Qualquer pesquisador sabe que, para obter financiamentos, é preciso que seu trabalho conduza a “avanços tecnológicos de vanguarda” ou “resultados relevantes para a realidade nacional na área em apreço”. Como se verá, o nosso trabalho, diante desses critérios, era de fulgurante inutilidade.
Bem diferente, portanto, do trabalho que essas linhas abrem: o romance – de inegável utilidade para quem aprecia uma boa diversão inteligente – “Aqueles cães malditos de Arquelau” (editora 34, 1995, 3ª. edição), de Isaias Pessotti.
10 Comentários
Hahaha… Sensacional. Eu tenho esse livro em casa, nunca li. Vou dar uma olhada. Beijo,
Grande, grande romance! Menos lido do que deveria, menos conhecido do que merecia.
também gostei.
Pessoti foi meu professor na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Uma figuraça como professor, meio desperdiçado ensinando Psicologia Médica para um bando de desinteressados. Esse romance tido por alguns como O nome da rosa tupiniquim, vai bem na erudição de Umberto Eco, e realmente é diversão de primeiríssima qualidade.
Mais um romance para a fila.
Sérgio,
Por que ele não escreveu mais nada nos últimos anos ? Você tem idéia ? Ou escreveu e eu não sei ? Talvez só não esteja afim, mas a gente se assusta quando algém dá uma de Raduan Nassar…
ABS
Pedro, além de livros da sua especialidade acadêmica, Pessotti publicou mais dois trabalhos de ficção nos anos 90, “O manuscrito de Mediavilla” e “A lua da verdade” – depois deste, até onde sei, anda em silêncio. Mas dez ou doze anos não são tanto tempo assim nesse departamento.
Entrei para comentar sobre um começo inesquecível e encontro uma dos poucos professores que tive que podem usar o apelido “gente”. Obrigado.
Concordo com o que disseram sobre o Nome da Rosa, só acho que são melhores (digo são, porque os dois romances são na mesma linha).
Como ja fazem mais de trinta anos acho que posso comentar que a pesquisadora do livro é calcada numa antiga paquera.
Quanto ao começo inesquecível, fica para a próxima visita
O Isaías Pessotti é uma espécie de “Dan Brown antes do Dan Brown”.
Ele escreveu um ótimo livro e depois repetiu a fórmula nos dois seguintes.
Não desmerecendo ele, deixando claro. Ele é muuuuuuito melhor que o Dan Brown. Não sei se é elogio, mas toma lá: “Isaías Pessotti é um Dan Brown com cultura”.
Só recentemente soube da existência do Professor Isaias Pessotti, autor de Aqueles Cães Malditos de Arquelau. Ainda nas primeiras páginas de Aqueles Cães Malditos de Arquelau, que me foi emprestado por uma amiga com as melhores recomendações e elogios, não quis continuar a leitura sem antes saber um pouco de seu autor, o ilustre na área da Medicina, Isaias Pessotti. Nessa busca, dei com os costados neste blog do também escritor Sérgio Rodrigues. Fiquei sabendo pouco, mas pra quem não sabia nada já foi um avanço. Joguei a poita nesse blog por conta do título: Começos Inesquecíveis. No meu caso, fui simplesmente abduzido pelos primeiros parágrafos de Aqueles Cães Malditos de Arquelau, principalmente aqueles que descrevem o almoço na trattoria do Giulio, nos quais o autor mescla erudição, beleza e emoção num tempero de fazer inveja a bela Lisa.
Agora que fiz esse desabafo, vou continuar a leitura de Aqueles Cães Malditos de Arquelau, torcendo para que continue abduzido até o final. A propósito, a Lisa não se parece com a Babette, personagem do filme A Festa de Babette ?