Leu-se no jornalão mexicano “El Excelsior” que a morte do comediante Roberto Bolaños deixou multidões de luto “em toda a América Latina, no Brasil e na Espanha”. Foi o adido cultural brasileiro no México, Gustavo Pacheco, quem me chamou a atenção para o detalhe, daquele tipo em que o diabo gosta de morar: pela lógica do jornal, que espelha uma percepção bastante comum, nosso país não está contido no conjunto “América Latina” e precisa ser nomeado à parte. À parte, pois é. Por acaso não será assim que gostamos de nos ver? Se é evidente que, histórica e politicamente, isso é só um erro de classificação, há vetores culturais poderosos que apoiam tal ideia. Isso ficou muito claro para mim na espetacular Feira do Livro de Guadalajara na última quinta-feira, quando me vi dividindo uma das mesas do programa Latinoamérica Viva com um escritor uruguaio, um argentino, um chileno e uma equatoriana. A língua é o que primeiro nos separa, claro – e certamente aquilo que mais dificulta a vida de um imprudente como eu, que decidi não levar nenhum texto pronto, ponderado e revisado para ler diante do público, como fizeram o chileno Nicolás Poblete e a equatoriana Maria…
Meus blogs deixarão de ser atualizados nos próximos dias, quando estarei no México para lançar a tradução de meu romance “O drible” (El regate) e participar da Feira do Livro de Guadalajara. Volto ao Todoprosa no dia 6 de dezembro e ao Sobre Palavras no dia seguinte.
Escrevi o artigo abaixo por encomenda da revista literária colombiana “Arcadia”. Com tradução de Camila Moraes, ele saiu no número que está nas bancas como parte de uma série de textos assinados por dez escritores, cada um de um país que disputará a Copa do Mundo: Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, França, Inglaterra, Itália, México, Portugal e Uruguai, em ordem alfabética na edição. A ideia era que cada um evocasse, “em forma de memória literária, sua relação com a seleção nacional”. * No livro “Febre de bola”, o escritor inglês Nick Hornby fala de como ficou impressionado quando, criança, viu jogar a seleção brasileira de Pelé, Tostão, Jairzinho e Rivelino na campanha do tricampeonato mundial, em 1970. Bem, ele não estava sozinho. A contribuição original de Hornby ao pasmo mundial diante da superioridade daquela equipe é uma metáfora infantil surpreendente: para ele, o futebol apresentado pelo Brasil no México lembrava “o Rolls-Royce cor-de-rosa de Penélope Charmosa e o Aston Martin de James Bond, ambos equipados com artefatos sofisticados, tais como assentos ejetáveis e armas ocultas, que os colocavam acima da banalidade entediante”. Não sei se leitores mais novos conseguirão captar o encanto singelo dessa imagem de futurismo datado. Para mim, nascido…
Se escrevesse hoje, Jane Austen, autora de clássicos do romance inglês como “Orgulho e preconceito”, talvez fosse catalogada como uma autora cômica, isso se não fosse parar na prateleira de “romance romântico” ou, quem sabe, de chick lit. Esse é o argumento defendido pela escritora Elizabeth Edmondson em artigo publicado no “Guardian” (em inglês, aqui), sob o título “Ficção literária é só marketing esperto”, como parte de uma série dedicada a debater os chamados “gêneros literários”. O argumento é instigante: Jane Austen não se via como autora de “ficção literária” (também chamada de “literatura séria”) pela simples razão de que tal rótulo não existia no século XIX. Sua criação, no século XX, foi uma forma até certo ponto artificial de diferenciar obras artisticamente ambiciosas, mais focadas no trabalho de linguagem do que na contação de histórias, da vasta produção de livros de ficção científica, literatura policial, fantasia, terror, humor, faroeste e outros gêneros de grande apelo comercial, mas considerados artisticamente “menores”. Muito bem. Fora o fato de que rótulos são redutores por definição, haverá algo errado nessa classificação, de resto importante para as livrarias na hora de expor seus produtos? Se considerarmos que uma coisa é vender livros e outra…
A reputação literária do colombiano Gabriel García Márquez, que morreu hoje na Cidade do México, aos 87 anos, está estabelecida faz tempo. Sua cotação na Bolsa de Valores Literários deverá sofrer oscilações no futuro, como a de qualquer escritor que não seja simplesmente esquecido, mas poucas vozes devem se dar ao trabalho de lamentar, por exemplo, seu “folclorismo e exotismo realmente desnecessários” como fez o exilado cubano Guillermo Cabrera Infante, um desafeto político morto em 2005. “Cem anos de solidão” é um monumento cravado na história da literatura, ponto. Como seus três ou quatro principais livros depois dele mantêm o sarrafo lá no alto, o solo sob os pés do escritor parece firme. No caso de Gabo, como o chamavam os amigos próximos (e os jornalistas de qualquer distância), a reputação que falta fixar é a do homem público, a do “político” – papel que o ex-menino pobre e franzino de Aracataca passou a representar de modo praticamente profissional depois de se consolidar como celebridade planetária com o Nobel de literatura de 1982. Foi essa frente política – ou seriam fundos? – que a crítica internacional atacou com maior apetite na notável biografia autorizada que o inglês Gerald Martin publicou…
Em entrevista à seção de livros do “New York Times” (aqui, em inglês), o cantor e compositor Sting se sai com uma boa tirada quando lhe perguntam se é leitor de livros de autoajuda: “Livros de autoajuda? Isso não é um oxímoro?”. Gostei dessa ideia de que livros de autoajuda podem ser, mais que um gênero besta, um gênero cujo próprio nome exprime uma contradição em termos, proposição absurda em que um elemento nega o outro. Como, para citar o clássico exemplo sacado por Groucho Marx, “inteligência militar”. Ora, se é livro, não pode ser de autoajuda – e vice-versa. Na melhor das hipóteses será de autoatrapalhação. É claro que há nisso um tanto de exagero ditado pelo gosto: se alguém acredita que se autoajuda lendo autoajuda, é provável que se autoajude mesmo, e não há nada que Sting possa fazer para mudar isso. Nem eu. O que eu posso fazer é me lembrar vividamente, tendo a frase do ex-líder do Police como madeleine, de um tempo remoto em que o trio inglês ainda nem existia e Clarice Lispector era para mim o exato oposto da autoajuda. Caramba, como eu tinha medo daquela mulher. Estou falando da minha adolescência. Uma…
Um curioso artigo de Jennifer Vanderbes na revista The Atlantic (aqui, em inglês), intitulado “O argumento evolutivo em favor da ficção de qualidade”, ganha de saída minha simpatia. Como se sabe, vivemos tempos difíceis para a tal ficção de qualidade, um tempo em que alguns de seus ex-aliados se atarefam em graves demonstrações teóricas de que a ficção está esgotada, fetichizada, transformada em mercadoria, e de qualquer modo a ideia de qualidade nunca passou de miragem ideológica, certo? Num quadro tão hostil, qualquer palavra endereçada no sentido contrário é bem-vinda para quem se recusa, talvez por pura teimosia, a abandonar a ideia de que a literatura expressa algo de vital sobre o mundo e a experiência humana que nenhuma outra linguagem pode expressar. Seja lá o que for esse algo. Convenhamos: parece melhor que a encomenda uma defesa darwinista do poder da contação de histórias que começa ao redor de uma fogueira do Pleistosceno, 45 mil anos atrás, como se vê na ilustração acima, de Viktor M. Vasnetsov, que acompanha o artigo. Na verdade, o que Vanderbes faz, de um ponto de vista da psicologia evolutiva, não é muito diferente de outras defesas do papel estruturante das narrativas na forma…
A morte do escritor americano Elmore Leonard, hoje, aos 87 anos, me levou a buscar um post de pouco menos de um ano atrás (que vai reproduzido abaixo na íntegra) em que saudei sua chegada a uma certa glória literária oficial, na forma de uma condecoração da National Book Foundation e do lançamento de seus livros pela Library of America. A conclusão era a de que o reconhecimento, merecido, era melhor para o establishment do que para Leonard – embora fosse bom para os dois. Essa impressão é ainda mais forte hoje. * Fiquei muito feliz com a notícia (em inglês) de que o escritor americano Elmore Leonard, 86 anos, autor de um punhado dos melhores romances policiais e de faroeste de todos os tempos, vai receber a medalha da National Book Foundation pelo conjunto da obra, uma honraria que costuma ser abiscoitada por escritores mais “sérios” como John Updike, Gore Vidal e Toni Morrison. Além disso, a Library of America reunirá seus policiais em três volumes de capa dura. Pode ser que esses passos no sentido da canonização não signifiquem muita coisa para o ex-publicitário recluso que vive há décadas de seus livros, produzidos ao ritmo de um por…
Trata-se de uma espécie de “Sobre a arte de jogar pedra nos clássicos – parte 2”: na revista eletrônica Salon.com, o escritor Kyle Minor sai em defesa da contista canadense Alice Munro (foto), que foi esculachada dos pés à cabeça por uma resenha de Christian Lonrentzen na prestigiosa London Review of Books (os dois textos em inglês, acesso gratuito). Alice Munro atingiu um lugar de proeminência literária, e quando um escritor atinge um lugar de proeminência literária, pode acontecer que um crítico encarregado de resenhar seu novo livro se sinta tentado a transformar a encomenda numa oportunidade de fazer uma declaração bombástica sobre o tal escritor proeminente – e dessa forma fazer uma declaração bombástica sobre a literatura contemporânea, a cultura literária contemporânea ou a crítica literária contemporânea. Há dois caminhos comuns pelos quais esse tipo de declaração bombástica pode dar errado – o da santificação e o da iconoclastia. O crítico do tipo santificador despeja sobre o escritor uma ducha de elogios incondicionais, declara-o um gênio e ignora seus defeitos – ou diz que eles são virtudes. O outro tipo de crítico talvez decida que o modo mais seguro de esvaziar o balão de uma reputação hiperbólica não é…
Um fascinante artigo da Bloomberg Businessweek (em inglês, acesso gratuito) conta como um gigantesco ateliê norte-coreano de escultura e pintura em estilo realista-socialista, o Mansudae (que tem como principal cliente o próprio Estado, claro), foi a melhor opção da cidade de Frankfurt quando, há poucos anos, seus administradores decidiram reconstruir a Fonte do Conto de Fadas (foto), uma extravagância art noveau de 1910 que tinha sido derretida para alimentar a indústria bélica nazista na Segunda Guerra Mundial. Uma fábula real sobre como o tecido da história tem dobras surpreendentes em que o “atraso” estético pode virar vantagem competitiva: Klaus Klemp, diretor do Museu de Arte Aplicada de Frankfurt, descobriu o Mansudae em 2004 e ficou tão impressionado com a qualidade de seu trabalho que convenceu a burocracia local a contratar o ateliê. “Foi uma decisão puramente técnica”, diz ele. “Os artistas de ponta na Alemanha simplesmente não fazem mais arte realista. Os norte-coreanos, por outro lado, não vivenciaram a longa evolução da arte moderna: estão meio que presos no início do século XX, que é exatamente quando a fonte foi construída.” O preço cobrado pela Coreia do Norte para reconstruir a escultura de bronze também foi atraente: 200 mil euros,…
É uma ilusão romântica supor que escritores devem ter algo interessante a dizer sobre relações raciais, armas nucleares ou crises econômicas pelo simples fato de serem escritores. Não há nenhuma razão para presumir que romancistas ilustres como Paul Auster e J.M. Coetzee tenham uma visão mais sábia da conjuntura mundial do que um físico ou um neurocirurgião, algo que essa correspondência entre eles confirma de modo deprimente. Na verdade, não há razão alguma para que autores tenham algo especialmente marcante a dizer sobre o ato de escrever, muito menos sobre a Caxemira ou o IRA. Seus comentários sobre a própria obra que produziram podem ser ainda mais obtusos que o dos críticos. Se T.S. Eliot acreditava mesmo que “A terra devastada” era apenas um amontoado de resmungos rítmicos, como disse certa vez, nunca deveriam tê-lo condecorado com a Ordem do Mérito. Os comentários de Coetzee sobre a atual crise econômica não são apenas equivocados, mas levianos. Nada de fato aconteceu com a economia mundial, ele escreve presunçosamente a Auster, a não ser uma reacomodação estatística. É improvável que o Banco da Inglaterra, para não falar das pessoas que viram suas casas e seus sustentos lhe serem roubados por gângsteres financeiros,…
A Qantas, companhia aérea australiana, lançou um curioso programa (em inglês, acesso gratuito) de encomenda de livros de ficção e não-ficção para serem distribuídos em seus voos. Os tamanhos são variados como as rotas, mas a ideia é que o volume seja sempre lido entre a decolagem e o pouso. No cálculo, levou-se em conta que o leitor médio dá conta de algo entre duzentas e trezentas palavras por minuto. Os nomes dos autores ainda não foram divulgados. Por alguma razão, não consigo imaginar Gol ou Tam fazendo isso. * Há um ingrediente adicional que torna mais eficaz o recurso ao pensamento esotérico. Para deixá-lo doutrinariamente inofensivo, para despojá-lo de todo perigo satânico, Coelho o combina com doses adequadas de cristianismo tradicional: citações da Bíblia, quadros do Sagrado Coração de Jesus, rezas do Pai Nosso… O público majoritário não se sente em pecado por ler heresias, e o narrador, ao mesmo tempo que se faz passar por alguém dotado de poderes paranormais (capaz inclusive de telepatia), deixa saber que é também um bom cristão, apesar de seus flertes com a magia. Por que Paulo Coelho é tão ruim, na avaliação de Héctor Abad Faciolince (em espanhol). * A escrita é…
Em um ótimo artigo (em inglês) no blog de livros da “New Yorker”, Sam Sacks tenta recuar dois passos para falar em termos menos apaixonados – e mais historicamente fundamentados – da polêmica deflagrada pelo recente torpedo “Por que eu desprezo ‘O grande Gatsby’”, de Kathryn Schulz (em inglês, aqui). Na verdade, mais do que o artigo original e a onda de condenações que ele levantou, a principal motivação de Sacks parece ser um tuíte em que a escritora Joyce Carol Oates tenta blindar o romance do colega F. Scott Ftizgerald dizendo o seguinte: “Odiar ‘O grande Gatsby’ é como cuspir no Grand Canyon. Ele não vai desaparecer tão cedo. Você vai”. Achei honesto o artigo de Schulz, ainda que não concorde com ele em seu ponto mais fundamental: considero ‘Gatsby’ um belo livro. No entanto, como Sacks, também fiquei incomodado com as tentativas generalizadas de desqualificar a crítica de antemão, como se a ousadia de falar mal de uma obra canônica não pudesse obedecer a nenhuma outra motivação além daquele impulso baixo, a “vontade de aparecer” – que em sua versão contemporânea pode ser traduzida como “fome de cliques”. Sim, é verdade que jogar pedras em ídolos é um…
A notícia que começou a circular há alguns dias parece piada, mas não é. Trata-se apenas de um concurso literário do outro mundo: a Nasa, agência espacial americana, vai escolher três haicais num concurso de mensagens poéticas para Marte e gravá-los num DVD a ser levado ao Planeta Vermelho na missão Maven, com lançamento marcado para novembro (via Guardian). Como se sabe, haicai (também chamado haiku) é um poema de apenas três versos, de origem japonesa. As inscrições são abertas a todos e vão até 1º de julho. Uma votação online apontará os vencedores. Não, ninguém espera encontrar em Marte um público leitor para os poeminhas. A mensagem é dirigida aos próprios terráqueos, em busca de apoio popular para a contestada causa da exploração espacial. Isso é tornado mais evidente pela promessa de que os nomes de todas as pessoas que entrarem em contato com a missão manifestando esse desejo também serão gravados no tal DVD. Depois de refletir longamente sobre tudo isso, pensei em enviar minha modesta contribuição: Nada de arte, Marte: A Terra é feita de terra Água e marketing. Mas desconfio que desclassifiquem textos em português. * O cineasta Steven Soderbergh, de “Sexo, mentiras e videotape” e…
A Associação de Editores de Madri acaba de lançar uma campanha publicitária, assinada pela agência espanhola Grey, em que ilustres representantes da cultura literária de todos os tempos são impiedosamente exterminados por representantes da cultura audiovisual contemporânea (via No mundo e nos livros). Dom Quixote enfrenta os Angry Birds e é abatido ao pé de um moinho de vento. A baleia Moby Dick, depois de derrotar a fúria homicida de Ahab, encalha e morre na praia do seriado Lost. O Pequeno Príncipe (vamos conter as comemorações, pessoal) tomba entre as ruínas de um videogame de guerra. A arte é caprichada e o recado, claro: o culpado é você – isso, você mesmo – que devia estar lendo em vez de perder tempo com atividades idiotas como jogar videogame e ver TV. “Quando você passa tantas horas jogando um joguinho no seu celular, nem tudo o que você destrói lhe rende pontos”, diz a legenda da primeira imagem. “Quando você passa tantas horas assistindo à série de TV mais popular da história, não são apenas os personagens que terminam perdidos”, reforça a segunda. “Quando você gasta tanto tempo jogando videogames de guerra, não são só seus inimigos que você liquida”, fulmina…
Após quatro anos à frente da “Granta”, a mais influente revista de literatura do mundo, o escritor e crítico americano John Freeman (foto) está deixando o posto – e a ponte aérea Londres-Nova York – para dar um curso de “escrita criativa” na Universidade Columbia. A saída de Freeman, aparentemente amigável, se dá poucos dias após o lançamento da quarta edição da já lendária seleção de “melhores jovens romancistas britânicos” (em inglês, aqui). A gestão do americano foi marcada pela expansão internacional da marca, lançada nesse período em dez países em modelo de franquia – a brasileira, da editora Alfaguara, já existia quando ele desembarcou na revista. O último fruto da safra será a “Granta” portuguesa, que tem lançamento marcado para 21 de maio e já anunciou a publicação de cinco sonetos inéditos de Fernando Pessoa. (Via Galleycat.) * E a própria bola te há de boicotar, e sobre teu tapete sentirás as dores de parto de inúmeras peladas que negarão a honra do teu nome. Pois serás Maracarena, serás Maraca-Não, serás rebatizado e deserdado em tuas tradições: os gentios rasgarão tua rede véu-de-noiva e vendê-la-ão aos pobres. Recurso antigo que o pós-modernismo revalorizou, a paródia literária costuma ser vítima…
A capa ao lado (“Este é o primeiro livro que eu leio em seis anos”), nome alternativo de “A garota com tatuagem de dragão”, de Stieg Larrson, é a preferida de todos os tempos pelos leitores do blog de humor Better Book Titles, que desde 2010 imagina “títulos melhorados” para livros famosos. O nome que coube à obra do autor sueco, claro, caberia em vários outros sucessos. * E por falar em capa de livro: se esta aí embaixo, à direita – um legítimo produto brasileiro, de uma coleção popular da editora Record nos anos 1980 – não for a pior do mundo em todos os tempos, como a denominou Gabe Habash no blog da Publishers Weekly, será apenas porque as outras da coleção “Best of the best” não ficam atrás. * Michel Laub, oportuno, escreve sobre a forma mais garantida e socialmente aceita de assassinar um escritor: banalizá-lo em pílulas de auto-ajuda nas redes sociais. * A sempre provocante Laura Miller reflete na Salon.com sobre o direito que têm os escritores de ficção de puxar o tapete do leitor – e em que momento esse direito esbarra no direito do leitor de simplesmente abandonar o livro. * Um livro…