Machado: ‘Reescrevam-me à vontade, mas…’ Reescrevam-me à vontade, caros compatriotas; cancelem palavras raras e chistes eruditos; amputem postilhões de Éolo, hidras de Lerna e asas de Ícaro; aplainem sem piedade as ordens inversas, as ousadias sintáticas, todas as cousas grandes ou miúdas. Depois de certa adaptação de Dom Casmurro para aquilo a que chamam TV, e que aqui captamos na parabólica, creio poder afirmar que já nada me fará mossa. Se de resto me agastar algum aspecto dessa faina, pago-lhes com um piparote, e adeus. (Leia mais.) Respostas grosseiras para perguntas idiotas “Como eu construo minha marca?” Chuck Wendig, escritor americano de fantasia com uma carreira sólida como romancista, roteirista e designer de games, autor de livros como Blackbirds e Double Dead, conseguiu fazer uma crítica feroz – e às vezes hilariante – de uma certa mentalidade de autoajuda e de um certo visgo corporativo que vêm se infiltrando há anos, traiçoeiramente, no mundo florescente do aconselhamento literário. Em forma de filezinho aperitivo, aqui vão alguns de seus achados. (Leia mais.) Por que o Google Ads é coisa de psicopata “O psicopata americano”, o romance mais conhecido do escritor americano Bret Easton Ellis, é um livro detestável na opinião de…
Gabriel García Márquez “Cem anos de solidão” é um monumento cravado na história da literatura, ponto. Como os três ou quatro principais livros que o escritor colombiano publicou depois dele mantêm o sarrafo lá no alto, o solo sob seus pés parece firme. A reputação que falta fixar é a do homem público, a do “político”, papel que o ex-menino pobre e franzino de Aracataca passou a representar de modo praticamente profissional depois de se consolidar como celebridade planetária com o Nobel de literatura de 1982. A vaidade transoceânica era um dos lados menos favoráveis do baixinho Gabo. É óbvio o prazer que ele sentia no papel de mediador universal: o escritor no labirinto de sua própria influência, sob o peso de uma fama achachapante, brincando de resolver os problemas do mundo.(Leia mais.) João Ubaldo Ribeiro Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1993 e vencedor do Prêmio Camões em 2008, o escritor baiano era “imortal” apenas no título honorífico. Seu principal romance, “Viva o povo brasileiro”, é imortal literalmente. Épico da nacionalidade, com sua narrativa espalhada por quatro séculos de história e amarrada com o fio mítico, lírico, cômico e irreverente da reencarnação dos personagens segundo a compreendem…