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Começos inesquecíveis: Herman Melville

23/06/2007

Sou um homem de certa idade. A natureza das minhas ocupações, nestes últimos trinta anos, me levou a entrar permanentemente em contato com uma espécie de homens interessantes e um tanto singulares, da qual, que eu saiba, nada até agora se tem escrito: refiro-me aos copistas, escriturários ou escreventes a serviço de homens de leis. Conheci muitos, quer profissional quer particularmente, e poderia, se quisesse, contar sobre eles inúmeras histórias que fariam sorrir afáveis cavalheiros e levariam às lágrimas as almas sentimentais. Mas renuncio às biografias de todos os demais escriturários para relatar algumas passagens da vida de Bartleby, o mais estranho de todos que jamais vi e de quantos tive notícia.

Aproveitando o mote da nota “O nosso Bartleby”, aí embaixo, que sirva o início de “Bartleby, o escriturário” (Rocco, 1986, tradução de Luís de Lima) como convite para quem ainda não conhece essa brilhante novelinha – ou conto alentado – que o escritor americano Herman Melville (1819-1891) publicou anonimamente numa revista em 1853, dois anos depois de sua obra-prima “Moby Dick”, e em livro, já com seu nome, três anos mais tarde.

13 Comentários

  • Saint-Clair Stockler 23/06/2007em10:50

    Grande Melville. Tenho o cd com o escritor francês Daniel Pennac lendo essa pequena obra-prima.

    Pennac diz, no início, que a novela é a “história de um homem que prefere não jogar mais os jogos dos homens”.

  • Frida Landsberg 23/06/2007em15:39

    É um dos meus livros de cabeceira, literalmente. Acho que quem frequënta esse espaço já conhece essa pequena / grande obra-prima.
    Caso não conheça, não adie a leitura desse livro essencial.

  • Zé Bush 23/06/2007em17:24

    well…..Bartleby é o niilismo crú em pessoa.
    Hoje em dia seria autista e poderia ser até considerado excêntrico.
    Mas era doido mesmo.

  • Saint-Clair Stockler 23/06/2007em18:32

    Mas não é interessante, Zé Bush, que da pura e simples loucura se tenha construído uma obra-prima artística que perdurará por séculos e séculos?

  • Eduardo Carvalho 23/06/2007em19:00

    Me lembro muito desse começo. Na tradução do M. Lobato tinha uma frase: “Fiz-me ao mar”. É uma vontade que sempre tenho.

  • Eduardo Carvalho 23/06/2007em19:00

    Me lembro muito desse começo. Na tradução do M. Lobato tinha uma frase: “Fiz-me ao mar”. É uma vontade que sempre tenho.

  • Cezar Santos 23/06/2007em21:50

    Livro que a Cosac fez uma patacoada, com a capa grudada, só pra encarecer a obra. Puxa vida, o que essa editora não apronta pra meter a mão no bolso dos leitores…

  • Kleber 23/06/2007em23:43

    “I would prefer not to.”

  • Rogério 24/06/2007em09:10

    Prefiro não comentar.

  • Luiz André 24/06/2007em12:18

    Nunca li “Bartleby”, mas vou fazê-lo sem delonga, agora que foi tão bem recomendado.

    Mas mudando de assunto: li agora há pouco que NoMínimo vai fechar. Falta de patrocinadores. Uma pena. Uma pena mesmo. Tenho quase certeza de que a maioria dos leitores de Todoprosa também gosta de ler as outras colunas. É um time de primeiríssima linha que vai se espalhar por aí, sem destino certo. E nós vamos ficar meio órfãos.

    Às vezes os chavões contêm a mais pura verdade: o que é bom dura pouco.

  • Saint-Clair Stockler 24/06/2007em12:47

    Snif… Snif… Não vou ter mais com quem polemizar…

    Já estou até sentindo falta do Bemveja :~-((

  • Saint-Clair Stockler 30/06/2007em13:21

    Oba, casa nova!!!

  • Paulinho Assunção 30/06/2007em13:35

    E já está devidamente lincado.