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Começos (ainda) inesquecíveis: Jorge Luis Borges

28/09/2008

Uma dobra no tempo traz de volta este post publicado em 18/10/2006:

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Devo à conjunção de um espelho e uma enciclopédia o descobrimento de Uqbar.

A primeira frase de “Tlön, Uqbar, Orbis Tertius”, o primeiro conto da coletânea “O jardim de caminhos que se bifurcam”, lançada em 1941, resume Jorge Luis Borges. Ou pelo menos o Borges dos labirintos, da erudição absurda, lúdica e ardilosa, dos tempos paralelos – tudo aquilo que daria origem ao borgianismo. O livro ganhou três anos depois o acréscimo de outros contos fundamentais, entre eles “Funes, o memorioso”, e o nome de “Ficções”. O melhor título do escritor argentino, na minha opinião. (Cito aqui a tradução que consta das “Obras completas”, editora Globo, 1998, mas com uma liberdade: no título do livro, prefiro “caminhos” a “veredas”, que pode até ser uma tradução mais precisa do original senderos, mas soa meio pesado.)

7 Comentários

  • Tibor Moricz 28/09/2008em22:55

    hmmmm… dobras temporais são a minha especialidade.

  • Alberto 29/09/2008em19:28

    É incrível que a vizinha argentina tenha dado um dos maiores escritores de ficção de todos os tempos. Haja inveja. É um dos poucos que carrega aquela aura pesada de insuperável. Mas prefiro O Aleph.

  • C. S. Soares 30/09/2008em07:27

    Borges (e Cortázar), da “vizinha” Argentina, eram grandes, mas não posso deixar de lembrar que “O Aleph”, como bem sugeriu Fuentes, foi escrito 69 antes por Machado (e por isso nego-me a acreditar que Borges não conhece-se o “enxadrista do Cosme Velho”). Antes de Borges ainda, “el aleph” também foi “psicografado” por Rosa, em seu conto enxadrístico…

  • Reges Schwaab 30/09/2008em09:48

    Compartilho a preferência por “caminhos”, inclusive pelos sentidos, vários, do que se pode ler ali. E, também, do encantamento pelos textos de Borges e a defesa, sem medos, de Ficções no topo da lista.
    Abraço

  • Diego Viana 30/09/2008em15:21

    Falando nisso, “Grande sertão: caminhos” ficaria mais leve, também. 🙂

  • gilvas 30/09/2008em15:54

    meu predileto sempre será ficções, numa obra em que a diversidade de picos deixa confusa a busca do mais elevado. topo até a heresia de preferir borges a cortazar, apesar de ambos serem indispensáveis no esforço de compreensão da literatura argentina, cada um em oposto ferrenho.

  • Mr. WRITER 30/09/2008em17:14

    Fascinante mesmo o Fcções, e sim, também prefiro caminhos do que veredas, apesar de ter conhecido e lido como veredas.

    Nem sei dizer qual é a minha história favorita do livro, mas sei que “A biblioteca de Babel” é ímpar…