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Caro Coetzee

22/06/2007

É boa a temporada. Praticamente numa fornada única, a Companhia das Letras pôs nas livrarias novos títulos de três dos maiores autores de língua inglesa da atualidade. Logo depois de “Casa de encontros”, de Martin Amis, e colado em “Na praia”, de Ian McEwan, chega o romance “Homem lento”, de J.M. Coetzee, principal atração da iminente Flip (tradução de José Rubens Siqueira, 280 páginas, R$ 46). Além de uma manifestação de louvor (para a tradução) e outra de absoluto a$$ombro, nada tenho a acrescentar ao que já comentei sobre esse curioso livro aqui.

30 Comentários

  • Walter 22/06/2007em15:43

    Na americanas.com sai a r$36,80 ….

  • Saint-Clair Stockler 22/06/2007em16:01

    Pois é: os livros da Rocco são beeeeeeeeem mais baratos…

  • Bemveja 22/06/2007em16:05

    Já que a Companhia das Letras insiste nesses preços extorsivos, basta comprar o original na Livraria Cultura:

    SLOW MAN (em Ingles) (2006)
    COETZEE, J. M.
    PENGUIN USA
    LITERATURA ESTRANGEIRA
    Preço = R$ 30,94

  • Esse é um luuuuxo! 22/06/2007em16:13

    46 mangos? Vem com detalhes em ouro?

  • Leandro Oliveira 22/06/2007em16:33

    Haja dinheiro para acompanhar o ritmo dos livros imperdíveis que saem todo dia.

  • Areias 22/06/2007em16:41

    E Cia. das Lesmas, como disseram aqui, ajuda assim a criar uma elite de leitores que podem comprar seus livros. Tão canalha, tão Brasil.

  • Walter 22/06/2007em17:05

    Ministério da Fazenda adverte:Prêmio Nobel faz mal ao bolso;Prêmio Nobel na Cia. das Letras faz muito mais!

  • Malu 22/06/2007em17:07

    “Caro Coetzee”, impagável! rs

  • Federico Fellini 22/06/2007em17:15

    Só duas perguntinhas que a mídia sempre esquece de fazer: quanto tempo faz que o governo federal isentou as editoras de impostos? E quando esse benefício refletirá nos preços dos livros?

  • joao gomes 22/06/2007em17:16

    Será que vale realmente a pena a aquisição deste “Homem molesto”?

    A sinopse da Liv. Cultura não me convenceu.

    A Cia. das Letras apresenta de maneira bem fresca os livros.

    No início da empresa não era assim.

  • Roberto R. 22/06/2007em17:20

    Caraca. Agora a Companhia das Letras exagerou. Aliás, andei dando uma volta no site da editora e percebi um aumento geral de preços por lá. Se contarmos que “O passado”, calhamaço de 480 páginas em capa dura está saindo R$ 55 na Cosac Naify, esses R$ 46 pelo Coetzee soam extorsão pura. Coisa feia.

  • Roberto R. 22/06/2007em17:23

    Os livros da Rocco são mais baratos, Saint-Clair, mas despedaçam com o tempo. A maioria não é costurada. Isso faz uma boa diferença. Mas a que Companhia extrapolou, isso não tem dúvida.

  • Cezar Santos 22/06/2007em17:51

    A Cia e a Cosac são exploradoras… mas fazer o quê, vivemos no capitalismo. Só que comigo elas se fodem, por que espero chegar na livraria do Sesc e leio de GRAÇA… não leio no quente do lançamento? Tudo bem, meu prazer em ler vai além de estar up to date com as novidades. Leitura pra mim não é moda.

  • thiago 22/06/2007em22:00

    Os preços dos livros estão cada vez mais caros mesmo. Aqui em sp ainda temos o refresco da feira do livro da USP (50 % de desconto). Infelizmente a cia das letras não participa da feira. Mas guardo dinheiro o ano todo pra me esbaldar nos estandes da 34 e da cosac (além de outras, claro).

    Cezar Santos, que sesc recebe esses livros? é algum de são paulo?

  • Fabio Negro 22/06/2007em23:27

    Meu, cês compram sem conferir o preço ou tão malucos, mesmo?!

    Esse é o preço médio dos livros grandes e badalados.

    Agora, se fosse um tijolão badalado, é batata: lançamento sai a 64 reais.

    Por isso que eu leio muito mais gibi que livro (e saio ganhando duplamente)

  • Piada 23/06/2007em05:36

    Ê, seu Luiz Schwarz! 46 reais por um livro de 280 páginas. Eu vou comprar o meu na Amazon, no original, que sai bem mais barato. E não dou mais nenhum tostão para o Sr. Companhia das Lesmas.

  • Piada 23/06/2007em05:40

    “Só duas perguntinhas que a mídia sempre esquece de fazer: quanto tempo faz que o governo federal isentou as editoras de impostos? E quando esse benefício refletirá nos preços dos livros?

    Comentário de Federico Fellini — 22/06/2007 @ 5:15 pm”

    Comentário certeiro.

    A Companhia das Lesmas faz coisas de dar engulhos. Por exemplo: cobra preços extorsivos mesmo por livros para os quais contou com apoio financeiro de instituições culturais européias.

    E pior ainda: quando se trata de livros de ensaios, quase sempre corta alguns textos da edição original antes de vender a edição brasileira retalhadas, e sem abdicar dos seus costumeiros preços abusivos. Isto aconteceu por exemplo com o Linguagem e Silêncio do George Steiner, com o Reflexões sobre o exílio do Edward W. Said, com Os 49 degraus de Roberto Calasso, e por aí vai.

  • Paulo 23/06/2007em07:47

    Sérgio, a$$ombro mesmo. Alguém consegue explicar porque os preços da Cia. das Letras são tão altos? Taí uma boa investigação para você fazer.

    A curtição da literatura não pode ser dissociada dessas coisas, né não? Se não há dinheiro, não há livro. Se não há livro, não há leitura. Se não há leitura, não há fruição da literatura. E etc. e tal.

    Acho que vou revisitar um antigo ensaio do economista John Maynard Keynes para entender esse fenômeno. Ele escreveu exatamente sobre o porquê dos livros serem tão caros. Isso na velha Inglaterra. Precisava ter conhecido o Brasil. Abs.

  • Saint-Clair Stockler 23/06/2007em08:46

    Piada:

    também me pergunto sobre o porquê de a Cia. das Lesmas (hahaha, o nome pegou) publicar livros para os quais recebeu apoio de governos estrangeiros com preços pra lá de abusicos & abusados…

    Praticamente todo lançamento de autores portugueses, por exemplo, tem apoio do Ministério da Cultura português. E os livros são sempre muito caros.

    Mas há uma outra coisa que me incomoda muitíssimo: as tais traduções triangulares. DETEEEESTO! Os livros do Orhan Pamuk são traduções triangulares, feitas a partir das traduções em inglês. Porra, não vivemos mais num mundinho quase incomunicável, não é possível que não haja gente aqui no Brasil que conheça turco… Tradução triangular, hoje em dia, é coisa de editora que quer ganhar mole, sem fazer nenhum esforço, nem gastar dinheiro contratando um tradutor decente.

  • Areias 23/06/2007em10:05

    Companhia das Tretas, então.

    De fato começou bem no mercado, imprimindo um novo ânimo nas velhas editoras já senis. Depois virou isso. Com o poder ficou podre.

  • matador 23/06/2007em12:50

    Há muito, muito tempo que, na minha estante, da Companhia das Tretas (esse foi na mosca!) só entra livro de sebo.
    Paulo, qual é o título desse ensaio? Parece deveras interessante…

  • Paulo 23/06/2007em13:49

    Matador, vou garimpar e informo. Fique de olho. Abs.

  • Roberto Struzzi 23/06/2007em18:51

    Companhia das Lesmas ou Companhia das Tretas. Os nomes são perfeitos para essa editora que quer dar pinta de intelectualizada mas na verdade só está interessada em potenciais best-sellers.

    Acompanhei uma situação muito constragendora envolvendo a Companhia. Um dia, a mulher do Luiz Schwarcz, que é professora da USP, levou o historiador italiano Carlo Ginzburg para dar uma palestra na universidade. Ao fim da palestra, havia uma banquinha da editora vendendo os livros do Ginzburg lançados por eles. Os alunos perguntavam se tinha desconto, afinal estávamos na USP e a venda seria direto da editora para os compradores (eliminando-se a porcentagem de distribuidor e livreiro). Para surpresa de todo mundo, o pessoal da Companhia começou a dizer que não daria desconto nenhum, que quem quisesse comprar, teria de ser por aquele preço… Só depois de muitas reclamações é que aceitaram dar descontos de 20% para os alunos. Achei ridículo, e desde então evito comprar livros dessa editora.

  • Daniel Brazil 23/06/2007em19:51

    Quando fundou a editora, o Schwarcz declarou, em entrevista, que quem compra livro no Brasil é a classe AA. Portanto, ele mirou nesse nicho de mercado.
    Alguém pensou em “difusão da cultura”, “livros a mancheias”, etc? Esqueça. O nome do negócio é comércio.

  • Cezar Santos 23/06/2007em21:56

    thiago,
    sou de Goiânia…É um dos Sescs daqui que recebe livros da Cia das Lesmas(rssss), não todos, mas alguns…
    E aí conto com os sebos também…

  • Diana 24/06/2007em03:48

    Peraí, gente. Como leitor, é claro que todo mundo quer livro barato. Mas ninguém pára pra pensar na dificuldade que é manter uma editora no Brasil? Basta ver a quantidade de editoras que fecham, que são compradas por outras… Não é moleza! E se editora não buscasse o lucro, não seria empresa, seria ong. Calmaí! Quem tem que pensar em difusão da cultura é o sistema de bibliotecas nacional, as universidades, o governo, aí passa a acontecer um equilíbrio de interesses. O fato é que uma editora tem que pensar no lucro!

  • Diana 24/06/2007em03:51

    (Ou melhor: se as editoras só se preocuparem com a “difusão [gratuita] da cultura”, quem é que vai se preocupar com o comércio? As bibliotecas nacionais?)

  • Areias 24/06/2007em09:24

    Diana, acho que o protesto aqui não é pela Cia das Tetas não distribuir cultura gratuitamente. Acho que não há ninguém tã ingênuo assim. Do que se reclama é a avidez, a ganância, que não têm nada a ver com o produto que está sendo negociado. Houve um tempo em que negociantes de livros gostavam de livros e ganhavam dinheiro com isso. O que vemos agora são comerciantes de livros que gostam de dinheiro e se não fossem livros, venderiam ações na bolsa com a mesma convicção.

  • Claudio Soares 24/06/2007em13:25

    9 centavos (no máximo) por página…

    por que não livros mais baratos? por que não um lucro (editoras almejam lucro, claro) obtido na venda maior de exemplares (mais baratos) do que na venda de poucos (mais caros)? por que não livros custando não mais do que 9 centavos por página?

    vejamos o exemplo desse “Slow Man”/”Homem Lento”: 0,09*280=R$25,20. bom preço, não? venderia mais? centamente. o público (seleto) que poderia pagar R$46,00 (na saraiva já caiu para R$36,80) por 280 páginas, vai na Amazon (dólar a +/- 1,94) e paga R$ 21,80.

    as editoras precisam ajudar a formar um público maior de leitores no país, do contrário, esse público mínimo (que lê em média 1 livro por ano, segundo a Exame) vai comprar diretamente no original (como já se faz) ou fazer download (gratuito) na internet. pensar “diferente” é uma questão (inclusive) de sobrevivência para editores.

    é importante tb, volto ao mantra, apostar mais em NOVOS autores nacionais, precisamos de mais títulos de autores nacionais, pois isso ajudaria a aumentar o público de leitores no Brasil. precisamos de diversidade.

    será que escritores nacionais têm assunto? será que não são criativos? é o que acaba parecendo qnd lemos os cadernos literários nacionais.

    porém é importante lembrar que um mercado literário nacional forte não pode se basear em uns 30% de lançamentos (divulgados) de livros autores nacionais e 70% de estrangeiros. Isso explica o porquê dos cadernos literários de 3 folhas ou menos que temos hoje em dia, que saem aos sábados (o dia em que à tarde o jornal já está obsoleto).

    os autores estrangeiros são importantes, mas precisamos sedimentar a rotina de mais leitores nas livrarias e incentivar a compra. parece-me que livros de autores nacionais com temas nacionais (tnt ou mais com temas universais qt os estrangeiros) seria um boa escolha. E, claro, livros mais baratos.

  • HRP 30/06/2007em14:40

    Será que meu comentario entra!?