cima e outro embaixo, como uma fusão do i com o ponto de exclamação, e era uma proposta do Millôr.

    • Sérgio Rodrigues 20/01/2010em19:35

      É possível que seja isso mesmo, Hefestus. Não foi à toa que tasquei lá aquele “se não me engano”. Será que alguém pode desempatar essa?

  • Eduardo Sabino 20/01/2010em16:55

    Concordo, Sérgio. Tira a graça de se descobrir. Esses pontos subestimam o leitor.

  • Isabel Pinheiro 23/01/2010em18:29

    Tô atrasada, mas voto com o Hefestus. O ponto de ironia era uma coisa do Millôr.