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Essa vida dura de escritor, segundo o Monty Python
Pop de sexta / 14/06/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=jOEZr3fR2uA “O que você sabe sobre acordar às cinco da manhã para voar para Paris?”, pergunta o pai (Graham Chapman), um velho e rude dramaturgo de sucesso, ao filho (Eric Idle), um jovem e polido mineiro de carvão, no calor do bate-boca que deixa a mãe (Terry Jones) aflita. Sim, alguma coisa está – muito – fora da ordem nessa versão nonsense do imemorial conflito de gerações. Casos de empate são admissíveis em tese, mas dificilmente o truque cômico dos papéis trocados terá sido empregado algum dia com mais eficácia do que em Working-class playwright, esquete (legendas em espanhol) que foi ao ar na temporada de 1969 do Monty Python’s Flying Circus, a primeira do programa de TV que o grupo britânico manteve na BBC até 1974. “Vou dizer o que está errado com o senhor!”, retruca o filho a certa altura. “Sua cabeça está turvada de romances e poemas. O senhor volta para casa toda noite recendendo a Château Latour. E veja o que fez com a mamãe! Ela está acabada de tanto encontrar estrelas do cinema, frequentar premières e oferecer almoços de gala!” “Não tem nada errado com almoços de gala, rapaz!” (…) “Um dia o senhor vai…

Quando Dickens encontrou Morrissey no portão do cemitério
Pop de sexta / 07/06/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=F2Dy2n2H2qA Isso é Pop Literário de Sexta em sua forma mais acabada e essencial: um brilhante clipe de três minutos em que a vida e a obra do escritor inglês Charles Dickens (1812-1870) são resumidas numa canção pop que parodia o estilo dos Smiths (1982-1987), com destaque para o desempenho impagável do ator e músico Mathew Baynton como Dickens/Morrissey. O clipe foi produzido para um programa infantil – isso mesmo, infantil – da BBC chamado Horrible Histories. Bom fim de semana a todos.

Clássicos com capas cretinas, agora em versão ‘pulp’
Pop de sexta / 31/05/2013

Juro que não conhecia essa coleção, recém-lançada pela editora londrina Oldcastle Books, quando lancei aqui, há pouco menos de três semanas, a proposta meio séria e meio gozadora de reembalar clássicos da literatura brasileira em capas popularescas e apelativas – numa palavra, cretinas – como forma de atrair leitores fora do gueto literário. Os leitores do Todoprosa responderam com suas próprias e divertidas criações. Agora, vendo as capas do selo Pulp! The Classics, todas inspiradas na arte inconfundível das edições baratas de pulp fiction de meados do século passado, começo a acreditar que alguma coisa no Zeitgeist nos empurra mesmo nessa direção. Bom fim de semana a todos.

Esses leitores espertos e suas capas cretinas
Interatividade , Pop de sexta / 17/05/2013

Hoje o Pop Literário de Sexta fica por conta dos leitores do Todoprosa. A ideia foi lançada aqui na segunda-feira, baseada numa lista de capas horrorosas (reais) preparada pela Flavorwire: imaginar como seria se clássicos da literatura brasileira viessem embalados em capas cretinas, mas de grande apelo comercial. O pessoal pegou direitinho o espírito da coisa. Vinicius Linné lançou mão da boa e velha apelação sexual para vender Clarice Lispector. Wellington Santos preferiu, na promoção de Dalton Trevisan, usar o expediente – bastante em voga – de fingir ser o que não é, pegando carona no sucesso alheio a fim de fisgar o leitor desatento. Ivan Santos optou por João Ubaldo Ribeiro e uma mistura de falta de noção e cara-de-pau que descortina novos horizontes para o conceito de “capa cretina”, enquanto Guilherme Carvalhal – que só esqueceu o nome do autor de “O rei da vela”, Oswald de Andrade – ficou no terreno batido, mas sempre eficaz, da malhação de Judas. Bom fim de semana a todos. .

Admirável mundo sem livros
Pop de sexta / 03/05/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=jPfThpelv48 O Pop Literário de Sexta volta com o curta-metragem inglês The last bookshop (“A última livraria”), de Richard Dadd e Dan Fryer, produção independente recém-saída do forno que imagina um futuro distópico com toques de “Admirável mundo novo” e “1984”. Resta no mundo uma única – e maravilhosa – livraria. Essa notável resistência comercial se deve exclusivamente à teimosia do velho dono, que não vê um cliente cruzar a porta da loja há vinte e cinco anos. Até que um dia aparece por lá um garoto e… Um alerta: com vinte minutos de duração, o filme tem diálogos e não está disponível em versão legendada. Atenção para o nome do Grande Irmão, que é revelado perto do final triste e pessimista (mas não completamente): GamaZone. (Via Paris Review.) Bom fim de semana a todos.

‘Você está cercado de ignorantes! Saia desse livro!’
Pop de sexta / 19/04/2013

O cartunista Laerte (blog aqui), nascido em São Paulo em 1951, é para muita gente – para mim inclusive – o maior nome brasileiro de todos os tempos em sua arte. Se Bill Watterson e seu Calvin eram uma lacuna que o Pop Literário de Sexta tratou de preencher na semana passada, agora chegou a vez das tirinhas mais filosóficas e agridoces de que se tem notícia sobre os atos de ler e escrever. Bom fim de semana a todos.

Calvin e a matemática literária
Pop de sexta / 12/04/2013

Pequena maravilha de humor e inteligência, “Calvin e Haroldo” (Calvin and Hobbes no original), a tirinha que o americano Bill Watterson escreveu e desenhou por dez anos, de 1985 a 1995, marcava uma lacuna indesculpável no Pop Literário de Sexta. O buraco é preenchido agora pela conversa do esperto menino de seis anos com seu tigre de pelúcia – que para ele (e só para ele) aparece como um animal falante de raro espírito crítico – sobre o surpreendente aspecto literário da matemática. Apesar (ou por causa?) do sucesso mundial, Watterson tomou a decisão de parar de desenhar a tira depois de passar dez anos resistindo à pressão da indústria dos cartuns para multiplicar o faturamento da dupla com o lançamento de uma série de produtos com a cara dos personagens. Essa tensão entre arte e comércio foi satirizada por ele numa das conversas do inteligentíssimo Calvin com seu tigre: CALVIN: O mais difícil para nós, artistas pós-modernos de vanguarda, é decidir se abraçaremos ou não o comercialismo. Vamos permitir que nossa obra seja promovida e explorada por um mercado que está sempre ávido pela próxima novidade? Vamos fazer parte de um sistema que transforma grande arte em pequena arte…

O macaco, o burro e o livro
Pop de sexta / 05/04/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=XwoW9hnB4vY O trailer do livro infantil It’s a book (“É um livro”), de Lane Smith, lançado em 2010, vale por si mesmo como um adorável curta de animação. Fazia tempo que o gênero não aparecia aqui no Pop Literário de Sexta. Convém encarar com humor a mensagem subliminar contida na escalação de um evoluído macaco como cultor do livro físico e de um burrinho como viciado no mundo digital. Parece coisa de ludita, mas o elogiado livro de Smith (aqui, em inglês) não tem esse espírito. – Dá para blogar com ele? – Não. É um livro. – Dá para tuitar? – Não. – Ele faz isso? TOINHONHÓIN!!!!! (Para a ata: ontem à noite comprei três livros no Kindle.) Bom fim de semana a todos.

Quando o bonito fica bonito demais?
Pop de sexta / 15/03/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=CdTN_3kgPaY Hoje o Pop Literário de Sexta deixa momentaneamente de lado as velharias e as esquisitices para falar de duas produções cinematográficas atuais, cheias de estrelas e de apelo midiático. Os filmes eu ainda não vi, mas esses dois trailers de adaptações recentíssimas de clássicos da literatura, um do século XIX e o outro do XX, são promissores. Acima, o trailer de “O grande Gatsby”, adaptação do romance do americano F. Scott Fitzgerald feita pelo australiano Baz Luhrmann, com Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire e Carey Mulligan, filme escolhido para abrir o Festival de Cannes em maio. Abaixo, o de “Anna Karenina”, leitura do romance do russo Leon Tolstói que está estreando este fim de semana no Brasil, com boa recepção crítica. Tem Keira Knightley, Jude Law e Kelly MacDonald no elenco, o grande Tom Stoppard no roteiro e um Oscar na bagagem – o de figurino, o que talvez seja sintomático. Os dois filmes parecem bonitos de doer. O que eu fiquei pensando aqui – está bem, confesso que sou meio implicante – é se não parecem bonitos demais. E o que há de errado nisso? Em princípio nada, claro, mas bolos pomposamente confeitados, com recheio pobre ou indigesto, são…

‘Vício inerente’: a voz do dono
Pop de sexta / 08/03/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=RjWKPdDk0_U A adaptação cinematográfica assinada por Paul Thomas Anderson (“Boogie nights”, “O mestre”), com Joaquin Phoenix no papel do detetive Doc Sportello, está em pré-produção e é prometida para 2014. Enquanto ela não vem, o Pop Literário de Sexta fica com o trailer também cinematográfico do romance pós-policial “Vício inerente” (Companhia das Letras, 2010, tradução de Caetano Galindo), do americano Thomas Pynchon. Lançado um pouco antes do livro, em 2009, o vídeo acima provocou arrepios nos leitores do misterioso Pynchon – um escritor mil vezes mais recluso do que Rubem Fonseca sonhou ser um dia, antes de desistir e cair na gandaia – por trazer uma narração em off que, suspeitou-se, era do próprio autor. Seria mesmo? Sim, era ele, confirmou a editora. Foi quando alguns fãs começaram a acreditar que Pynchon não era Deus, como se dizia até então, mas a identidade secreta de Jeff Bridges.

Românticos de Cuba – e do Quirguistão
Pop de sexta / 22/02/2013

O Pop Literário de Sexta de hoje começou a nascer quando li esta notícia (em inglês) sobre a homenagem que o Royal Mail, o correio britânico, está fazendo a Jane Austen para comemorar os duzentos anos do romance “Orgulho e preconceito”: o lançamento de uma bonita série de selos inspirada em seus livros. Com motivos literários ou não, selos como veículos de homenagem têm uma longa tradição. Que continua viva, embora o mundo digital tenha condenado esses pequenos pedaços de papel – como as próprias cartas que eles adornam – a uma decadência que parece irreversível. O fato é que sem Jane Austen eu não teria desencavado no Google a sensacional cartela de selos aí de cima, pertencente ao acervo de temática literária do colecionador James M. Hutchisson, exibido nesse site. O nome da bizarrísima série emitida recentemente pelo Quirguistão – ex-república soviética que faz fronteira com o Casaquistão, o Uzbequistão e a China – é “Sonhos do século XX”. Aparentemente, a ideia era fazer uma síntese da história de Cuba. Num estilo em que o realismo socialista pede a bênção à estética fumegante dos velhos cartazes de cinema e das capas de pulp fiction, vemos na mesma festa Fulgencio…

O dia em que Patti Smith encontrou Virginia Woolf
Pop de sexta / 01/02/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=0UzS0dwuuHg No Pop Literário de hoje, Patti Smith, também conhecida como “madrinha do punk”, lê um pequeno trecho do romance “As ondas”, de Virginia Woolf – e improvisa mais do que lê – ao som do piano e do violão tocados por seus filhos Jesse e Jackson numa performance de 2008. O clima amadorístico-familiar da apresentação da cantora-compositora-poeta-fotógrafa-ativista consegue, de alguma forma periclitante, combinar com a pretendida homenagem à grande escritora inglesa cujo suicídio, em 28 de março de 1941, fazia aniversário naquele dia em que se inaugurava uma retrospectiva de fotografias e desenhos de Patti em Paris. Vale lembrar que depois disso ela se revelou uma prosadora de talento com a autobiografia “Só garotos”, que saiu aqui pela Companhia das Letras no fim de 2010. Consta que tem ainda um romance policial no forno. (Via Open Culture, onde se pode ouvir também a única gravação remanescente da voz de Virginia Woolf, lendo o trecho de um ensaio de sua autoria para um programa da BBC em 1937.)

Google e o Cérebro
Pop de sexta / 25/01/2013

httpv://www.youtube.com/watch?v=1vxIveocxjM Hoje o Pop de Sexta abre mão da leveza para falar de um documentário sério que estreou esta semana no Festival de Sundance e vem ganhando críticas positivas. Google and the World Brain, de Ben Lewis, narra com uma multiplicidade de pontos de vista a complicada história do projeto de escanear todos os livros do mundo, lançado pelo Google em 2002, e da resistência que ele vem enfrentando. O trailer acima começa com H.G. Wells discursando para a câmera: “Não há hoje nenhum obstáculo prático de qualquer tipo à criação de um índice oficial de todo o conhecimento, ideias e realizações humanas, ou seja, à criação de uma memória completa e planetária para toda a humanidade”. No caso, hoje era 1937, quando o famoso escritor inglês de ficção científica lançou seu ensaio World brain, que explica o título do documentário. Wells acertou quanto à ausência de obstáculos tecnológicos, mas o fato é que eles se multiplicam no campo jurídico – para não mencionar o ideológico. O historiador Robert Darnton, nome de maior peso intelectual na frente de oposição à ambição do Google, aparece no documentário dizendo mais ou menos o que disse em Paraty na Flip 2010: “Estão criando…

Livros ou e-books? Veja o vídeo antes de responder
Pop de sexta / 21/12/2012

httpv://www.youtube.com/watch?v=OAEhjkSgmFc&feature=player_embedded Achei bonitinho e simpático esse vídeo recém-lançado pela editora Intrínseca, em que um jovem casal representa no dia a dia a polêmica livro analógico x livro digital. Seu maior trunfo é não reduzir a questão a um desses duelos maniqueístas em que nossa inteligência adora se afogar, como se a complexidade do mundo pudesse ser compreendida em termos de anjos e demônios, mas em vez disso brincar com o lado bom e o lado ruim de cada suporte. Parece óbvio – e é. Mas não deixa de ser também um sinal de que o atraso tecnológico do mercado editorial brasileiro começa finalmente a ser deixado para trás.

Hmm, a Molly Bloom de Kate Bush…
Pop de sexta / 14/12/2012

httpv://www.youtube.com/watch?v=h1DDndY0FLI Mmh, yes. Inspirada pelo famoso monólogo de Molly Bloom que encerra “Ulisses”, o romance de James Joyce, essa bela e hipnótica canção de Kate Bush (faixa-título do álbum The sensual world, de 1989) é forte candidata ao posto de realização mais alta da fusão de pop e literatura que é a razão de ser desta seção. Referências literárias nunca faltaram na obra personalíssima da cantora e compositora inglesa, que conheceu seu primeiro sucesso em 1978 com Wuthering Heights (“O morro dos ventos uivantes”). Mas aqui temos uma espécie de culminância. “…e aí ele me perguntou se eu sim diria sim minha flor da montanha e primeiro eu passei os braços em volta dele sim e puxei ele pra baixo pra perto de mim pra ele poder sentir os meus peitos só perfume sim…”, diz Molly (na tradução de Caetano Galindo). A versão de Kate: “Ele disse que eu era uma flor da montanha, sim/ Mas agora eu tenho poderes sobre um corpo de mulher, sim/ Saindo da página para dentro do mundo sensual”. E mais à frente: “Eu disse, hmmm, sim”. O gemido antes do sim marca a passagem da letra para a sensação. Aprimorar Joyce é difícil, mas…

Stoya: prazer de ler é isso, é isso!
Pop de sexta / 30/11/2012

httpv://www.youtube.com/watch?v=PQuT-Xfyk3o&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dstoya%26oq%3Dstoya%26gs_l%3Dyoutube.3..0l10.3908.4696.0.5075.5.5.0.0.0.0.185.808.0j5.5.0…0.0…1ac.1.03FhMEe5akA&ytsession=00n_MXRMSWasxcYzoH-FyV8L2M1nl5pTmnR4Dp4JEeKovalu5xg38FrpoIowBnwBsSzKiRBphaTTC-SqB5gRMSX_-aP3WNu9OijbD2_F63IUdRdO_81yixYX6Wmk-vyuGXPQnvRGhOkzsllGJ1yo6wCc60LY9ddz4f51ihtq6acEqDXZGo5zwRbKEYc0kOLUbgoRsiQcMQp_nhqQAnmRnoe0vTZTb9IWU-Ij5l9sFotXaUpNl_vz39eoSQOPSC4SEE3inr27INj9HTHJQU2D802Rtcm7BUHFaOVyjIirDPc Hoje o Pop Literário de Sexta é proibido para menores. Menores de 12, 14, isso depende dos critérios de cada um. De toda forma, o alerta é importante, embora o vídeo acima não mostre nada além de uma bela mulher lendo um livro para a câmera. Ocorre que, como na própria literatura, o que se passa no subsolo da imagem – e do texto – vai além do que os olhos veem. Nesse lugar oculto está o coração, digamos assim, do projeto Hysterical Literature, série cult de vídeos dirigida por Clayton Cubitt num preto e branco estiloso, câmera parada, cada episódio mostrando apenas uma mulher que interage com um livro e gosta tanto da leitura, mas tanto, que chega ao orgasmo. De verdade: o que ocorre embaixo da mesa (e que é contado aqui) garante que seja assim. O vídeo acima abriu a série e é estrelado por Stoya, atriz pornô que virou musa dos jovens intelectuais americanos por ser, além de linda, autora de um tumblr bem escrito, inteligente, culto e engraçado sobre sua vida profissional. E que também pode ser vista no vídeo abaixo, este com censura livre, contracenando com Paul Dano para o trailer de um…

Jabuti, o que será de ti?
Pop de sexta , Vida literária / 19/10/2012

Desta vez o prêmio Jabuti exagerou: a zebra que representou a vitória do estreante Oscar Nakasato na categoria romance, com “Nihonjin” (Benvirá), nem chegou a se impor como o que poderia ser – uma aposta corajosa e estimulante num autor novo, não apenas distante da glória oficial, mas praticamente desconhecido. Essa leitura otimista do resultado anunciado ontem em São Paulo foi imediatamente comprometida pelo fato de que Nakasato venceu graças à traquinagem de um único jurado – identificado por enquanto como “jurado C” – que o cumulou de notas 10 ao mesmo tempo que dedicava aos demais concorrentes uma chuva de notas entre zero (!) e 1,5. Algo semelhante ao que fez nos anos 1980 uma jurada do desfile das escolas de samba do Rio, decretando a vitória da Mocidade Independente. O nome disso é manipulação de resultado. A má fé explícita do “jurado C” – cuja identidade, de acordo com o regulamento, só pode ser revelada após a entrega das estatuetas, dia 28 de novembro – avacalha de vez um prêmio que vem se avacalhando nos últimos anos, emaranhado em escolhas discutíveis, regulamento trapalhão e uma incontrolável metástase de categorias (hoje são 29, com três prêmios para cada uma)…