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Começos inesquecíveis: Javier Cercas

10/12/2007

Foi no verão de 1994, já faz agora mais de seis anos, que ouvi falar pela primeira vez do fuzilamento de Rafael Sánchez Mazas. Três importantes acontecimentos tinham então acabado de se produzir em minha vida: meu pai havia morrido, minha mulher me abandonara e eu abandonara minha carreira de escritor. Minto. Dessas três ocorrências, as duas primeiras eram exatas, exatíssimas; a terceira não era tanto assim. Na verdade, minha carreira de escritor nunca decolou; portanto, dificilmente poderia tê-la abandonado.

Grande parte do apelo do romance “Soldados de Salamina”, sucesso internacional do espanhol Javier Cercas (Francis, 2002, tradução de Wagner Carelli), está no seu jeito – despretensioso só na aparência – de alternar constantemente o foco entre a História (mundial) e uma história (pessoal). O efeito ganha profundidade ao longo de 240 páginas, com outro par de opostos – realidade e ficção – para complicar. As primeiras linhas do livro expõem todo o projeto como miniatura.

6 Comentários

  • Chico 11/12/2007em13:12

    (contem spoilers)

    Confrades, bacana a homenagem que el presta ao Bolano, que nesse livro – que ai alem de uma relacao nefelibata de troca de originais. Nos papos, falam de tudo, de politica ao novo amor do protagonista. Os caras eram amigos e parece que na data da publicacao do livro o Bolano (poe um til ai) ja estava bem chumbado com um monte de complicacacoes renais.

    Li os ‘soldados..’ assim que saiu. Todo mundo falava do Cercas e eu fui ver se a coca-cola dele tinha esse gas todo. Ateh por que a Tusquets nao aposta em bobagem. Enfim, grande livro. Recomendei-o a um monte de amigos na epoca. Um livro que trouxe para o universo mais proximo do nosso um pouco das viagens do Paul Auster – mas num vies politico.

    O comeco…. eh isso mesmo…o cara ja comeca como um loser. Perde o pai e a mulher o abandona – ela inclusive tinha pago o enterro do velho. Ainda por cima o cara se ve as voltas com uma obsessao do passado que eh o tal de Mazas.

    Um personagem importante eh o velho Miralles. PAra nao estragar tudo, fica no ar se ele foi o miliciano que salvou o Mazas ou nao.

  • Luanne 11/12/2007em15:49

    Sérgio,

    estamos tentando entrar em contato com você. O Futura indicou seu nome para uma entrevista de um programa que estamos produzindo. Você poderia enviar um e-mail pra gente com seus contatos?

    Att,
    Luanne Araujo.

  • Felipe 12/12/2007em14:16

    Esse “minto” aí logo no início… Sei não.

  • anrafel 13/12/2007em03:23

    De fato, grande começo. E tem pelotão de fuzilamento – como “Cem anos…”.

  • Chico 13/12/2007em20:47

    Como no Cem anos… e no Terra e Liberdade do Ken Loach… so que espelhado

  • denise bottmann 25/12/2007em16:59

    por favor, gostaríamos de pedir seu apoio e divulgação de nossa causa.
    visite-nos no blog:
    http://assinado-tradutores.blogspot.com