Não se sabe se Kublai Khan acredita em tudo o que diz Marco Polo quando este lhe descreve as cidades visitadas em suas missões diplomáticas, mas o imperador dos tártaros certamente continua a ouvir o jovem veneziano com maior curiosidade e atenção do que a qualquer outro de seus enviados ou exploradores.
A primeira frase de “As cidades invisíveis”, obra-prima lançada em 1972 por Italo Calvino (Companhia das Letras, tradução de Diogo Mainardi, 1990), pode não parecer, em si, inesquecível. É preciso ler esse espantoso conjunto de relatos de viagem por cidades imaginárias para descobrir que é, sim.
Publicado em 4/6/2007.
7 Comentários
é, sim.
obrigada por citar um dos meus livros favoritos de todos os tempos, Sérgio. Inspiradoras as cidades invisíveis, sempre volto à elas.
Foi o único livro que li do Ítalo Calvino. Bem intrigante.
Do Calvino, só li “O visconde partido ao meio” – indicado aos alunos da escola dos nossos filhos no oitavo ano (2008). Aproveitei a deixa para conhecer a obra deste autor, que é realmente incomum, diferente de qualquer outra. Esse “As cidades invisíveis” é tão falado, vou buscar para ler.
Beijos,
O velho Harold Bloom cita este livro de Calvino no Como e por que ler. Ainda não li, mas com esse início que o Sérgio nos brindou, fiquei com água na boca.
Li – e gostei ainda mais – de Se Um Viajante Numa Noite de Inverno. Este já foi citado aqui como um começo inesquecível, e é mesmo!
A trilogia do visconde, do cavaleiro e do barão ganha dimensão maior quando observamos o conjunto. Nossos antepassados, como disse Calvino.
Calvino é um autor monumental.
As páginas de “As cidades invisíveis” estão, sem dúvida, entre as mais belas da literatura mundial.
As cidades invisíveis é uma obra prima! Também gostei muito de Se um viajante…