Clique para visitar a página do escritor.

Começos inesquecíveis: Jorge Luis Borges

18/10/2006

Devo à conjunção de um espelho e uma enciclopédia o descobrimento de Uqbar.

A primeira frase de ?Tlön, Uqbar, Orbis Tertius?, o primeiro conto da coletânea ?O jardim de caminhos que se bifurcam?, lançada em 1941, resume Jorge Luis Borges. Ou pelo menos o Borges dos labirintos, da erudição absurda, lúdica e ardilosa, dos tempos paralelos ? tudo aquilo que daria origem ao borgianismo. O livro ganhou três anos depois o acréscimo de outros contos fundamentais, entre eles ?Funes, o memorioso?, e o nome de ?Ficções?. O melhor título do escritor argentino, na minha opinião. (Cito aqui a tradução que consta das ?Obras completas?, editora Globo, 1998, mas com uma liberdade: no título do livro, prefiro ?caminhos? a ?veredas?, que pode até ser uma tradução mais precisa do original senderos, mas soa meio pesado.)

10 Comentários

  • BA 18/10/2006em20:55

    Ah, os labirintos!…

  • thiago 18/10/2006em22:18

    Sempre boas escolhas! Borges é mui bom mesmo!

  • Priscila Fraiz 19/10/2006em00:22

    Sérgio, você não de deixa sossegada.
    volto ao ofício/trabalho e lá vem um Borges. Como tem a ver com o que faço, às vezes com prazer, outras não, lanço um outro conto de Borges que não está em Ficiones mas em “Otras Inquisiciones”, de 1952, “El idioma analítico de Jonh Wilkins (Obras Completas – 1923-1972, Editora Emece, Buenos Aires, primeira edição em 1974. A edicão a que me refiro é de 1987, p.706.
    Concordo que “Funes, el memorioso” é um achado para quem quer refletir história-memória-ficção, um dos meus sujeitos do ofício. Mas acho que contribui assim assim para os que estão na área, pricipalmente os historiados e afins. É comentado à larga, porém mais como epígrafe do que reflexao do texto.
    Daí que, na área que me encontro, meio historiadora e mais arquivista/documentalista, o conto a que me referi tem tudo a ver, sobre um suposto esquema classicatõrio de arquivos. Leia, n”ao posso prosseguir porque o laptop ~e idiossincrãtico, depois de umas horas ele n”ao atende aos meus comandos grãficos.
    Abra~cos da Priscila

  • Clarice 19/10/2006em08:20

    Isto é covardia. Cada um vai sugerir o/s conto/s que mais gostam.
    “Pierre Ménard o Autor de Quijote”
    Borges, cuja avó era inglesa, leu o Quixote em inglês. Quando leu o original espanhol achou que parecia uma versão mal feita.
    Ele conta isto com toda a simplicidade que lhe é caracterísitca.

  • Raquel 19/10/2006em12:20

    Sérgio,
    sei que tratas de começos. Mas este final de O punhal de Borges me encanta.
    “Às vezes me dá pena. Tanta dureza, tanta fé, tão impassível ou inocente soberba, e os anos passam, inúteis.”

  • Rogerio 19/10/2006em16:37

    Ah, o Borges! Mas, pra mim, o melhor início e o do Aleph.

  • Jonas 20/10/2006em10:21

    Meus favoritos de Ficções são “Pierre Menard”, “As Ruínas Circulares” e “Biblioteca de Babel”.

  • Nilton 20/10/2006em11:44

    Para mim o que o Aleph tem de melhor é o final, belíssimo. Não achei muita graça no início nem no meio.

  • Clarice 20/10/2006em17:14

    Nilton,
    Concordo a respeito do Aleph.

  • Gabriel Ramalho 20/10/2006em23:43

    Ficções é excelente. Não o tenho em mãos para pinçar algum dos começos fantásticos dos contos, mas revelo de cabeça o meu favorito, “As ruínas circulares”.

    E, concordando com o BA, ah, os labirintos de Borges, ou o labirinto onde Kodama e eu nos perdemos naquela manhã e continuamos perdidos no tempo, esse outro labirinto.