Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo.
Um dia a dúvida tinha que aparecer nesta seção: será que o começo de “Pedro Páramo” (Record, 2004, tradução de Eric Nepomuceno), romance publicado em 1955 pelo mexicano Juan Rulfo (1917-1986), só é inesquecível porque o livro todo é? Ou existirá alguma coisa na primeira linha dessa obra-prima da literatura latino-americana que a faria reverberar mesmo sozinha, no ar seco de um México mítico, sustentada entre o tema ancestral da busca do pai e a sonoridade estranha de nomes como Comala e Páramo?
14 Comentários
Poxa, esse livro é muito querido por mim. Li duas vezes. Na primeira achei que era bem ruim, pois não entendi nada. Mas relendo, vi o quanto ignorante era e me apaixonei não só por Comala, mas os personagens desse realismo fantástico.
Melhor que a dúvida foi a expressão da dúvida. Salve.
Valeu, Urariano. Um abraço.
Realmente, Urariano Mota, vc. disse tudo em uma frase. Salve.
Prezado Sérgio Rodrigues.
Creio que “Todas as famílias felizes se parecem entre si; as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.”, “Ana Karênina”, Tolstói, é o começo insuperável.
Aproveito oportunidade para solicitar endereço para o envio da nova edição do meu livro “Anna de Assis – história de um trágico amor: Euclides da Cunha, Anna e Dilermando de Assis”.
End. para jefersondeandrade@ig.com.br
Obrigado.
Jeferson de Andrade
Um dia, o Pessoinha me trouxe um pequeno livro, Pedro Páramo, e ordenou: Leia. Li. Nunca mais fui o mesmo.
Dedicatória
A maior aventura de um ser humano é viajar,
E a maior viagem que alguém pode empreender
É para dentro de sí mesmo.
E o modo mais emocionante de ralizá-la é ler um livro,
Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,
Mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas
E descobrir o que as palavras não disseram.
No fundo, o leitor é o autor da sua história…
( O Futuro da Humanidade – Augusto Cury)
Estou com o Jeferson de Andrade. A abertura de Ana Karênina continua no meu altar. Mérito do grande Tolstói ou do seu tradutor?
Jeferson, que coincidência! Minha noiva gostava muito do seu livro, contando essa triste história da Anna de Assis com o Euclides da Cunha e toda a perseguição da sociedade…
Eita livrinho que traz lembranças….
Jeferson (e Lucio), faz pouco tempo que o Tolstoi passou por aqui: ainda está ali embaixo, última nota, dia 21 de agosto. Enviarei o endereço do site por email. Abraços.
Sergio Rodrigues,
Fui lá conferir a nota de 21/08. Está lá o que eu gostaria de ter dito. Tratando-se de ponto de vista mais qualificado, me fez sentir bem acompanhado. Obrigado.
Pedro Páramo faz parte do meu panteão particular dos grandes livros. Não que isso queira dizer muita coisa, mas, enfim, foi bom vê-lo por aqui.
E dando minha contribuição aos começos inesquecíveis: o de Tristes Trópicos.
Juan Rulfo é incontestável! E pensar que fui ler apenas porque moreu no dia do meu aniversário, vi no noticiário e perguntei para amigos e logo tinha o livro… Até hj não sou o mesmo… “perdi o rumo”, é o começo mais notável, mesmo,…
“Pedro Páramo” é uma das minhas leituras inesquecíveis. Foi graças a Juan Rulfo, que descobri a literatura em língua espanhola. E nunca mais abandonei. Belo post.