A Associação de Editores de Madri acaba de lançar uma campanha publicitária, assinada pela agência espanhola Grey, em que ilustres representantes da cultura literária de todos os tempos são impiedosamente exterminados por representantes da cultura audiovisual contemporânea (via No mundo e nos livros). Dom Quixote enfrenta os Angry Birds e é abatido ao pé de um moinho de vento. A baleia Moby Dick, depois de derrotar a fúria homicida de Ahab, encalha e morre na praia do seriado Lost. O Pequeno Príncipe (vamos conter as comemorações, pessoal) tomba entre as ruínas de um videogame de guerra. A arte é caprichada e o recado, claro: o culpado é você – isso, você mesmo – que devia estar lendo em vez de perder tempo com atividades idiotas como jogar videogame e ver TV. “Quando você passa tantas horas jogando um joguinho no seu celular, nem tudo o que você destrói lhe rende pontos”, diz a legenda da primeira imagem. “Quando você passa tantas horas assistindo à série de TV mais popular da história, não são apenas os personagens que terminam perdidos”, reforça a segunda. “Quando você gasta tanto tempo jogando videogames de guerra, não são só seus inimigos que você liquida”, fulmina…
Após quatro anos à frente da “Granta”, a mais influente revista de literatura do mundo, o escritor e crítico americano John Freeman (foto) está deixando o posto – e a ponte aérea Londres-Nova York – para dar um curso de “escrita criativa” na Universidade Columbia. A saída de Freeman, aparentemente amigável, se dá poucos dias após o lançamento da quarta edição da já lendária seleção de “melhores jovens romancistas britânicos” (em inglês, aqui). A gestão do americano foi marcada pela expansão internacional da marca, lançada nesse período em dez países em modelo de franquia – a brasileira, da editora Alfaguara, já existia quando ele desembarcou na revista. O último fruto da safra será a “Granta” portuguesa, que tem lançamento marcado para 21 de maio e já anunciou a publicação de cinco sonetos inéditos de Fernando Pessoa. (Via Galleycat.) * E a própria bola te há de boicotar, e sobre teu tapete sentirás as dores de parto de inúmeras peladas que negarão a honra do teu nome. Pois serás Maracarena, serás Maraca-Não, serás rebatizado e deserdado em tuas tradições: os gentios rasgarão tua rede véu-de-noiva e vendê-la-ão aos pobres. Recurso antigo que o pós-modernismo revalorizou, a paródia literária costuma ser vítima…
O artigo parece uma piada a princípio, mas vai bem além disso. “A curiosa incidência de cães no mercado editorial – Se os gatos mandam na internet, por que os cachorros reinam nos livros?” é um pequeno ensaio que combina alguma pesquisa (e até gráficos) com boas sacadas sobre o tema que o título resume bem. Assinado por Daniel Engber e publicado na revista eletrônica Slate, deixa claro que não quer apenas fazer graça quando transforma caninos e felinos em metáforas intrigantes – respectivamente, do escritor à moda antiga e do “produtor de conteúdo” da era digital. O verdadeiro mistério, então, não é como os gatos ganharam precedência online, mas sim como conseguiram destronar o cachorro. Nossos meios de comunicação se dividiram em dois campos opostos, e cada um deles – o velho contra o novo – tem um animal adequado ao seu ethos. Estamos lendo cachorros e clicando gatos. Vale a pena ler o artigo completo, em inglês, aqui. Engber não se satisfaz com o recente sucesso de Marley. Entre os muitos exemplos literários que garimpa para ilustrar a velha paixão de escritores e indústria editorial pelos cães (o fascínio da internet por vídeos fofos de gatos, que confesso…
A história do livro como tecnologia – o livro como uma tecnologia revolucionária, de ruptura – precisa ser contada honestamente, sem triunfalismo nem derrotismo, sem esperança nem desespero, como Isak Dinesen nos recomendava escrever. Um grande obstáculo à produção de um relato desse tipo, contudo, é a “heurística da disponibilidade”. Trata-se de um modelo de psicologia cognitiva proposto pela primeira vez em 1973 por Daniel Kahneman, ganhador do Nobel, e seu colega Amos Tversky, que descreve como os seres humanos tomam decisões baseadas em informações relativamente fáceis de lembrar. Como as coisas de que nos lembramos com facilidade são aquelas que ocorrem com frequência, tomar decisões baseadas em amostras que temos à mão parece fazer sentido. O sol nasce todo dia; inferimos daí que o sol nasce todo dia. Um peru é alimentado todo dia; inferimos daí que será alimentado todo dia – até que, de repente, não é. A heurística é ótima até deixar de ser. Lemos um grande número de notícias sobre gatos que pulam de árvores altas e sobrevivem, e desse modo acreditamos que os gatos devem ser resistentes a longas quedas. Notícias desse tipo predominam amplamente sobre aquelas em que um gato cai e morre, como…
“A redoma de vidro” (The bell jar), o único romance da poeta americana Sylvia Plath, foi lançado sob o pseudônimo de Victoria Lucas em 1963, poucos dias antes de sua morte. Está completando meio século, portanto, e para comemorar a data o editor teve a ideia de relançá-lo embalado na inacreditável capa chick lit aí ao lado. Como se Sylvia Plath e Sophie Kinsella não fossem antípodas, mas irmãs literárias. Tempos realmente estranhos: um dia vamos rir disso tudo? * Em compensação, como os tempos estranhos são os mesmos em que a informação flui com liberdade inédita, o áudio do famoso discurso de paraninfo feito por David Foster Wallace em 2005, chamado “Isto é água” (e lançado recentemente no Brasil na coletânea de ensaios “Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo”), pode ser ouvido na íntegra, em duas partes, aqui. * Para mim, a oficina foi essencial para, digamos, começar a escrever. Porque, na Oficina, uma das maiores revelações foi a de que o apelo sensorial é um dos maiores méritos que um texto pode ter. Dito assim – e de repente eu me leio –, parece uma platitude, uma banalidade, uma ociosidade. Mas, dentro…
Após duas semanas de férias em que não tive preocupação maior que a de renovar o protetor solar depois de cada mergulho na água morna de uma praia do Nordeste, dei um jeito de, em poucas horas, reabastecer até a boca o reservatório de ansiedade: caí de cara na edição 2013 da imperdível enquete (em inglês) que a mesa-redonda eletrônica Edge promove todo início de ano com nomes de destaque do universo científico, tecnológico, artístico, jornalístico e editorial. O tema desta vez parece ter sido talhado para me trazer de volta ao mundo interconectado e profundamente preocupado em que vivemos: “Com o que deveríamos estar preocupados?”. A lista de respostas possíveis para tal pergunta é bem longa, claro, mas isso não é problema para a Edge: mais de 150 intelectuais são convocados a dar sua opinião em ensaios mais ou menos sucintos. No mais curto deles, o cineasta Terry Gilliam gasta duas linhas para dizer que desistiu de se preocupar com qualquer coisa, mas a maioria leva a encomenda a sério e expõe suas angústias sobre o futuro da humanidade em meia dúzia de parágrafos densos. Há especulações preocupadas para todos os gostos. Do provável emburrecimento da espécie à opinião…
O ano que está terminando foi feliz para quem ama livros propriamente ditos – de papel e tinta, cola e costura – e tem grandes buracos na estante que gostaria de preencher. O que significa dizer que também foi generoso com aqueles que tiverem disposição e fundos para investir num presentaço natalino que o personagem mencionado acima não esquecerá jamais. O grande acontecimento do fim do ano é o início do relançamento, pelo selo Biblioteca Azul da editora Globo, da famosa edição do gigantesco painel ficcional “A comédia humana”, de Honoré de Balzac, organizada pelo crítico húngaro-brasileiro Paulo Rónai. Em capa dura, com mais de 800 páginas em média, os quatro primeiros de dezessete volumes chegaram este mês às livrarias ao custo de R$ 74,90 cada um. Acompanha-os o volume mais magro (248 páginas, R$ 39,90) “Balzac e a comédia humana”, coleção de ensaios do próprio Rónai que traz em cada linha aquela combinação rara de erudição, legibilidade e gentileza que era sua marca e que faz dele o melhor cicerone que um leitor poderia desejar ao se aventurar pelo universo (poucas vezes a palavra foi tão apropriada a um conjunto de ficções) criado pelo escritor francês ao longo de…
Além de Jennifer Egan ter publicado uma obra-prima usando o formato dos 140 caracteres como tijolinho numa construção ambiciosa, concursos e festivais de micronarrativas no Twitter já houve vários – inclusive duas edições aqui no Todoprosa – mas desta vez a coisa é oficial. O próprio Twitter vai promover na semana que vem, de 28 de novembro a 2 de dezembro, um festival de ficção que tem o objetivo pouco modesto de “ampliar as fronteiras do que é possível dizer no Twitter”. Serão destacados nos cinco dias do Twitter Fiction Festival projetos de serialização escolhidos por um júri em que figuram escritores como Teju Cole – ele próprio autor de uma interessante série de tweets baseada em notícias tiradas de jornais de antigamente – e Ben Marcus, além de editores. Ficou tarde para tentar uma vaga entre os eleitos oficiais do Twitter, infelizmente: as inscrições se encerraram no último dia 15. Mesmo assim, ainda é possível participar da brincadeira, bastando tuitar entre 28/11 e 2/12 um ou mais microcontos com a tag #twitterfiction. Em tempo: tudo será basicamente anglófono, supõe-se, embora isso não seja dito explicitamente e nada impeça um autor javanês de pular no bonde. Mas algo me diz…
Essa mania de matar o pai, inclusive como simples simbologia freudiana, me parece uma estupidez, a menos que o pai seja um delinquente. Em relação aos grandes do ‘boom’ não podemos sentir nada além de gratidão: foram eles que nos abriram as portas do mundo e dos leitores. Nos livraram do complexo de idiotas ou de subdesenvolvidos. Nos mostraram caminhos literários completamente novos, e não para seguirmos no mesmo rumo, mas para buscarmos saídas novas em qualquer encruzilhada. A declaração do escritor colombiano Héctor Abad Faciolince resume o tom reverente – ou, digamos, de irreverência contra a irreverência – que marca a longa série de artigos comemorativos dos 50 anos do chamado boom da literatura latino-americana (na verdade, hispano-americana) publicados pelo jornal espanhol “El País”. O ano de 1962 virou marco por ter concentrado o lançamento de uma série de livros identificados com o movimento, entre eles “A morte de Artemio Cruz” (foto), de Carlos Fuentes. * Semana passada, participei da gravação da conversa com o editor franco-americano André Schiffrin para o programa “Roda Viva”, da TV Cultura, como um dos entrevistadores convidados. Aos 77 anos, Schiffrin tem história. Filho do homem que criou a Bibliotèque de la Pléiade, foi…
Porque toda crítica é baseada nesta equação: CONHECIMENTO + GOSTO = JUÍZO SIGNIFICATIVO. A palavra-chave aqui é “significativo”. Pessoas que reagem fortemente a uma obra – a maioria de nós o faz – mas não têm uma erudição mais ampla que lastreie essa opinião não são críticos. (É por isso que grande parte das resenhas feitas online por leitores não constituem propriamente crítica.) Tampouco são críticos aqueles que têm uma tremenda erudição, mas não o tipo de gosto ou temperamento que poderia conferir a seu juízo autoridade aos olhos dos outros, daqueles que não são especialistas. (É por isso que tantos estudiosos acadêmicos se saem mal escrevendo resenhas para grandes audiências.) Como qualquer outro tipo de escrita, a crítica é um gênero que requer do praticante um talento específico, e as pessoas que têm esse talento são aquelas em quem o conhecimento se cruza de modo interessante e persuasivo com o gosto. No fim das contas, o crítico é alguém que, quando seu conhecimento, mobilizado por seu gosto, se vê na presença de um novo exemplar do gênero pelo qual se interessa – uma nova série de TV, filme, ópera, balé ou livro – saliva para atribuir sentido a essa…
No auditório da Biblioteca Nacional, no centro do Rio, quarta-feira à noite, predominavam escritores, editores, tradutores e jornalistas culturais. Compondo a mesa estavam a inglesa Amy Webster, representante da Feira do Livro de Londres, e o escritor João Paulo Cuenca, além de mim. A propósito do lançamento carioca da revista literária londrina “Litro”, que em seu número 114, com edição da inglesa Sophie Lewis, reuniu autores brasileiros – Cuenca e eu entre eles – a ideia da noite era discutir as possibilidades de exportação de nossa literatura para o fechado mercado britânico num momento em que o cenário econômico mundial deixou o Brasil, por assim dizer, na moda. Por via das dúvidas, Amy começou tratando de jogar muitas pints de água gelada em qualquer fogueirinha que pudesse – tudo é possível – ter começado a arder no peito dos ufanistas. Com apenas 3% de seu mercado ocupado por traduções, uma fatia mínima que é abocanhada quase inteiramente por vendedores de peso como o sueco Stieg Larrson, o fato é que as brechas para a entrada de literatura brasileira no Reino Unido são virtualmente inexistentes. Membro de uma delegação de editores britânicos que está no Brasil neste momento para conhecer melhor…
Como sabe quem costuma aparecer por aqui, elas são um fetiche assumido do Todoprosa: aí vai uma inusitada coleção de fotos eróticas de priscas eras (mais inocentes que a novela das nove, mas vale o alerta) que juntam mulheres e… máquinas de escrever! * É um belo trabalho jornalístico esta entrevista de Rinaldo Gama, Ubiratan Brasil e Maria Fernanda Rodrigues com o editor Sérgio Machado, da Record, que saiu no último Sabático. O chefão da megaempresa aparece de corpo inteiro, mais interessado no “negócio livro” do que no conteúdo dos livros, o claro junto com o escuro, o que explica muita coisa. Só acho injusto que se demonize o homem por contar o episódio – de resto já sabido – da falsa tradução de Nelson Rodrigues para Harold Robbins. Deixa-se de levar em conta que tal tipo de trapaça com o leitor era visto como benigno e foi característico de certo estágio condescendente da indústria cultural do século 20 – veja-se o horóscopo falso, por exemplo, inventado do início ao fim por leigos absolutos, que muitas publicações de respeito cultivaram. É evidente que não cabe mais esse tipo de coisa, o mundo mudou, a ética ficou menos elástica. Mas convém…
Se você for um daqueles que contemplam a obra-prima de James Joyce a certa distância, com um misto de fascínio e pavor, sem jamais se animar a encarar suas muitas centenas de páginas, saiba que seu nome é legião. Talvez você tenha passado batido pela tradução pioneira de Antonio Houaiss (Civilização Brasileira, 1966) porque ela tem fama de erudita demais – “será que ele usa todas as palavras do dicionário dele?” – e um estranho “Sims” como palavra final, quando o original é um simples Yes. (Millôr Fernandes, irreverente como o próprio Joyce, sugeriu a tradução “É”, como num grito de orgasmo.) Pode ser ainda que a versão mais coloquial da professora Bernardina Pinheiro (Objetiva, 2005), que procurou tornar o “Ulisses” menos intimidador, mais joycianamente brincalhão, e ainda restituiu o “Sim” de Molly Bloom à sua singularidade, também não tenha sido suficiente para levá-lo a encarar o tijolo. Nesse caso, quem sabe você está se sentindo finalmente tentado a dar uma chance a Leopold Bloom na recém-lançada tradução de Caetano Galindo (Penguin/Companhia), que consumiu dez anos de trabalho, contou com a “coordenação editorial” de um tradutor experiente como Paulo Henriques Britto e vem embalada numa capa elegante e cabeçuda como…
A partir do dia 19 de junho será possível baixar no Kindle todos os sete livros da série Harry Potter, o arrasa-quarteirão de J.K. Rowling, em cinco línguas (inglês, espanhol, francês, alemão e italiano), sem que o cartão de crédito do usuário seja debitado em um único centavo. Os títulos são a mais nova aquisição da “biblioteca” do Kindle, que permite pegar emprestado até um título por mês. Mais detalhes, em inglês, aqui. Ora, qualquer um que tenha cinco minutos de familiaridade com um leitor eletrônico sabe que a diferença entre o empréstimo e a compra pode ser meramente teórica no intangível universo digital – mesmo porque a Amazon anuncia que “não há data de devolução” para os livros da biblioteca do Kindle. Onde, então, estará a pegadinha? A pegadinha, se é que se pode chamar assim, é o amadurecimento de um conceito que já estava embutido no projeto Kindle desde o início: o do dono do aparelho como membro de um clube. A “biblioteca” não é exatamente gratuita no fim das contas: só têm acesso a seus (por enquanto) 145 mil títulos – e a benefícios como entrega rápida de livros físicos sem taxa extra e um acervo de…
Lean Back 2.0 – updated February 2012 O link acima abre uma apresentação de slides feita há menos de dois meses por Andrew Rashbass, presidente do grupo “The Economist” (em inglês). Para quem tiver paciência de aguentar um certo visgo Powerpointilhista de embromação corporativa, ela traz algumas ideias novas e surpreendentes – numa palavra, revolucionárias – sobre os padrões de leitura online na segunda década do século 21. “O velho é novo de novo”, afirma um dos quadros. O que isso quer dizer? Resumindo, trata-se da constatação de que, após um período em que a leitura online foi feita basicamente em desktops e laptops, estamos entrando de modo resoluto na era do tablet, que – eis a tese, sustentada por pesquisas e tendências já visíveis de comportamento – muda tudo: daquilo que já se convencionou chamar de Lean forward para Lean back 2.0. Lean forward, para quem não sabe, faz referência à posição do corpo do internauta diante da máquina, inclinado sobre ela: é uma postura ativa que favorece o compartilhamento de informação, a navegação nervosa de link para link e o vaivém da atenção entre texto e vídeo, por exemplo. Lean back 2.0 – e agora a inclinação é…
Principal editora de literatura do país, a Companhia das Letras anunciou há pouco – neste texto assinado pelo editor Luiz Schwarz em sua coluna no blog da casa – a criação escalonada, entre o mês que vem e março de 2013, de quatro novos selos que tornarão a empresa um “grupo editorial”. Os novos selos terão autonomia, “como se fossem novas editoras”, e para eles serão desviados inclusive autores que hoje são publicados pela Companhia. Os selos são Paralela (ficção comercial), Boa Companhia (antologias temáticas), Seguinte (infanto-juvenil) e Portfolio Penguin (negócios). * Não duvido que as fascinantes esculturas (como a da foto acima) do artista americano Brian Dettmer, que conheci no ótimo blog de Almir de Freitas, sejam a prova mais irrespondível de que, embora o mundo digital tenha muitos encantos, existem coisas que só um livro físico pode fazer por nós. * Momento egopress: meu romance “Elza, a garota” (Nova Fronteira, 2009) vai virar filme, anuncia hoje em primeira mão no “Globo” o colunista Ancelmo Gois. Os direitos de adaptação foram adquiridos pelo diretor e produtor Dodô Brandão, autor de “Dedé Mamata”, uma ficção que tem pontos de contato com a temática de “Elza”, e do documentário “3 Antônios…
Interessado em compreender melhor as entranhas do novo mundo dos e-books, em especial a luta dos modelos comerciais antípodas oferecidos por Amazon e Apple e como se situam escritores, editores e livreiros diante deles? Bem, levando-se em conta que, a maior parte do tempo, o Brasil ainda age como se nada disso existisse, você precisa em primeiro lugar saber inglês. Cumprido tal requisito, não existe curso melhor e mais intensivo do que ler a carta aberta – pró-Apple e grandes editoras – que o escritor best-seller Scott Turow (foto), presidente do Authors’ Guild, a associação dos escritores dos EUA, enviou aos membros da organização. Depois é só tomar fôlego e emendar, rolando a tela, na longa lista de comentários postados no site da AG, divididos entre o apoio e a crítica ao ponto de vista de Turow. Além de ser didático, o debate dá inveja: fora um papalvo internético ou outro, o grau de civilidade, informação, articulação e até estilo dos debatedores é de derrubar o queixo. * No momento histórico em que a Enciclopédia Britânica deixa de circular em papel, que tal olhar em volta e medir nosso atraso em relação ao país que ocupa a extremidade oposta da…