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Começos inesquecíveis: Gabriel García Márquez

10/09/2007

Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.

Muitos anos depois, quando lhe perguntassem por que o começo de “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez (Record, tradução de Eliane Zagury), um dos mais inesquecíveis de quantos possam ser assim chamados, demorou tanto a figurar naquela inesquecível seção, o autor do blog haveria de responder com um sorriso: “Não é óbvio?”.

42 Comentários

  • Ricardo Cabral 10/09/2007em11:07

    Confesso: não sei se é óbvio. No máximo me arrisco a pensar, por exemplo, na quantidade de cariocas da gema que nunca foram ao Pão de Açúcar, alegando “tem tempo, hora dessas eu vou, o Pão de Açúcar não deve sair de lá tão cedo”…

  • Thiago Maia 10/09/2007em15:00

    É inesquecível mesmo.

  • O Comédia 10/09/2007em16:05

    Puxa, já nem me lembrava mais desse começo.

    É o que disse o Thiago: é mesmo inesquecível.

  • Priscilla Fogiato 10/09/2007em16:07

    AMO muito e não esqueço nunca também.

  • paramo 10/09/2007em17:04

    apesar de ser, hoje, um recurso manjado é um começo maravilhoso. gosto também de como começa o crônica de uma morte anunciada.

  • Cezar Santos 10/09/2007em17:17

    A verdade é que o velho Gabo é do balacobaco, simples assim….

  • Celina 10/09/2007em18:20

    Um começo inesquecível……
    De Katherine Mansfield (FELICIDADE):
    Embora Bertha Young já tivesse 30 anos, ainda havia momentos em que ela queria correr, ao invés de caminhar, executar passos de dança descendo e subindo a calçada, rolar o aro, atirar alguma coisa para cima e apanhá-la novamente, ou ficar quieta e rir de nada: rir, simplesmente.

    {Felicidade e outros contos, K. Mansfield, Ed. Revan, 1992, trad.: Julieta Cupertino}

  • Celina 10/09/2007em18:26

    Não sei se vc já citou, mas meu Começo Realmente Inesquecível é:

    Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem, não, Deus esteja.

  • persia 10/09/2007em18:46

    não.

  • Mayckon 10/09/2007em21:39

    Li Cem Anos de Solidão pela primeira vez em 2005, quando estava com 18 anos. O começo do livro é poderoso, firme, fino. Li este começo inúmeras vezes, decorei cada palavra. É um começo inesquecível e sobretudo mágico. Lembro também de outro livro do Gabo com um início tão bom:O amor nos tempos do coléra. Esse colombiano possui a chave do entendimento…..

  • Brancaleone 10/09/2007em22:49

    Eu nem vou comentar o livro, mas imaginei milhares de vêzes como seria o filme!!! Imaginem o filme!!!

    O pior é que parte da intelectualha torce o nariz para Cem Anos de Solidão. C

  • anrafel 10/09/2007em22:52

    É verdade, demorou para ser incluído no, digamos, cânon.

    A sessão tá boa. Semana passada, um autor novo, Michel Laub; agora, o grande Gabriel. Ótimos inícios.

    Aliás, li o livro de Michel e gostei. Registro, posso estar errado, alguma influência de “Lavoura Arcaica”. E isso é bom.

  • Mr. WRITER 10/09/2007em23:10

    show de bola. Nada mais a comentar…

  • Lucio F. Pereira 10/09/2007em23:26

    Permita-me dar um voto para um “começo” e outro, inovando, para um “final inesquecível”.

    1) Ana Karênina, de Leon Tolstoi
    “Todas as familias felizes se parecem entre sí. As infelizes são infelizes cada uma a sua maneira”

    2) Memórias Postumas de Bras Cubas, Machado de Assis:
    “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”

  • Brancaleone 10/09/2007em23:36

    Tenho 5 “Cem Anos de Solidão”. Empresto direto a quem quiser. Tambem empresto ” Contos da Taberna”, “Tufão” e uns outros. Fazem parte de minhas táticas terroristas para combater a “Estratégia Mundial para Manter o Povão na Imbecilidade” conduzida pelos governantes do mundo, inclusive e especialmente o nosso. Dá resultado.

  • Daniel Brazil 11/09/2007em00:19

    Começar uma narrativa no momento da morte é gancho recorrente em Garcia Marquez. Fez isso várias vezes, em contos ou romances. Provavelmente é o escritor que melhor soube utilizar esse recurso.

  • anrafel 11/09/2007em01:42

    Parte da intelectualidade torce de fato o nariz para, não “Cem anos…”, mas para GGM. Na verdade, passou a torcer o nariz para o escritor depois do rompimento com Mario Vargas Llosa.

    A bobajada de sempre: uns ficaram com Gabo porque ele continuou apoiando Fidel; outros, passaram a achar Llosa o melhor escritor latino-americano por ter ele rompido com a esquerda.

    Eu fico com a literatura dos dois.

  • Bemveja 11/09/2007em09:48

    Esse sim é inesquecível, de um autor que nem é tão importante mas no geral é extremamente legível. É um bom contador de histórias, e o início desse livro é a prova mais cabal disso.

    É o clássico início que desperta a atenção, e leva o leitor a investigar sobre o desdobramento da iminente execução, simultânea a uma recordação de infância igualmente evocativa e misteriosa.

  • Raquel 11/09/2007em11:30

    Para poder escrever (ou seria parodiar?) o início do livro com respaldo do tempo, mesmo que não sejam cem anos, afinal na internet dois ou três anos são muito tempo?
    será?

  • Raquel 11/09/2007em11:31

    PS: esqueci de dizer que gosto muito de Cem anos de solidão…

  • Sirio Possenti 11/09/2007em13:05

    Garcia Marques é um grande contador de histórias. Doa maiores. Confesso que é o que mais gosto na literatura.

  • Sirio Possenti 11/09/2007em13:06

    “Dos” maiores…

  • F. C. Johns 11/09/2007em13:43

    Li tudo do GGM publicado antes de 93. De lá pra cá, quase nada. Sei que muitos não concordam, mas continuo achando que GGM é um autor para adolescentes.

  • Enfadado 11/09/2007em17:08

    Assalta-me, ó implacáveis deuses, tédio inenarrável!

  • Silvio... Silva 11/09/2007em20:22

    Eis um link interessante:

    http://www.continentemulticultural.com.br/revista023/materia.asp?m=Literatura&s=4

    Não concordo com tudo que foi exposto, mas dá uma idéia de como Pasolini era um estilista da truculência (quem já viu algum filme de sua fase “hardcore” vai entender…!)

    obs.: recomendo abrir o link no internet explorer.

    Abs.

  • anrafel 12/09/2007em01:49

    Fico pensando o que diria Pasolini do nosso “roteirista de novela de televisão” Jorge Amado.

  • Rafael 12/09/2007em12:27

    Confesso não ter visto tanta truculência assim no artigo do Pasolini. Vi, antes, um inconfessado sentimento de inveja pela popularidade alcançada pelo Gabriel Garcia Marques.

    Não sou muito fã do escritor colombiano, um autor que considero superestimado, artífice de caricaturas e melodramático demais para meu gosto. Convenhamos, todavia, que o Pasolini elaborou uma crítica tão genérica, sem descer aos detalhes da obra, que é difícil ter certeza se ele realmente a leu antes de lançar sua invectivas. A crítica de Pasolini parte de pressupostos equivocados, a começar pela suposição indemonstrável de que o Garcia Marquês enxergava no leitor um “produtor” potencial de uma potencial “obra cinematográfica”.

    Concordo que o Gabo, esse covarde adulador de tiranos, é demasiado imagístico, o que faz suspeitar que ele sonhasse com os gordos dólares que lhe seriam proporcionados por uma adaptação hollywoodiana. E daí?, pergunto eu. Desde quando os objetivos financeiros do escritor, elementos extrínsecos à obra propriamente dita, aviltam o seu valor artístico?

    O Pasolini, com seu gosto insaciável pela polêmica, foi um artista menor. Não foi à toa que trilhou o incontornável caminho dos ressentidos: o da ofensa gratuita que se materializa na adjetivação desmesurada e imprecisa.

  • Flavio B. 12/09/2007em12:50

    Hum.. ainda não li a obra do gabo profundamente, mas Pasolini é maravilhoso, “Teorema” até alcança algo de realismo mágico..

  • anrafel 12/09/2007em17:11

    Óbvio que não se exerce a crítica literária sem alguma pretensão ou arrogância. Pasolini não deixa por menos e, de uma tacada, rebaixa o realismo fantástico latino-americano.

    Mas, na verdade, escrevendo crítica está mesmo é fazendo literatura. Delírios analíticos, devaneios críticos e subjetivismo, muito subjetivismo.

    Parece que ele, no fundo, fica embasbacado com o fascínio despertado pelos personagens de Gabriel e aí atribui isso a artificialismo e desonestidade.

    O problema é que esse artificialismo e desonestidade ele identifica como inerente à linguagem cinematográfica. Porra, o cara era cineasta! Ah, sim, era cineasta de vanguarda, marginal, underground. Não transava com produtores e marketeiros. Então, tá.

  • Rafael 12/09/2007em17:54

    Meu caro Anrafel,

    Não me parece assim tão óbvio que a pretensão e a arrogância sejam predicados inerentes a todos que se aventuram a fazer uma crítica literária. Embora seja fato que o coração de muitos críticos carrega o sentimento acre do resentimento e da inveja, isso não é uma regra absoluta, tantas são as exceções.

    De resto, todos os personagens literários, todos, repito, são construções artificiais. Há os mais bem sucedidos, há os menos bem sucedidos e há os mal sucedidos. Hamlet, D. Quixote, Tirant, Aquiles, Conselheiro Acácio, Antônio Conselheiro (o de Euclides da Cunha, não o líder de Canudos), Xarazad, Werther, Brás Cubas, Joseph K., todos são artificiais. Pasolini não disse senão um truísmo vulgar. Nil sub sole novum.

  • Daniel Brazil 12/09/2007em23:36

    Realmente, afirmar que um escritor “imagístico” anseia ver sua obra na tela de cinema é ir um pouco longe demais.
    O que queriam então os grandes escritores “imagísticos” anteriores ao cinema? Serem tachados de loucos ou visionários?
    GG Marquez é tão “imagístico” quanto Melville, Defoe, Dickens, Poe, Valle-Inclán, Cervantes, Dante ou Homero. E, convenhamos, não é mais “fantástico” que muitos dessa linhagem.

  • anrafel 13/09/2007em00:40

    Caro Rafael, quando eu citei esses dois predicados não os coloquei similares à inveja ou recalque. Não atribui a eles tanta morbidez.

    É que é meio descabido e inoportuno outrem praticamente apropriar-se da criação literária e dissecá-la partindo de um conhecimento e de motivações que não são aquele nem aquelas do autor, às vezes nem mesmo tentando colocar-se no lugar dele.

    Mas é um troço complicado. Eu acho necesária a crítica e não são poucos os críticos capacitados e corretos.

    Quanto a Pasolini, esse texto dele é da época (ou circa) de “Saló, ou os 120 dias de Sodoma”, onde parece que intenção era mesmo chocar e escandalizar.

  • Cezar Santos 13/09/2007em09:16

    Nunca vi tanta estultícia junta num só texto como neste do Pasolini…

  • Hein? 13/09/2007em10:16

    Tanta o quê, Cezar?

  • Carlos 13/09/2007em11:11

    Pelo visto…acabou.

  • Antônio Houaiss 13/09/2007em11:33

    Estultícia. s.f. (sXV cf. FichIVPM) atributo, característica do que é ou se apresenta de modo estúpido; tolice, parvoíce, estupidez ¤ etim lat. stultitìa,ae ‘id.’; ver estult(i)- ¤ sin/var estultice; ver tb. sinonímia de dislate e inépcia ¤ ant inteligência; ver tb. sinonímia de dislate, inteligência e perspicácia.

  • clelio 13/09/2007em14:54

    Sérgio, mudando de assunto: “As benevolentes” já está entre nós, publicado pela alfaguara.

  • Saint-Clair Stockler 15/09/2007em19:03

    As benevolentes pela Alfaguara?!? Ih, dessa vez a Companhia das Letras se fudeu…

    Rápido esse povo da Objetiva, hein? Tradução em tempo recorde. Vamos ver se isso ensina alguma coisa à Cia. das Lesmas. Rsrsrs.

    Ui. OITENTA REAIS… PREZADOS EDITORES, NÃO ESTAMOS NA EUROPA!!!!! FAVOR PRATICAR PREÇOS DE BRASIL!!! NÃO SE ESQUEÇAM QUE, DESDE 2001, O GOVERNO LULA LHES DÁ UM BELO DESCONTO NO IMPOSTO DE RENDA… REPASSEM PARA O PREÇO FINAL DE SUAS MERCADORIAS!!!

    Acho que vou ler o original francês, na Mediateca da Maison de France. Sai de graça… Rsrsrs.

  • clelio 17/09/2007em12:08

    Na Cultura em SP está com desconto, sai por 60 e poucos…

  • macrófago 17/09/2007em12:08

    Ainda prefiro o fim do Amor nos Tempo do Cólera, talvez por ser médico, em que Gabriel lembra do cheiro das amêndoas amargas nos intoxicados por cianureto.De fato,como contador de histórias o velho Gabo não tem rival!

  • Alessandra 03/10/2007em09:58

    Outro começo de livro q ej d+!:

    Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.

  • Fabio Negro 31/10/2007em20:40

    [b]teste[/b]

    teste