Para críticos e resenhistas que se ressentem, às vezes de forma dolorosa, da importância atribuída às obras dos escritores em detrimento da sua própria, uma boa notícia: um prêmio (anglófono, of course) para resenhas jornalísticas. Mas não se trata de qualquer resenha. Só podem concorrer aquelas que, de preferência com estilo, fizerem picadinho de seu objeto, como o nome do galardão indica: Hatchet Job of the Year, isto é, Serviço de Machadinha do Ano. Talvez a notícia não seja tão boa, afinal. Por que não premiar simplesmente a melhor resenha, a que jogue mais fachos de luz – negativos ou positivos, mas mais provavelmente uma mistura deles – sobre o livro que analisa? O foco em textos de espinafração espirituosa é claramente uma forma de, pela via do folclore, dar contornos nítidos a algo que permanece embaçado e amorfo na cena cultural contemporânea. * Talvez seja o caso de refletir sobre a surpreendente humildade declarada por George Steiner, crítico de altíssimo coturno, nesta entrevista (em inglês) de duas semanas atrás: Críticos, comentaristas e exegetas, mesmo os mais talentosos, ainda estão a anos-luz dos criadores. Nós não compreendemos as fontes íntimas da criação. Por exemplo, imagine esta cena, que se passou…
O Pop Literário de Sexta saúda 2012 e pede passagem. * PROFESSOR: Muito bem, crianças, sentem-se. Houve uma mudança de orientação pedagógica na escola. Vou passar um livro para vocês lerem. ALUNO: Livro? Cara, como eu odeio isso. P: Turma, este livro é muito polêmico e acaba de ser retirado da lista de livros proibidos. A: É mesmo? Maneiro. P: Chama-se “O apanhador no campo de centeio” (começa a distribuir exemplares entre as carteiras), e tem algumas partes muito censuráveis… A: Eba! P …e linguagem forte e vulgar. Por sinal, diversas escolas do país ainda proíbem este livro, considerado realmente impróprio. A: Cara, mal posso esperar! P: Como dever de casa, eu quero que vocês leiam do capítulo 1 ao 5, e amanhã debateremos… A: Não, não, vamos ler agora! A: Sr. Garrison, o cara que matou o John Lennon não botou a culpa neste livro? P: Sim (a contragosto), parece que o assassino de John Lennon alegou ter sido inspirado pelo “Apanhador no campo de centeio”. Mas ele era só um maluco. A: Olha só, você tá dizendo que esse livro é sujo, impróprio, e ainda fez um cara dar um tiro no rei dos hippies? Quer fazer o…
O filme “O jogador” (1992), de Robert Altman, satiriza a indústria cinematográfica americana na pessoa de um produtor tão cheio de talento quanto desprovido de caráter, vivido por Tim Robbins. Mas sobra para quem escreve também, como o roteirista “artístico” interpretado pelo britânico Richard E. Grant, visto aqui em toda a glória de seu pitch, a tentativa de vender um roteiro ao establishment em poucas palavras, à mesa de um restaurante. Curiosidade: a cena ganha certo tom metalinguístico quando se sabe que “O jogador”, adaptação de um romance, foi roteirizado pelo próprio autor, Michael Tolkin. Um ótimo fim de semana para nós. httpv://www.youtube.com/watch?v=sxDHMspVzsQ&feature=player_embedded
O escritor inglês Ian McEwan, uma das estrelas da edição 2004, estará de volta à Festa Literária Internacional de Paraty em 2012. “Se não será necessariamente ‘maior’ do que a criada em 2004, a expectativa com a vinda de McEwan para a Flip 2012 deve (…) ter um lastro ao mesmo tempo mais sólido e diverso”, diz o curador Miguel Conde, em post publicado hoje no site do evento, referindo-se ao fato de o autor, na época, ser conhecido do público brasileiro quase exclusivamente pelo sucesso do romance “Reparação”. Não precisava se incomodar. É verdade que a obra de McEwan não é só “Reparação”, mas este romance permanece como seu ponto mais alto – tão alto que já justificaria a repetição do convite. Com o americano Jonathan Franzen, estreante na festa e também já confirmado, o escritor inglês monta um meio-campo literário de peso como há anos não se via. Se “Liberdade”, de Franzen, andou sendo saudado por aí como “o livro do século”, considero “Reparação” um candidato muito mais respeitável a essa hipérbole – desde que sejamos capazes de abstrair o quanto ela tem de tolinha, claro. Para outras novidades da Flip 2012 anunciadas hoje, clique aqui. * O…
httpv://www.youtube.com/watch?v=_jZVE5uF24Q Para não deixar cair mais uma vez no esquecimento a seriíssima série Pop Literário – que aparece aqui no blog às sextas-feiras, ou então não aparece – aí vai o bem produzido, divertido e premiado trailer do mashup “Razão e sensibilidade e monstros marinhos”, de 2009.
Sim, Roberto Bolaño (foto) escreveu uma história de zumbis – tendo a TV como intermediária, mas escreveu. Clique aqui para ver uma animação (meio desanimada, mas estilosa) baseada em seu conto The colonel’s son, “O filho do coronel”, publicado pela “Granta” inglesa em sua edição de horror. (Via The Book Bench.) * Antes eu me satisfazia com a imagem nebulosa de um novo e persuasivo crítico que deixava todo mundo excitado e nervoso ao atacar apaixonadamente romances em que as pessoas (inclusive eu) apaixonadamente acreditavam; agora eu me via na posição de revisar essa imagem em favor da impressão de um crítico nada convincente cujo ar de amplitude erudita mascarava – mal – um paroquialismo punitivo. O escritor americano Jonathan Lethem conta no “Los Angeles Review of Books” (em inglês, acesso livre) como descobriu que o rei – isto é, o crítico James Wood, de quem até então era fã – estava nu quando este lhe dedicou uma resenha negativa, oito (!) anos atrás. Não se pode negar coragem a Lethem por se expor assim, lambendo em público uma ferida que, tanto tempo depois, ainda se recusa a cicatrizar. Infelizmente, este elogio ambíguo é o único que consigo fazer ao…
httpv://www.youtube.com/watch?v=W4s9V8aQu4c O blogueiro retoma a negligenciada série Pop Literário de Sexta com uma bela pepita de cinemateca: o curta de animação The tell-tale heart (“O coração delator”), adaptação fiel do conto de Edgar Allan Poe. Esta é, de longe, a melhor das incontáveis versões audiovisuais dessa obra-prima da literatura de terror disponíveis no YouTube. Lançado pela Columbia no distante 1953, o filmete parece surpreendentemente avançado no manejo ousado de enquadramento, montagem e técnicas pictóricas que antecipam as graphic novels dos anos 1980. E tem, acima de tudo, a narração sublime de James Mason no papel de sua vida: “É verdade, eu sou nervoso. Muito nervoso, terrivelmente nervoso… Mas por que vocês dizem que sou louco?”. Bom fim de semana a todos.
Não dá para derivar personagens muito profundos ou suspense narrativo da convicção de que Jesus salva e tudo vai acabar bem. Até Charles Dickens se atrapalhou. Emérito contador de histórias, ele queria – embora não fosse lá tão cristão assim – que seus filhos soubessem “algo da história de Jesus Cristo”. Em fins da década de 1840, escreveu ‘A Vida de Nosso Senhor’ e a recitou para eles no Natal. “Jamais viveu alguém”, começava, “que tenha sido tão bom, tão amigo, tão gentil e tão piedoso com as pessoas que erram.” Eis uma sentença de abertura ruim por qualquer critério que se adote, mas as coisas pioraram quando Dickens insistiu: “Ele agora está no céu, para onde todos esperamos ir, a fim de nos reencontrarmos após a nossa morte”. Bom humor e alto astral diante da morte não rendem boa literatura, e o autor de ‘Oliver Twist’ e ‘David Copperfield’ deve ter percebido que fracassou. Deu o manuscrito aos filhos, sob a condição de que nunca permitissem que fosse copiado ou retirado de casa; e de fato o texto não achou o caminho de uma edição impressa por quase cem anos. Se um personagem nascido com todas as perfeições é…
É cruelmente divertida a resenha de Geoff Dyer (no “Financial Times”, acesso livre) sobre a recém-publicada biografia de Martin Amis (foto), escrita por Richard Bradford. Dyer defende a tese de que Amis rompeu com seu biógrafo não por desaprovar as revelações do livro (não há nenhuma, segundo ele), mas por ser alérgico a textos mal escritos. Depois de listar mais um de muitos exemplos de prosa pedregosa, observa: Seria possível argumentar que isso é só um deslize, um momento infeliz de descuido, e que é injusto, ao resenhar um livro cujo propósito é fornecer fatos, deter-se em defeitos de estilo. Se Bradford estivesse escrevendo a história da vida de um almirante reformado, talvez tal atenuante funcionasse. No entanto, como já apontou seu biografado, o estilo não é algo que se acrescente posteriormente ao texto, como um bonito papel de embrulho. É a própria coisa, o dom em si. E quando as frases começam a escapar do autor, todo o resto vai junto – a impaciência do escritor se transmite ao leitor. Estamos perto daquela famosa frase provocadora de Vladimir Nabokov, não por acaso um favorito de Amis: Estilo e Estrutura formam a essência de um livro; idéias grandiosas são besteira….
Pouco perguntam sobre literatura ao israelense Amós Oz, 72 anos, embora ele seja um baita escritor. Oz costuma falar muito mais de política, o que é compreensível. Desde 1967, quando começou a se pronunciar publicamente a favor da criação do Estado palestino, ele vem sendo a face progressista mais constante de Israel, alguém com quem o diálogo é possível mesmo nos momentos de maior recrudescimento do conflito israelense-palestino. Seu mais recente feito político foi presentear com um exemplar autografado de seu livro de memórias o líder palestino Marwhan Barghouti, preso em Israel sob acusação de terrorismo. Isso reavivou um velho hábito da direita israelense: enviar-lhe cartas com ameaças de morte. Apesar de crítico da política israelense, Oz é um intransigente defensor do Estado de Israel, alguém que, filho de imigrantes sionistas oriundos da Europa oriental, viveu a história de sua criação como parte da infância e morou por décadas – inclusive depois de casado – num kibbutz. E que, quando saiu de lá, se mudou para uma casa no deserto de Negev. Oz está no Brasil para duas palestras sobre o tema “Literatura e guerra: perspectivas israelenses”, num dos eventos comemorativos do aniversário de 25 anos da Companhia das Letras,…
O novo livro de Haruki Murakami, “1Q84”, tem 928 páginas. O estouradíssimo George RR Martin, resposta americana a Tolkien, escreveu para a série “Crônicas de gelo e fogo” cinco tijolos de muitas centenas de páginas cada um, que na soma das tiragens dariam para construir metrópoles inteiras de casas robustas, com paredes à prova de som. Estamos na terra dos gigantes, em que o último título megahypado da literatura americana, “Liberdade”, de Jonathan Franzen, com suas 761 páginas, parece de porte não mais que mediano. Os dois romances mais recentes do velho Stephen King têm, respectivamente, 1074 e 740. Roberto Bolaño compareceu há pouco tempo com “2666”, que não chega a ter tantas páginas quanto o nome sugere, ficando em 856, e que de todo modo é um coletivo de romances e não um. Mas na estante ocupa quase tanto espaço quanto outros mamutes, de “Infinite Jest”, de David Foster Wallace (1079), a “As benevolentes”, de Jonathan Littell (912). Diante de tudo disso, o novo Jeffrey Eugenides (que já baixei no Kindle e que seu tradutor Caetano Galindo me disse ser muito bom) nem parece exatamente um romanção. O anterior, “Middlesex”, tinha 544 páginas. O novo, “The marriage plot”, para…
O blog Booklicious tem, toda quarta, uma seção chamada Bookcase Wednesday, dedicada a estantes criativas, belas, inspiradoras, bizarras ou apenas, no sentido mais amplo possível, interessantes. Está certo que, como ocorre frequentemente com designs ousados, é comum a forma se sobrepor à função. Mesmo assim, recomendo visitas regulares a todo mundo que, amando livros, aprendeu a amar também o lugar onde eles moram. Esta estante minimalista aí ao lado, por exemplo, eu não me incomodaria nem um pouco de ter em casa. * Livros perdidos. O primeiro romance de Arthur Conan Doyle, criador do detetive Sherlock Holmes, chega às livrarias quase 130 anos depois de extraviar no correio. Coincidentemente, o site da Smithsonian faz uma lista de dez livros perdidos – de Homero, Shakespeare, Melville etc. – que provavelmente nunca terão a mesma sorte. * “É a lei pérfida mas fatal do corte, que – como toda droga – põe em primeiro plano um de seus efeitos, o efeito imediato, ‘bom’, e faz com que passe despercebido o outro, o efeito tempo, que previsivelmente nunca traz senão deterioração, tristeza, decadência.” Esse trecho do romance “História do cabelo”, de Alan Pauls (Cosac Naify), comentado aqui por seu editor, o não-careca Emilio…
Peço desculpas a todo mundo que comprou meu ebook “Baby, I’m yours” e leu na página 293: “Ele se retesou por um instante, mas então ela sentiu seus músculos ficando mais relaxados, e ele cagou no chão”. Susan Andersen, autora americana de romances românticos conhecida por adicionar pitadas de pimenta na massa açucarada, foi obrigada a esclarecer que não, seu herói não precisa de fralda geriátrica e de modo algum lhe passaria pela cabeça ser tão deselegante com a mocinha. Andersen avisa que não escreveu “cagou” (shitted) e sim “mudou de posição” (shifted). Mudou de posição (shifted), ele MUDOU DE POSIÇÃO (SHIFTED)! Com sorte, isso talvez esteja só na versão em iBook que eu comprei, mas se estiver na sua também, por favor, me avise. Já entrei em contato com a editora para implorar que o problema seja corrigido imediatamente. Tarde demais para nós… pelo amor de Deus. Alison Flood, do “Guardian”, chamou essa troca de um f por um t de “melhor erro de edição de todos os tempos”. Perde na tradução, uma pena, mas é no mínimo candidato ao título. A preparação da frase escrita por Andersen (retesou-se, relaxou) é perfeita. O site Smart Bitches Trashy Books preferiu…
Na literatura – sobretudo a americana, mas não apenas nela – o principal efeito da queda das Torres Gêmeas, que completa dez anos neste domingo, foi o surgimento de um novo subgênero, chamado em inglês de 9/11 novel, “romance do 11 de setembro”. Agrupar no escaninho de um subgênero as muitas obras de ficção que tentaram dar conta do impacto psicossocial “extremamente alto” do atentado (para citar o título de Jonathan Safran Foer que ajudou a engordar essa leva) tem um risco: o de mascarar sua razoável variedade de forma e conteúdo. Como fenômeno mercadológico, porém, o termo se aplica. Autores consagrados como John Updike, Don DeLillo, Ian McEwan, Art Spiegelman, Paul Auster e Martin Amis se atracaram com o tema, como se deixar o fato sem uma resposta imediata representasse uma nova derrota, desta vez artística. Curiosamente, os primeiros momentos após a tragédia passavam longe de anunciar tanto apetite. O inglês Amis chegou a dizer que “depois de algumas horas diante de suas escrivaninhas, no dia 12 de setembro de 2001, todos os escritores do mundo estavam considerando relutantemente mudar de profissão”. Havia uma sensação pós-traumática de que as palavras tinham perdido o sentido. Com seu conto “Os últimos…
Diversão de feriado: uma curiosa lista de dez musas da literatura em todos os tempos, feita pelo blog coletivo “Mais 1 Livro”. Espera aí, Mayra Dias Gomes está dentro e a jovem Lygia Fagundes Telles (foto), fora?! Será que estamos nos entendendo sobre o significado da palavra “musa” – ou, por falar nisso, da palavra “literatura”? Pois é. Como ocorre com todas as listas do gênero, a melhor parte da diversão é discordar. * Três anos após se suicidar, no dia 12 de setembro de 2008, o escritor americano David Foster Wallace ainda dá trabalho à posteridade, que não consegue se decidir sobre o seu tamanho real. A última voz de peso a dizer que ele não é tão grande assim – ecoada por Maude Newton no “New York Times” – foi a do inglês Geoff Dyer, que, como DFW, transita entre a ficção e o ensaio jornalístico. Dyer mirou justamente nos ensaios de Wallace, afirmando que “tem surtos de alergia mental” quando é obrigado a lê-los: “Não é que eu não goste da extravagância, do excesso, do barroco de colegial, da incrível verborragia. Eles simplesmente me deixam todo empolado”. Da minha parte, acho que Dyer devia tomar um Fenergan….
A propósito do lançamento do tijolão The Cambridge history of the American novel, produto de um coletivo de acadêmicos, o crítico Joseph Epstein publicou sábado no “Wall Street Journal” o mais devastador artigo (em inglês, acesso gratuito) que já li sobre o progressivo afastamento entre os estudos literários feitos no âmbito da universidade e tudo aquilo que na vida real faz da literatura, literatura. “Só o que ficou fora do livro”, diz Epstein com ironia, “foram questões como a de por que é importante e mesmo prazeroso ler romances e como acontece de certos romances serem imensamente superiores aos outros.” Basta abstrair as referências à realidade americana para ter um retrato mais ou menos fiel do que se passa no Brasil e, presumo, em muitos outros países. Para leituras complementares, recomendo dois textos que publiquei aqui no Todoprosa: A crítica de mal com a literatura e Quer odiar literatura? Estude Letras. Tenho certeza que um dia nós – ou nossos descendentes – vamos rir disso tudo. Mas será preciso esperar tanto? Abaixo, alguns trechos do artigo de Epstein: É improvável que a maioria dos leitores já tenha ouvido falar dos autores que colaboram em “The Cambridge history of the American…
Aí não, Babelia! A última edição do bom caderno literário do jornal espanhol “El País” trouxe na capa, com a assinatura de William Ospina, um abrangente apanhado da literatura produzida na região amazônica, “O grande rio dos mitos”, a pretexto dos quinhentos anos de Francisco de Orellana, “descobridor” do rio. O problema é que o texto é abrangente demais: inclui entre os expoentes da literatura amazônica “Os sertões”, de Euclides da Cunha, o clássico brasileiro sobre a guerra de Canudos – que, como se sabe, fica na Bahia. * Desde o surto de suicídios deflagrado pelo sucesso de “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe, não se via uma epidemia romântica de fundo literário como essa: casais de namorados escrevem seus nomes em cadeados, prendem-nos nas pontes de Veneza e atiram as chaves na água. Inspirada num livro do escritor italiano Federico Moccia, a gracinha virou febre e vem sendo reprimida pelas autoridades, que temem danos ao patrimônio histórico. O jornal “La Repubblica” cobrou em editorial multa de 3 mil euros e um ano de prisão para a turma do “cadeado do amor”. Reportagem completa do “Guardian”, em inglês, aqui. * A revista “Banipal”, em inglês, lançou este ano uma…