Bartleby, o escriturário de Herman Melville, sofria de síndrome de Asperger, pesquisadores acabam de anunciar. Supunho que, diante dessa informação, eu devesse escalar agora os píncaros da revelação literário-científica. Mas prefiro não. Saul Bellow, em carta de 1959 ao colega Bernard Malamud, que queria convencê-lo a entrar para o sindicado dos escritores, recusou a proposta dizendo que “o editor e o agente não são os inimigos. Os inimigos (e eu tampouco os hostilizo demais) são cento e sessenta milhões de pessoas que não leem nada”. Um volume com a maior parte das cartas escritas por Bellow será publicado mês que vem nos EUA. Sem link aproveitável (ah, Estadão…), mas vale assim mesmo: a resenha do Sabático sobre o novo romance de Cristovão Tezza, “Um erro emocional”, chama o livro de “Um erro promocional”. Ato falho? Diante da expectativa mais ou menos generalizada – e frustrada, o que é um bom sinal – de que Tezza poria na rua um livro tão confessional e dramático quanto o best-seller “O filho eterno”, é inevitável achar que sim. No Babelia, as possíveis semelhanças entre dois ganhadores do Nobel, Albert Camus e Mario Vargas Llosa, que se encontraram em Paris numa certa manhã de…
Mais um sensacional capítulo da série “Como a tecnologia vai transformar nossos cérebros em esponja de lavar louça”: uma reportagem do “Wall Street Journal” (em inglês, acesso gratuito) cita pesquisas científicas que apontam o papel fundamental desempenhado pela velha escrita à mão no desenvolvimento do cérebro. “A prática ajuda no aprendizado de letras e formas, pode aprimorar a composição e a expressão de ideias e até auxiliar no ajuste fino de habilidades motoras”, diz o texto, acrescentando que escrever à mão também pode ser um bom exercício para manter o cérebro ativo na velhice. O texto não chega a entrar nessa área, mas não pude deixar de imaginar desdobramentos literários interessantes. Será que os poetas, que na maior parte dos casos tendem a usar lápis ou caneta, se saem melhor no quesito “composição e expressão de ideias” do que os prosadores, já rendidos majoritariamente ao teclado? De uma forma ou de outra, a mensagem é clara: apocalipse à vista, certo? Não é bem assim. Ocorre que a própria tecnologia pode nos salvar, oba! Como já disse David Foster Wallace em um de seus brilhantes ensaios sobre a cultura americana, a tecnologia que cria o problema é a mesma que acaba…
A participação da Argentina como país homenageado na Feira de Frankfurt deste ano, encerrada ontem, foi chamada de “a mais literária que tivemos em anos” pelo diretor do evento, Juergen Boos, que se declarou convencido de estar ocorrendo neste momento “uma redescoberta da literatura da América Latina”. O caminho que conduziu até lá não foi, no âmbito doméstico, livre de percalços, como demonstra a crítica à exploração da imagem de ícones como Carlos Gardel e Diego Maradona contida num abaixo-assinado divulgado mês passado por escritores argentinos. No entanto, uma conferida na luxuosa cobertura online feita pela equipe da revista “Ñ”, do jornal “Clarín”, confirma a impressão de uma oportunidade bem aproveitada. Isso se vê nas boas ideias levadas ao pavilhão – como o labirinto (borgiano, evidentemente) que contava a história da literatura argentina e o memorial em homenagem aos escritores desaparecidos na ditadura – mas também em ações preparatórias como um programa estatal de apoio a traduções, lançado ano passado e batizado Sur, que promoveu a edição de 130 escritores argentinos em 54 países. A presidente do comitê organizador argentino, Magdalena Faillace, classificou a sensação de ver em Frankfurt tantos conterrâneos traduzidos em tantas línguas como “erótica”. O Brasil tem…
Achei surpreendentemente fascinante este ensaio da revista “Boston Review” (em inglês, acesso gratuito), em que Vivian Gornick, a partir dos diários deixados por Sofia Tolstoi (que acabam de ganhar nova edição em inglês) e por seu marido Leon (cuja morte completa cem anos mês que vem), imagina-os como personagens de Dostoievski. A surpresa vem do fato de minha reação habitual ser de desinteresse – ou de interesse moderado, o que dá no mesmo – diante de informações biográficas de escritores e artistas em geral. Só a obra importa, certo? Por que, então, fui sentir tal encanto horrorizado diante da história de um casal inseparável até a morte numa rotina pontuada por ímpetos de assassinato e suicídio, atolado na infelicidade e na humilhação que provocava em ambos, nas palavras de Gornick, “a discrepância entre o que se esperava do amor conjugal e o que ele de fato mostrara ser”? Talvez o trunfo da ensaísta seja a sacada que entrego já no título deste post, e que nega ou pelo menos complica todos os modelos certinhos demais de arte e vida que tantos autores e leitores de biografias cultivam: se Dostoievski escrevia a vida conjugal de Tolstoi, a vida de quem Tolstoi…
O escritor peruano Mario Vargas Llosa, anunciado agora há pouco pela Academia Sueca como vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 2010, é um dos nomes mais incontestáveis a receber a honraria em muitos anos. Um dos mais destacados representantes da geração do chamado “boom latino-americano” dos anos 1960-70, Vargas Llosa, 74 anos, nascido em Arequipa, mora hoje em Nova York e leciona na Universidade de Princeton, em Nova Jersey. É autor de diversos romances que combinam sucesso de público com o respeito da crítica, como “A cidade e os cachorros”, “Conversa na catedral”, “A guerra do fim do mundo” (sobre Canudos), “Tia Julia e o escrevinhador”, “Pantaleão e as visitadoras” e “Travessuras da menina má”. Seu próximo romance, “O sonho do celta”, será lançado em breve. A obra de Vargas Llosa vem sendo relançada no Brasil pela Alfaguara e uma coletânea de artigos e ensaios, “Sabres e utopias”, acaba de sair por aqui aqui pela editora Objetiva, do mesmo grupo. Nos ensaios literários deste livro, Vargas Llosa enfoca nomes como Jorge Luis Borges, Cabrera Infante e Jorge Amado, classificado por ele como o único escritor a merecer ir para o céu. Sua militância latino-americanista fica evidente, mas a literatura…
Saladinha de segunda, para poupar aos leitores do Todoprosa a tarefa de revirar a ganga bruta da web literária atrás de pequenas pepitas de informação: J.K. Rowling admitiu à apresentadora americana de TV Oprah Winfrey – em entrevista que foi ao ar sexta-feira – que pode voltar a escrever um livro da série Harry Potter, que já vendeu 400 milhões de cópias. “Não estou dizendo que não o farei”, disse. Quando o nível da conta bancária começar a baixar, por que não? Falando em dinheiro, um estranho exercício de jornalismo econômico-literário: no “Babelia”, uma reportagem ouve editores espanhois e conclui que, nestes tempos de crise econômica (não aqui, certo?), caem as vendas de clássicos enquanto sobem as de romances policiais. Um azarão atropelou por fora e já aparece em segundo lugar na lista de favoritos ao Nobel de Literatura da casa de apostas inglesa Ladbrokes: o romancista Ngugi wa Thiong’o começou pagando 75 por 1 e está em 5 por 1. Continua atrás do sueco Tomas Tranströmer (4/1), mas por muito pouco. A importância do fator “quem?”, assim, multiplica-se. Thiong’o tem títulos traduzidos para o português pelas Edições 70, de Portugal, mas não no Brasil. Com desempenho menos fulgurante, o…
A mais cruel das pegadinhas literárias: telefone para Philip Roth às seis da manhã da próxima quinta-feira e fale com sotaque sueco. Interessado no Nobel, o prêmio dos prêmios literários, que será anunciado na próxima quinta-feira? Bom, eu confesso que, a cada ano, fico menos. Isso não me impede de reconhecer que pode ser divertido acompanhar o aquecimento que rola online, como este ou aquele outro, da revista eletrônica Words Without Borders, de onde saiu a piada acima. O aquecimento é divertido desde que se leve em conta que costuma ser vão. Em primeiro lugar entre os favoritos das casas de apostas está o poeta sueco Tomas Tranströmer (cujo fator “quem?” pode ser, justamente, um trunfo decisivo). O problema é que as casas de apostas nunca acertam. Em outras paragens, têm sido ventilados Ismail Kadaré, Milan Kundera, Javier Marías e Amós Oz. Os nomes de Roth e Thomas Pynchon também são citados, mas sempre com uma dose saudável de ceticismo, que cresceu desde que a Academia Sueca declarou guerra à “insular” literatura americana, há dois anos. Mas nunca se sabe, não é?
Sinal dos tempos: um post (em inglês, acesso gratuito) que pretende lançar luz sobre o futuro da literatura saiu no blog de games do “Guardian”, sob o título: “Será a ficção interativa o futuro dos livros?” A questão não é nova, embora esteja cada vez mais presente nas conversas de gente letrada – e acredito que ocupe boa parte do tempo em que estarei, ao lado de Adriana Lisboa, conversando com o público do Café Literário da Bienal do Livro do Paraná neste sábado sobre “Literatura digital, e-books e o leitor do futuro: há uma revolução em curso?”. Para encurtar, eu diria que o post saiu no blog certo. Talvez a ficção interativa seja o futuro dos games; dos livros, duvido muito. Isso não quer dizer que eu fique insensível à excitação do momento presente, em que as novas fronteiras abertas pelos leitores eletrônicos permitem imaginar maneiras até então impensáveis de contar histórias, com a incorporação de recursos de som e imagem e a exploração lúdica do hipertexto em benefício de narrativas que se expandam para o lado que o leitor quiser. Desenvolvimentos interessantes e, provavelmente, inevitáveis. Só que isso não é literatura. O que é literatura, então? Claro que…
Dica preciosa do blog Dicta&Contradicta: todas – 205 por enquanto – as entrevistas com escritores feitas pela “Paris Review”, sob a rubrica The art of fiction, acabam de ficar disponíveis no recém-reformado site da revista para internautas de qualquer parte do mundo que tenham a chave (isto é, que leiam inglês), num roteiro de navegação organizado por autor ou por década, da de 1950 até hoje. São entrevistas longas que, de modo geral, dispensam curiosidades triviais para buscar uma profundidade pouco vista na imprensa sobre o processo criativo de cada autor. Quem está lá? Bom, o predomínio anglófono é previsível, mas “todo mundo” não seria uma resposta totalmente descabida. Um exemplo do sabor da coisa, tirado da entrevista com o escritor espanhol Javier Marías: Pergunta: “Quando comecei a ler seus romances, as digressões do narrador me deixaram ansioso por chegar à conclusão.” Resposta: “Sim, acho que eu forço isso. No segundo volume de ‘Seu rosto amanhã’, há uma cena em que um homem desembainha uma espada. A cena se passa numa discoteca, e o homem está prestes a cortar a garganta de alguém. O narrador é uma testemunha disso, conta a história e está assustado, é claro, e horrorizado –…
A notícia de que o tradicional jornal econômico americano “The Wall Street Journal” vai lançar dentro de poucas semanas um suplemento literário, publicada ontem no “New York Times” (acesso livre aqui, mediante cadastro), pode ser lida como a exceção meio bizarra que confirma uma regra ou, quem sabe, como um indício de que o apocalipse do jornalismo tradicional de literatura foi apregoado com alguma precipitação. Se considerarmos que um movimento semelhante foi feito em março deste ano no âmbito doméstico pelo “Estado de S. Paulo” ao lançar o caderno Sabático, a segunda opção parece ganhar força. Mas convém não esquecer que, pelo menos desde o início de 2007, o alarme vem sendo disparado por escritores e editores no mercado dos EUA, sempre com excelentes razões: um jornal após o outro passou a extinguir seus cadernos de resenhas, a ponto de hoje, segundo o NYT, só restarem ele próprio e o “San Francisco Chronicle” como jornalões que ainda resistem a fundir a crítica literária à geleia geral da cobertura de assuntos culturais. Por aqui, uma perda recentíssima é a do tradicional Ideias do “Jornal do Brasil”, com a diferença de que não houve nesse caso uma decisão editorial: o caderno afundou…
“Isso é parte do meu método”, disse o escritor francês Michel Houellebecq a uma rádio de Paris (trechos da entrevista são reproduzidos hoje pelo jornal inglês “The Independent”), em resposta à acusação de plágio que lhe foi feita semana passada pela revista eletrônica Slate.fr, que flagrou em seu recém-lançado romance La carte et le territoire longos trechos copiados da Wikipedia. “Se esses caras pensam isso, não têm a menor ideia do que é literatura”, contra-atacou Houellebecq. “Essa abordagem, a da mistura de documentos reais com ficção, foi usada por muitos autores. Fui influenciado especialmente por Perec e Borges. Acredito que usar esse tipo de material contribua para a beleza dos meus livros.” Para a promoção deles certamente contribui. Único nome da ficção francesa contemporânea a gozar de uma aura de estrela midiática, Houellebecq conseguiu mais uma vez provocar uma boa polêmica. A diferença é que agora, em vez das acusações de misogia ou islamofobia que pairavam sobre seus livros anteriores, surge a atualíssima questão dos limites entre o plágio e o sampling literário. A jovem escritora alemã Helene Hegemann meteu-se em confusão parecida no início deste ano, comentada aqui no Todoprosa. Mas com Houellebecq, autor consagrado, o assunto ganha mais…
Os 150 anos do nascimento do escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904), considerado o pai do conto moderno, motivaram uma bela edição do Babelia, suplemento literário do jornal espanhol “El País”. Um dos destaques é o artigo de abertura, “Pistolas e mares”, em que Luis Magrinyà reflete sobre o paradoxo que envolve aquela famosa tirada do autor – em referência ao teatro – sobre a pistola que se mostra no início da trama ter que ser disparada antes de cair o pano. Esse argumento poderoso contra a gratuidade, o mero adorno, foi em geral acatado como lei pela arte narrativa do século 20. O problema é que a frase da pistola, observa Magrinyà, acabou por obscurecer o fato de que os contos tchekhovianos tiram sua maior força de elementos aparentemente desamarrados, sugestões inconclusivas que produzem um efeito duradouro na cabeça do leitor. A pistola não dispara, mas escapa de ser gratuita porque, calada, ressoa ainda mais. A conclusão do autor do artigo é, numa paráfrase livre, a de que Tchekhov inventava assim o realismo que sucederia a onisciência do século 19, um espelho lacunar do que a vida tem de essencialmente amorfo e indomável, “como o mar”. Outro atrativo da edição,…
Um programa desenvolvido pela The Open University britânica é o espécime mais recente – e um dos mais elaborados, além de visualmente atraente – de um novo animal na floresta das conversas sobre literatura. Trata-se de uma espécie ainda sem nome, até onde sei, mas a falta não parece ser um problema, uma vez que quase todo dia nasce uma criatura nova. Enquanto não vem o batismo, poderíamos chamar o bicho de Brinquedo Literário-Digital. 20th century writers: making the connections (“Escritores do século 20: fazendo as conexôes”) é um complexo infográfico que apresenta uma lista de autores britânicos sentados em círculo, como ao redor de uma távola redonda, e rabisca na tela a partir de cada um, a um clique do mouse, um emaranhado multicolorido de linhas que apontam temas comuns, relações de amizade ou inimizade, formação, gêneros que praticaram etc. O exemplo acima, meramente ilustrativo (clicar nele vai apenas ampliá-lo, mas a brincadeira pode ser acessada aqui), liga Graham Greene ao resto da turma. Assim ficamos sabendo que ele brigou com Virginia Woolf, era amigo de Ian Fleming, compartilhou com G.K. Chesterton tanto o gênero policial quanto a formação de jornalista, dividiu com Anthony Burgess o tema do pós-colonialismo…
Em sua segunda participação na Flip, mês que vem, o escritor indiano-britânico Salman Rushdie terá na agenda oficial o lançamento (pela Companhia das Letras) do romance “Luka e o fogo da vida”, uma continuação de “Haroun e o mar de histórias” (que está sendo relançado pela Companhia de Bolso). Não duvido, porém, que um livro ainda inexistente do autor acabe por roubar a cena em Parati. Em fevereiro deste ano, Rushdie tinha anunciado a intenção (aqui, em inglês) de escrever um livro de memórias centrado na experiência radical de viver entocado e cercado de guarda-costas depois que, há 21 anos, a fatwa decretada pelo aiatolá Khomeini declarou seu livro “Os versos satânicos” ofensivo ao Islã e o transformou em cabra marcado para morrer. A novidade, revelada pelo próprio Rushdie na semana passada, num evento promovido pela revista “Granta”, é que o livro já está sendo escrito, com a intenção primeira de “acabar com os mitos” que cercam seu período na clandestinidade. Entre eles, segundo uma amiga, o de que o colega Ian McEwan o teria acolhido em casa por uma longa temporada no auge do perigo, quando a verdade é que os dois se limitaram a jantar juntos uma vez….
Eu vi as melhores cabeças da minha geração destruídas pela concisão, pela conectividade excessiva, emocionalmente famintas de atenção, arrastando-se por comunidades virtuais às três da manhã em meio a pizza velha e sonhos negligenciados, à procura de um raivoso sentido, qualquer sentido, antenados que usam o mesmo boné ansiando pela aprovação conjunta e cética do dínamo holográfico projetado na tecnologia da era, que feridos e atordoados por conexões ruins e recessão ficaram acordados até tarde microconversando na escuridão sobrenatural de cafés com wi-fi liberado… E por aí vai. O texto inteiro (em inglês) está aqui. Essa paródia do poema “Uivo”, obra-prima de Allen Ginsberg, é assinada por Oyl Miller e leva o título de “Tweet”. Saiu na revista eletrônica McSweeney. Achei o texto brilhante, ao mesmo tempo engraçado e lúgubre. Qualquer um que já tenha visto as horas – e horas e horas – escorrerem entre os dedos no Twitter entenderá o que Miller quer dizer.
I write likeH. P. Lovecraft I Write Like by Mémoires, Mac journal software. Analyze your writing! Não, eu não creio que escreva como Lovecraft. Mas é o que garante o certificado acima, oficial e conquistado em jogo limpo com a ferramenta I Write Like (Eu Escrevo Como), a mais nova brincadeira a levantar marolas no pântano da web literária. “Confira ao de que escritor famoso seu modo de escrever se assemelha com essa ferramenta de análise estatística, que leva em conta sua escolha vocabular e seu estilo e os compara aos dos autores famosos”, diz a página inicial. Abaixo desses dizeres cola-se um bloco de texto, aperta-se um botão e… Bobagem? Claro que é. Mas uma bobagem divertida e intrigante. Com certeza vai me obrigar a reler o velho Howard Phillips Lovecraft (1890-1937) para conferir se existe mesmo algum sentido na “análise estatística” que encontrou semelhanças entre meu estilo e o do mestre americano do fantástico e do horror. Quem quiser brincar deve levar em conta que a ferramenta, infelizmente, só aceita textos em inglês – usei um trecho da tradução de meu conto “O homem que matou o escritor” (The man who killed the writer), publicado na revista eletrônica…