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Começos inesquecíveis: Leon Tolstoi
Posts / 21/08/2006

Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira. A frase de abertura de “Ana Karenina”, obra-prima do romance que Leon Tolstoi começou a publicar na imprensa em 1875 (Editora Nova Aguilar, Obra Completa, volume 2, 2004, tradução de João Gaspar Simões), conseguiu virar aquilo que a maioria dos escritores só ousa perseguir em sonho: máxima, aforismo, provérbio, dito popular, pérola de sabedoria que parece não ter dono, mas brotar diretamente do inconsciente coletivo.

‘Bufo & Spallanzani’, museu da informática
Posts / 20/08/2006

Liguei o TRS-80. Primeiro o printer, Epson FX-80, conectado no computador. Depois, no drive 0 coloquei o Superscripsit e no drive 1 um floppy disk, para arquivo. A luz vermelha em cima dos drives acendeu e apagou quando o TRSDOS foi carregado. Mês, dia e ano, ENTER, hora, minutos, segundos, ENTER, luz vermelha acendendo e apagando, nos dois drives. READY. Escrevi: SS. ENTER. O menu do programa apareceu na tela. Bati 0. Name of document to open? Escrevi Bufo. ENTER. Na tela, Open Document Options: Document name: Bufo: 1 Author: Gustavo Flávio. Operator: GF. Comments: Romance Printer type: LP 8 Lines per page: 54 Pitch: P Line spacing (to 3 +, “+” = ½): 1 1st page to include header: 1 1st page to include footer: 1 Apareceu a screen page: a tab line, com o ghost cursor e a status line e as especificações de impressão do documento. No alto da “página” o cursor piscava. Tudo pronto para escrever. Pronto mesmo? Ufa. Perto do fim de seu bom romance “Bufo e Spallanzani” (1985), pouco antes de o narrador, que é um escritor de sucesso, apagar o livro em que vinha trabalhando, Rubem Fonseca capricha no informatiquês da época. Que…

Quando Machado não era rei
Posts / 17/08/2006

Embora fosse coisa assente, a grandeza de Machado não se entroncava na vida e na literatura nacionais (nas primeiras décadas do século XX). A sutileza intelectual e artística, muito superior à dos compatriotas, mais o afastava do que o aproximava do país. O gosto refinado, a cultura judiciosa, a ironia discreta, sem ranço de província, a perícia literária, tudo isso era objeto de admiração, mas parecia formar um corpo estranho no contexto de precariedades e urgências da jovem nação, marcada pelo passado colonial recente. Eram vitórias sobre o ambiente ingrato, e não expressões dele, a que não davam seqüência. Dependendo do ponto de vista, as perfeições podiam ser empecilhos. Um documento curioso dessa dificuldade são as ambivalências de Mario de Andrade a respeito. Este antecipava com orgulho que Machado ainda ocuparia um lugar de destaque na literatura universal, mas nem por isso colocava os seus romances entre os primeiros da literatura brasileira. O artigo “Leituras em competição”, do crítico Roberto Schwarz, é um dos destaques da última edição da revista “Novos Estudos”, do Cebrap. Schwarz – que fez minhas leituras preferidas da obra de Machado de Assis nos livros “Ao vencedor as batatas” e “Um mestre na periferia do capitalismo”…

Literatura de mulherzinha: quem vê cara…
Posts / 16/08/2006

Esta é imperdível para editores e diretores de arte, mas não só para eles. Qualquer um que se divirta em desmontar clichês vai gostar de conferir o que a revista Print inventou: uma espécie de mapa (via Gawker) que organiza as capas dos livros, digamos, canônicos da tendência literária conhecida como chick lit, ou “literatura de mulherzinha” – uma das maiores minas de ouro descobertas pelo mercado editorial nos últimos anos. A organização das capas se dá por temas (saltos altos, drinques), cores (rosa, rosa e umas outras lá) e mais alguns elementos. Não muitos.

Abóbora gigante: Harry Potter x Tony Blair
Posts / 16/08/2006

Uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos pelo Instituto Zogby (em inglês, aqui) descobriu que Harry Potter é reconhecido por um número maior de pessoas (57%) do que, por exemplo, Tony Blair (50%). E que muito mais gente consegue citar o nome de dois anões da Branca de Neve (77%) do que de dois juízes da Suprema Corte (24%). E era preciso fazer pesquisa para descobrir isso? Bom, a conclusão do pessoal que encomendou o levantamento, produtores de um reality show, é que a cultura de massa tem uma comunicação poderosa mesmo, puxa… Poderosa é a capacidade dos institutos de pesquisa de vender água da bica engarrafada.

Bomba, bomba: Günter Grass foi nazista militante
Posts / 15/08/2006

Depois de uma Flip encharcada de política, o Todoprosa gostaria muito de mudar a chave da conversa, mas brigar com notícia não dá. Os meios literários alemães estão em tumulto desde que Günter Grass, Nobel de Literatura de 1999, revelou ao jornal “Frankfurter Allgemeine” que foi nazista e chegou a pertencer às tropas da SS em 1945, no final da Segunda Guerra, quando tinha 17 anos. Grass, autor de “O tambor”, é – ou era? – um dos principais nomes do movimento artístico que ficou conhecido como Vergangenheitsbewaeltigung (algo como “acertando as contas com o passado”). Seu papel de consciência moral de uma geração, desempenhado ao longo de décadas, torna a revelação de agora mais chocante. Joachim Fest, biógrafo de Hitler, é uma das vozes que criticam mais duramente o escritor. “Não entendo como alguém pode se colocar numa posição de superioridade por 60 anos e só então admitir que também esteve envolvido. Para usar um dito popular, eu não compraria um carro usado dessa pessoa.” O livro de memórias em que Grass fala de sua adolescência durante a Segunda Guerra, “Descascando a cebola”, sai em setembro. Para justificar o longo silêncio, o escritor disse que sentia vergonha do passado….

Balanço da Flip
Posts / 13/08/2006

Ruth Lana, Mauro Munhoz e Liz Calder A 4a Flip, que está terminando hoje, custou 3,8 milhões de reais – incluindo apoios – e fez entre 12 mil e 13 mil pessoas circularem pela Tenda dos Autores, por onde passaram 37 escritores convidados. Os números foram divulgados hoje numa coletiva por Mauro Munhoz, diretor do evento. A Flipinha, programa educativo que encheu Parati de crianças, contadores de histórias e bonecos gigantescos inspirados – a maioria – na obra do autor homenageado Jorge Amado, foi um dos orgulhos da organização. Oito mil crianças de 36 escolas participaram da festa. A diretora de programação deste ano, Ruth Lanna, que participou da coletiva ao lado de Munhoz e Liz Calder, está de saída do projeto: acompanhará seu marido, o romancista Milton Hatoum, que vai passar todo o primeiro semestre do ano que vem na Universidade de Stanford, nos EUA, com uma bolsa de escritor. O nome do próximo diretor não foi divulgado. Para ouvir explicações de Munhoz sobre a sempre tumultuada venda de ingressos para a Flip, clique aqui; e sobre o espírito de um evento que faz questão de não crescer demais para não estragar, aqui. Talvez por ter sido realizada em…

Antologia flípica
Posts / 13/08/2006

CABEÇA “Interrompemos o fluxo das sentimentações agendadas, para que brote a visita de um afeto… Escrever é um combate para encontrar lugar no acolhimento. O acolhimento acontece quando o abismo recebe cidadania… Eu habito sempre entre o abismo e o clamor.” (Juliano Garcia Pessanha, autor de “Ignorância do sempre”, na mesa que abriu a Flip, quinta-feira.) MINEIRIDADE “Nó, mas o ser humano é miserável demais, gente!” (Adélia Prado, hoje de manhã, traduzindo sua descrença na espécie.) FOFURA “Eu não quero ter razão, eu quero ser feliz.” (Ferreira Gullar, ontem, irritando seu companheiro de mesa Mourid Barghouti.) CURTO E GROSSO “O que eu posso dizer para você? Existe uma coisa chamada ironia.” (Tariq Ali, em sua palestra de sexta-feira, quando alguém da platéia o acusou de ser homofóbico e anti-semita por ter citado um trecho de Proust em que o sionismo é criticado à luz da história de Sodoma e Gomorra.) CURTÍSSIMO E GROSSÉRRIMO “Aplaudam, seus f.d.p.! É Lilian Ross que está ali!” (Christopher Hitchens, aos berros na primeira fila da platéia da jornalista da “New Yorker”, exigindo que o público a reverenciasse no exato momento em que ela entrava no palco.) QUÍMICO “O cloridrato de fluoxetina me fez uma pessoa…

Lírico, delicado e… lamentável
Posts / 13/08/2006

O veterano Edmund White e a noviça Nicole Krauss, ambos americanos, acabaram encontrando pontos de contato suficientes entre eles para transformar a mesa que protagonizaram hoje na Flip em uma conversa agradável. A maior dessas afinidades foi a reflexão sobre como o establishment literário os categoriza, ele como gay assumido, ela como mulher. Nicole – que é mulher de Jonathan Safran Foer, também na Flip (veja nota abaixo) – queixou-se da grande incidência de adjetivos como “adorável”, “delicado” e “lírico” em resenhas sobre livros escritos por mulheres. “Talvez a escrita dos homens tenha mais chance de ser levada a sério”, disse ela, que veio ao Brasil no vácuo do lançamento de seu romance “A história do amor”. Um livro lírico, delicado e, por que não dizer, adorável. A observação de Nicole Krauss fez Edmund White se lembrar de um clichê associado a gays pelos produtores de Hollywood. “Quando estão discutindo nomes de roteiristas e alguém sugere um que seja gay, a reação é sempre a mesma: ‘Não, esse aí é muito bom no desenvolvimento de personagens, mas para construir uma trama não serve’”, contou White, um homem europeizado e afável, autor, entre outros, de “Um jovem americano” e “O homem…

Ferreira Gullar, o frasista
Posts / 13/08/2006

Ao lado do poeta palestino Mourid Barghouti, ontem, Ferreira Gullar enriqueceu com um bom punhado de frases de efeito o repertório da Flip. A última parece ter magoado Barghouti, que não luta por outra coisa senão o reconhecimento de que os palestinos têm razão. Mas o público aplaudiu delirantemente: A palavra não serve só para criar confusão. Ela serve também para esclarecer a confusão que a palavra cria. No fundo o que há é a linguagem coloquial, a palavra de todos nós. O poema é o lugar em que essa prosa vira poesia. Eu acho que nasci poeta. Há quem nasça ladrão, jogador de futebol… Essa história de ser lido daqui a duzentos anos, a gente não sabe. Se você não passa às pessoas alguma coisa de que elas necessitam, o livro não sobrevive. O povo carrega no colo as obras de arte. Depois de algum tempo, não tem mais o crítico amigo para dar uma notinha. Se o povo não gostar, dançou. Eu não quero ter razão, eu quero ser feliz.

Foer protesta contra excesso de política
Posts / 13/08/2006

A mesa “Nas fronteiras da narrativa”, ontem à noite, que reuniu dois dos mais festejados autores da nova literatura de língua inglesa, justificou as expectativas. O americano Jonathan Safran Foer (“Extremamente alto & incrivelmente perto”) e a escocesa Ali Smith (“Por acaso”) entabularam uma boa conversa focada nos bastidores do fazer literário, com direito a um protesto do primeiro sobre a politização excessiva da Flip: “Esse festival assumiu um ar político, o que eu acho um pouco triste. É a primeira vez que vou a um lugar cuja praça principal é devotada a fazer as crianças se apaixonarem pela leitura. Isso tem exatamente a mesma importância de qualquer coisa que façam políticos ou jornalistas”, disse Foer, um sujeito meio blasé que tem a maior cara de bom moço não apenas de Parati, mas de todo o litoral sul do Estado do Rio. Ali Smith (foto), que contrastava com seu parceiro de mesa esbanjando uma energia ao mesmo tempo elétrica e viajandona, o que contribui para seu jeitão de Björk das letras, preferiu trazer o tema da política para a conversa sobre o escrever: “A arte é inevitavelmente política, como tudo acaba sendo. O que não faz sentido é você ter…

Barghouti ataca Amos Oz
Posts / 12/08/2006

A mesa que o poeta palestino Mourid Barghouti dividiu com seu colega brasileiro Ferreira Gullar, hoje de manhã, não foi abafada por temas políticos – embora o traço de união mais evidente entre os dois autores seja o exílio, que Ferreira Gullar experimentou durante a ditadura militar nos anos 70 e Barghouti durante três décadas, ao fim das quais visitou sua cidade natal e escreveu sobre essa experiência em “Eu vi Ramallah” (Casa da Palavra). Apesar da mediação confusa de Alberto Mussa, a leitura de trechos de poemas e o bom debate que se seguiu acabaram por revelar mais afinidades entre Barghouti e Gullar do que se suspeitava – inclusive, quem diria, estilísticas. O momento de maior voltagem da mesa, porém, ocorreu quando pediram a Barghouti que opinasse sobre uma frase de efeito do escritor israelense Amos Oz: que palestinos e israelenses precisam aprendem a conviver como cônjuges divorciados que continuam dividindo a mesma casa. A resposta do poeta deixou claro que a paciência dos palestinos com Oz – que há duas semanas defendeu a intervenção militar no Líbano – anda em baixa: A situação na Palestina está muito além do alcance de declarações de escritores. Nós, palestinos, estamos desapontados…

O vingador
Posts / 12/08/2006

A agressividade de Christopher Hitchens (veja nota abaixo) lavou a alma de muita gente. Hoje de manhã – antes, portanto, da performance do inglês na Tenda dos Autores -, foi entreouvido na Praça da Matriz: “Está muito difícil ser judeu na Flip”.

Hitchens, o fio desencapado
Posts / 12/08/2006

Christopher Hitchens fez hoje na Flip o que dele se esperava, não só ao defender Israel e atacar o Hezbolá, assim como todos os movimentos políticos muçulmanos de inspiração religiosa, mas também ao expor suas idéias com uma agressividade até então inédita em Parati. Entre vaias e aplausos, como ocorrera com Tariq Ali, o crítico, jornalista e ensaísta inglês (radicado em Washington) chamou membros da platéia de idiotas e chegou a brindar seu companheiro de mesa, Fernando Gabeira, com o rótulo de “terrorista”. A frase foi dita em tom meio brincalhão, a propósito do fato de Gabeira até hoje não poder ingressar nos Estados Unidos por ter participado do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick. Hitchens se ofereceu para hospedar o deputado brasileiro no dia em que ele conseguir derrubar esse veto. “Tenho um quarto lá em casa reservado para terroristas simpáticos”, disse. Gabeira não retrucou. Não satisfeito, Hitchens partiu também para cima do mediador, o jornalista Merval Pereira: “Você não vai fazer nenhuma pergunta sobre literatura e reportagem?”. Merval disse que não. Não mesmo. Talvez inevitavelmente, a invasão do Líbano por tropas israelenses virou o grande assunto da 4a Flip, com fortes aspirações a ser o único. Depois do…

Toni Morrison: e a Virginia Woolf, hein?
Posts / 11/08/2006

A palestra de Toni Morrison, que terminou há pouco, revelou uma mulher sedutora, brilhante e engraçada que, de forma evidente, poderia ter sido mais bem aproveitada pelo público se sua obra fosse mais conhecida no Brasil. Para compensar o pequeno número de perguntas enviadas pelo público, a mediadora Maya Jaggi, inglesa, conduziu boa parte da conversa com uma seriedade acadêmica que contrastou à beça com o calor de sulista americana da conferencista. Abaixo, uma seleção de frases de Toni, Nobel de Literatura e autora de Beloved, recentemente eleito o melhor livro americano dos últimos 25 anos pelo “New York Times”. Imaginando uma entonação musical e às vezes lânguida – como é a própria prosa da autora, aliás -, a leitura fica mais fiel: Eu entendo o elogio implícito em dizerem que estou acima de questões de gênero e raça. O problema é que nunca ocorreu a ninguém dizer isso de Virginia Woolf, por exemplo. Prefiro me identificar como uma escritora mulher e negra mesmo. A ficção pode falar de coisas que a história não pode nem deve (sobre a importância de reelaborar o passado em seus livros). Eu vivo num país que adora não se lembrar do que aconteceu 30…

Tariq Ali esquenta o balneário
Posts / 11/08/2006

A leitura do manifesto pró-Líbano com que Tariq Ali abriu sua conferência hoje na Flip acabou por dominar o debate até o fim – como estava previsto. Nenhuma das perguntas encaminhada ao escritor pela platéia teve como tema qualquer questão ligada à literatura. E a verdade é que não fez falta. Melhor ensaísta e debatedor do que ficcionista, Ali protagonizou uma mesa vibrante, marcada aqui por aplausos de pé, ali por vaias, num clima de happening que esquentou – muito – a temperatura do balneário. Tariq Ali começou falando das relações entre literatura e política, que são profundas – uma verdade inegável. “Não há uma muralha da China separando literatura e política”, afirmou, citando autores previsíveis como Stendhal entre aqueles cuja obra tem motivação política e outros surpreendentes – como Proust – entre os que, mesmo sem essa intenção, produziram livros que admitem uma leitura política. Para provar que toda literatura tem algo de político – e também que não é “anti-americano”, um rótulo que diz odiar -, Ali elogiou o autor Cormac McCarthy, dizendo que seu Blood Meridian é “uma descrição perfeita da brutalidade do Império”. Aproveitou para emendar num elogio efusivo de “Cidade de Deus”, de Paulo Lins,…

Manifesto de Parati defende o Líbano
Posts / 11/08/2006

Tariq Ali abriu sua palestra hoje na Flip pedindo licença para ler um manifesto, assinado por vários autores reunidos em Parati, pela imediata retirada das tropas israelenses do Líbano. Destaca-se entre os nomes o de Toni Morrison, americana e ganhadora do Prêmio Nobel. A seguir, a íntegra do documento: Nós, autores abaixo assinados, reunidos em uma festival literário na idílica cidade brasileira de Parati, não podemos deixar de pensar nas vítimas das guerras no Oriente Médio. A invasão israelense do Líbano é apenas o episódio mais recente de uma série de guerras e ocupações. A destruição deliberada da infra-estrutura social do Líbano e os massacres de Marwahin, Qana e Srifa devem despertar a consciência do mundo. Na ausência de qualquer apoio por parte da “comunidade internacional” ao povo libanês e àqueles encurralados no gueto de Gaza, conclamamos todos os cidadãos dotados de consciência a levantar a voz contra esses crimes, especialmente nos EUA, onde as redes de televisão censuraram as imagens de vítimas civis. O plano cínico de utilizar uma força internacional da ONU ou da OTAN para favorecer os objetivos bélicos de Israel não trará qualquer solução. Para que se possa chegar a uma paz duradoura na região, são…