Anos depois, falando a um entrevistador ou a um público de velhos fãs numa convenção de histórias em quadrinhos, Sam Clay gostava de declarar, a propósito da maior criação sua e de Joe Kavalier, que, quando menino, trancado e de mãos e pés atados dentro do recipiente estanque conhecido como Brooklyn, Nova York, costumava ser assombrado por sonhos de Harry Houdini. “Para mim, Clark Kent numa cabine de telefone e Houdini num caixote eram uma só coisa”, expunha em tom erudito na WonderCon ou em Angoulême ou ao editor do The Comics Journal. “Você não era, ao sair, a mesma pessoa que tinha entrado. O primeiro número de mágica de Houdini, vocês sabem, quando ele estava começando. Chamava-se ‘Metamorfose’. Nunca foi uma simples questão de escapar. Era também uma questão de transformação.” A verdade é que, quando garoto, Sammy só tinha um interesse casual, na melhor das hipóteses, em Harry Houdini e em seus feitos lendários; seus grandes heróis eram Nikola Tesla, Louis Pasteur e Jack London. No entanto, o relato do seu papel – do papel da sua própria imaginação – no nascimento do Escapista, como todas as suas melhores fabulações, soava verdadeiro. Seus sonhos sempre tinham sido houdiniescos: eram os sonhos de uma crisálida debatendo-se no seu casulo cego, louca por um gosto de luz e ar.
O começo de “As incríveis aventuras de Kavalier & Clay”, do americano Michael Chabon (Record, 2002, tradução de Roberto Muggiati), lança mão do velho esqueminha “Mais tarde, quando se lembrasse daquele tempo, fulano diria?” – o mesmo truque que abre “Cem anos de solidão” e outras centenas de livros, mas que nunca perde sua eficácia. Além de ser uma espécie de trailer que permite a apresentação sumária e concentrada de um bom número de traços do protagonista e da trama, esse tipo de começo planta uma cenoura lá na frente, no limite do campo visual do leitor, que, assim, terá dificuldade maior de desistir da viagem antes de alcançar a Daucus carota.
No caso, a viagem vale a pena. Chabon é um escritor pouco prestigiado e ainda menos lido no Brasil, mas muito talentoso. Remexendo meus arquivos, encontrei um pequeno texto que escrevi sobre este livro, publicado na época do lançamento. Como foi feito em cima do laço e diz mais sobre as qualidades do romance do que eu, de memória, seria capaz de dizer hoje, reproduzo-o aqui.
Resenha publicada no caderno Idéias do “Jornal do Brasil” em 2002:
Para os fãs de histórias em quadrinhos, eis um livro mais imperdível que a última graphic novel de Alan Moore. Mas reduzir dessa forma o público-alvo do terceiro romance de Michael Chabon não seria justo com seu talento. A história dos primos Joe Kavalier e Sammy Clay, respectivamente desenhista e roteirista de quadrinhos na época de ouro do gênero, na Nova York dos anos 30 e 40, deve tanto ao ritmo alucinante e à liberdade de imaginação dos comics quanto à ambição de criar personagens tridimensionais e inseri-los num painel histórico detalhista e abrangente – esta mais própria da literatura. Não exatamente da literatura torturada favorecida pelos contemporâneos de Chabon – que estreou em 1988, aos vinte e poucos anos, com “Os mistérios de Pittsburgh” – mas esse anacronismo é justamente um dos charmes do livro, vencedor do Pulitzer de melhor romance do ano passado [em 2001, portanto].
O sucesso se explica por um raro hibridismo: Chabon, autor ainda da boa comédia de costumes [realmente adaptada para o cinema] “Garotos incríveis”, consegue ser esteticamente ambicioso e, ao mesmo tempo, mover-se sem desconforto aparente num universo romanesco tradicional, quase passadista. Fã declarado de estilistas como Vladimir Nabokov e John Cheever, escreve “bonito” como há muito tempo não se usa fazer. Gosta de adjetivos e jamais recusa uma metáfora. Não é fácil encontrar um escritor de sua geração que dispense tanta atenção à reconstituição de época a ponto de encher sua prosa de cheiros, detalhes de vestuário e mobília, gírias e participações especiais de figuras históricas – como a hilariante intervenção de Salvador Dalí numa festa desbundada nova-iorquina. Ou que gaste tanto esforço para dotar cada personagem de motivações meticulosamente esmiuçadas. Chega a ser perturbador que o sujeito, a essa altura do campeonato, acredite tanto assim no velho romance. Mas é gratificante que ele ponha todo esse aparato a trabalhar por uma história que não poderia ter sido escrita no século XIX.
Sammy Clay é um jovem judeu do Brooklyn que sonha com o sucesso no nascente mundo das revistas em quadrinhos. Imaginação para criar histórias mirabolantes não lhe falta. Seu único problema é que desenha mal, mas isso se resolve de modo mais que satisfatório quando um parente tcheco que ele não conhecia, Joe Kavalier, vem se hospedar em sua casa depois de fugir espetacularmente de uma Praga dominada pelos nazistas. Kavalier é um gênio do traço. A dupla não demora a criar O Escapista, super-herói de malha justa que tem como especialidade, como um Houdini vitaminado, escapar de qualquer prisão ou armadilha. A exemplo de outros super-heróis (reais, como o Super-Homem) de seu tempo, O Escapista declara guerra ao Eixo antes que o governo americano o faça. Kavalier e Clay viram grife, ganham dinheiro, e em determinado momento parece que o velho mito do sonho americano triunfará mais uma vez, a história tendo um final feliz ambientado em alguma casa suburbana com gramado na frente. Felizmente, não é nada disso.
“Kavalier & Clay” pode agradar em cheio aos leitores de best-sellers digestivos: é cheio de peripécias e apresenta sua trama de forma linear, sem qualquer contorcionismo formal. Há jovens que sonham com o sucesso e o alcançam. Há um grande amor fraturado pela Segunda Guerra Mundial. Sob a superfície, porém, deixam-se entrever abismos que não fariam feio na obra de literatos mais sintonizados com a “modernidade” e, portanto, mais angustiados com seus meios de expressão: desde a homossexualidade mal resolvida de Sammy até a discussão sobre os limites da cultura de massa, da qual O Escapista é um símbolo evidente. O que sobra ao fim do livro é um gosto amargo de vida real, além de uma pergunta cheia de esperança: quem disse que o escapismo – a capacidade de distrair as pessoas de seus infernos particulares – é uma função menor da arte?
43 Comentários
ñ acho nenhum de seus começos inesquecíveis, inesquecíveis…
(lesão de concordância)
Adoro esse livro e concordo que Chabon é menos lido no Brasil que deveria (e merece). É muito bom ler autores que aindam acreditam no velho formatão do romance, como esse cara…
Bom, o ano de lançamento do livro no Brasil foi 2002.
Nessa época “a última graphic novel de Alan Moore” era uma da duas As Aventuras da Liga Extraordinária.
Portanto você está (ou estava, de acordo com a data da sua resenha) TERRIVELMENTE enganado.
As Aventuras da Liga Extraordinária limpa o rêgo com qualquer página desse livro de Michael Chabon.
Barroco e moroso, Chabon gasta um parágrafo bem grandão pra descrever um halo de luz da manhã atingindo um pão velho, ao lado de um cinzeiro com variadas bitucas de variadas aparências, em cima duma mesa de madeira assim e assado, blá blá blá…
É um livo com o qual eu venho lutando já há dois anos, mas não consigo terminar. Há passagens de pura alquimia, transformando algo tão intangível e subjetivo como a chatice em concretas páginas e mais páginas.
Nesse período já li 4 livros de Paul Auster, cujo estílo é antípoda ao de Chabon: limpo, rápido e muito condensado. Foratodos os outros livros.
Claro que, em se trantando de um livro da Record, a tradução não ajuda nem um pouco.
Um autor preciosista e verborrágico que nem mesmo se importa em usar termos técnicos anos-luz fora do alcance do leitor comum, mas que mesmo assim é envolvente como um abraço da mamãe?
JAMES CLAVELL.
Michael Chabon queimou o filme comigo.
Aliás, o Chabon mereceria menção naquela lista dos best sellers menos lidos.
Mas não merece ser mais lido.
Aliás, tudo o que ganha o Pullitzer e vem pro Brasil me decepciona imensamente, assim como os Nobel de literatura.
Nunca li o Chabon, mas um livro que me chamou atenção há uns tempos pelo diálogo divertido que trava com a linguagem dos quadrinhos foi ‘Tempestade de Gelo’, do também n. americano (e também pouco conhecido no Brasil) Rick Moody. Os escritores dos EUA parecem ser bem desenvoltos ao tratar de cultura de massas, pop e afins.
Melhor uso deste “esqueminha” já fazia Machado de Assis, para plantar no leitor dúvida sobre a validade da memória: “Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta.” [‘Missa do galo’, em “Páginas Recolhidas”.]
Esse conto do Machado é chato pra cacete.
Mas o do Gabo funciona que é uma beleza! Ele usa não só no começo como no meio do livro…
Fábio Negro…
Viraste a meia-noite com um humor fazendo jus ao sobrenome…rssssss
Se o Sérgio fosse macho, reproduziria essa carta aqui: http://hellhotel.blogger.com.br/
Jamiro Josse: se o Sr. Joca Reiners Terron tivesse enviado sua “carta” para mim, em vez de aparecer aqui protegido por um nick, seria publicado com certeza, como todos os contendores nessa história foram – apesar do palavreado grotesco. Mas não foi o caso. Então vê se não me enche o saco, ok?
Nào sou o Joca, nem ninguém importante. Você parece nervoso…
Ah, eu pareço nervoso. É cada uma, realmente…
Sérgio: se o nível dos escritores agraciados com esta bolsa for igual a desse Joca Reiners Terron, a quem se atribui uma carta em http://hellhotel.blogger.com.br/
só posso mesmo aceitar que a literaturta brasileira acabou de vez.
Sérgio, tudo bom? Achei ótima a resenha. No entanto, não entendi o seguinte trecho: ” ‘Kavalier & Clay’ pode agradar em cheio aos leitores de best-sellers digestivos: é cheio de peripécias e apresenta sua trama de forma linear, sem qualquer contorcionismo formal. Há jovens que sonham com o sucesso e o alcançam.” O que essa última frase significa? Que narrar uma boa estória com início, meio e fim, privilegiando as personagens, é fácil, é algo que apenas aqueles ‘que sonham com o sucesso’ fazem? É uma frase (‘Há jovens…’) que salta no parágrafo e não consegui entender direito o que você está defendendo com ela. Se você pudesse torná-la mais clara, comentar o que está contida nela, agradeceria. Como curiosidade: as personagens desse romance se tornaram, recentemente, heróis de quadrinho de verdade. A Image Comics tem publicado uma divertida série sobre ‘Os Escapistas’ com roteiros de Brian K. Vaughan, o mesmo escritor da série de ficção científica ‘Y, o último homem’ ou da sátira política ‘Ex-Machina’, quadrinhos inteligentes e muito interessantes. HQ, enquanto HQ, é uma manifestação artística muito inteligente e rica nas mãos de um punhado de roteiristas e desenhistas. Eu adoro, adoro… Warren Ellis (‘Planetário’, ‘Frequência Global’), Grant Morrion (‘Homem-Animal’, ‘Patrulha Destino’, ‘All-Star Superman’), Joss Whedon (‘Astonishing X-Men’), Joe Casey (‘Automatic Kafka’, que quadrinho é esse, não canso de reler), Alan Moore (‘Top 10, contra o crime’, ‘Lost Girls’, ‘A Liga dos Cavaleiros Extraordinários’), Mark Millar (‘Ultimates’, outra série política brilhante), HQ é maravilhoso. Essa resenha é ótima; e me despetou o interesse em ler o romance. Está, certamente, na minha lista de livros para esse ano.
Taí uma verdade: essa carta é um horror, o cara nunca disse um palavrão antes dos 25 anos!
Alguém que pegue um livro de autoria desse cara vai dar força à frase do Millôr sobre o livro do José Sarney:
“Tem uma força impressionante: depois que a gente larga, nunca mais quer pegar.”
Sobre o Chabon: motivado pelo post, peguei de novo a minha edição de Kavalier & Clay.
Consegui chegar até a uma cena de masturbação, logo a pós a participação de Salvador Dali (nível de hilariedade: zero).
Se formou uma imagem muito boa na minha cabeça: uma conversa fofa de namorados em que, em vez de um pegar a mão do outro, a namorada segura o pênis do nosso Kavalier.
Mas em poucas linhas eu já queria que a coisa acabasse o quanto antes.
Esse é o poder do Chabon, até putaria a gente passa a achar enfadonho.
Caro Vinicius: a frase “há jovens que sonham com o sucesso e o alcançam” se refere aos personagens, não ao autor. Um abraço.
a julgar pelos ânimos o melhor é viagem no tempo parada idade das cavernas.
Ah, tá. Verdade. Vou ler o romance então, fiquei curioso. Abs,
Se não me engano, a HQ baseada no Escapista é publicada pela Dark Horse, não pela Image.
Oi, Romeu. É verdade, é pela Dark Comics. Dei uma olhada no seu site e é muito bom. Li umas três resenhas, uma do Moore, achei muito legal. Hoje só estou dando fora, mas a série é legal, não? Obrigado pela correção, Romeu.
Valeu, Jatobá
Em algum texto lá do Marca Diabo eu prometi que um dia escreveria sobre o Kavalier & Clay. Tenho que cumprir a promessa hora dessas.
Sérgio, acho excelente a sua lembrança deste livro do Chabon. Quando o li pela primeira vez (li duas), eu estava com uma coluna sobre quadrinhos em um jornal de Campinas e, infelizmente, nunca tive o espaço que quis para escrever sobre este livro, que é uma das mais memoráveis leituras que pude apreciar nos últimos anos. Acho uma pena poucas pessoas terem lido este livro, talvez o tamanho assuste e a temática desagrade os fãs brasileiros de literatura, por tratar de um universo ainda tido por muitos como inferior, que é o início da Era de Ouro dos quadrinhos. Gosto muito do ritmo do livro e da inspiração que ele traz, ao colocar os dois protagonistas, contrapartes lógicas de Jerry Siegel e Joe Shuster (criadores judeus do Super-Homem), no burburinho cultural pré e pós-45. Creio nunca ter comentado em seu blog, mas é por lembranças como esta que ele se torna essencial.
como já não é a primeira vez que observo isso em atitudes do autor – e, ressalto, não entendo nada de quadrinhos e nem aprecio o gênero – gostaria de saber o que faz a palavra “judeus” no comentário de Delfin.
Noga, os fundadores da Era de Ouro (que se desenvolveu durante a II Guerra Mundial) dos quadrinhos eram maciçamente judeus, o que é considerado tanto uma curiosidade quanto um traço de escapismo.
Judeus escapando do nazismo, vivendo num país livre e criando pessoas com o poder de punir os maus e mudar o mundo.
É famosa a capa de gibi em que o Capitão América esmurra Hitler.
É uma coisa bastante destacada no livro de Michael Chabon.
Romeu, umas das minhas maiores frustrações na Internet é vocês terem matado o Marca Diabo.
Tái um cara que eu ando, há tempos, doido pra ler. Qualquer dia desses esbarro em algo dele.
Fabio, já que você não gostou do livro, me empresta o seu exemplar?
Te juro: se eu não tivesse pago 50 paus pelo livro eu mandava pelo correio pra você.
Mas é uma questão de honra terminar um livro de 50 paus.
Mesmo porquê ele pode melhorar daqui pra frente, e eu quero ver se as referências ao Jim Steranko vão ficar mais consistentes, e se a participação do Stan Lee na trama é mesmo boa.
Se quiser esperar mais uns três anos, que deve ser o tempo de eu ler essas 300 páginas faltantes, eu te mando o livro.
Sérgio, segue uma sugestão. Pra quem acha que já gastamos muito tempo discutindo as idiossincracias e dificuldades do escritor brasileiro, um aviso: as coisas tendem a piorar, e muito. Além de ser talentoso, e ter conteúdo, o aspirante a escritor tem agora que ser lindo, jovem, e bom de marketing:
http://books.guardian.co.uk/departments/generalfiction/story/0,,2042135,00.html
Ah, sim. A originalidade assusta, portanto, há que dosar inteligentemente o desejo do mercado com os anseios internos do autor, isto é, se estes resistirem a tanta pressão. Mas…
“Robertson Davies, the great Canadian novelist, once observed: ‘There is absolutely no point in sitting down to write a book unless you feel that you must write that book, or else go mad, or die.” Bem. Tá virando uma questão de morrer disso ou morrer por isso. De todo jeito a gente ainda acaba no hospício.
Fabio: 3 anos pra ler um livro? Nem se fosse o pior livro da Terra 🙂
Ora, Fábio, muito agradecido pelo comentário a respeito do Marca Diabo. Espero uma hora dessas retomar o projeto nem que seja como um blog. Se posso lhe fazer uma sugestão, encare sim o Kavalier & Clay até o fim. É muito interessante perceber que os protagonistas guardam referência não apenas dos criadores do SH, mas a vários outros inovadores das HQs: Steranko, Will Eisner, p. ex. Não sei se o Sérgio Concorda comigo, mas as desventuras de Kavalier no gelo me ecoam (e muito) a história dos piratas de Alan Moore, pra citar uma das minhas paráfrases favoritas neste livro. Além de tudo isso, com o lado nerd ativado, diria que foi uma catarse ler sobre as investigações do senado sobre os quadrinhos e as múltiplas explicações de Chabon para o fenômeno dos sidekics. Livro imperdível, eu já o emprestei para três pessoas (nem todas fãs de quadrinhos), todos adoraram e um fez questão de comprar seu próprio exemplar…
Se pos
Só para completar: falo dos piratas de Moore em Watchmen… e ignorem o “se pos”, ao final do comentário anterior, por favor.
E mais uma coisinha: já que lá pra cima lembraram de A Liga Extraordinária, gostaria de lembrar que recentemente saiu no Brasil um livro do mesmo gênero que aquela série do Moore, a Ficção Alternativa. “A Mão que Cria” foi escrito pelo carioca Octávio Aragão e lançado pela Unicórnio Azul, selo da editora Mercuryo. Escrevi uma crítica sobre o livro e entrevistei o autor para o OMelete no ínicio do ano: http://www.omelete.com.br/Conteudo.aspx?id=100003649&secao=game
Fica a dica para quem curte o barato de identificar de onde saiu tal e tal personagem, indicado para quem, como eu, é fã de Verne, Wells, Lovercraft, Melville (além de Aquaman e Namor)
Que coincidência: um post lembrando Houdini, depois de um (bem recente) sobre Conan Doyle… Sérgio, vc sabe da divergência (epistemológica) entre os dois?
Cara, a coincidência é maior: estou trabalhando um conto sobre essa divergência: “Exit Houdini”.
Por fim: em breve, é possível, que exumem o Houdini.
“Mesmo assim, na virada do século e com recursos próprios – advindos das heranças do avô e do pai – construiu uma fábrica de cigarros. Os produtos, fumos e cigarros, receberam o nome de Diabo. Marca Diabo. O sucesso inicial, causado pelo impacto da marca, deu lugar à ameaças de excomunhão e pressões religiosas que inviabilizaram a empresa.”O texto é do sergius gonzaga…e o dono da fábrica de cigarros Diabo…q foi daonde surgiu ‘marca diabo’ é Simões Lopes Neto…q ninguém fora do Rio Grande do Sul conhece…
Noga, só pra deixar claro (caramba, não se pode mais nem falar uma etnia sem policiamento?): os criadores do Super-Homem eram judeus, fazendo um paralelo com Kavalier e Clay, que também eram. Aliás, nessa época, eles faziam questão, por problemas políticos e de mercado, de esconder seus sobrenomes originais e utilizar outros, ocidentalizados. Isto até hoje é prática comum no mercado de entretenimento dos Estados Unidos.
Agora fui eu que fiquei realmente curioso, Noga: atitudes do autor se refere a mim?
Caros Comentadores Desta Contenda Literária – Não convém discutirmos assunto tão reles, enquanto nossa atenção é distraída estão perpetrando sob nossos olhos o fim da gratuidade – pelo menos li isto no Blog Paralelos – e gostaria de arregimentá-los para prestigiar esta nova discussão – é uma peninha!Quem passar lá perceberá que o autor está discutindo sozinho. Um abraço caloroso a todos e beijocas
Mariel nunca discute sozinho, apesar de muitas vezes parecer assim. Ele incomoda, é sincero, defende pontos de vista e tem opinião mesmo. É o comentarista preferido do público do Paralelos, creio. Acho isso raro numa pessoa e por isso mesmo tenho orgulho em tê-lo como autor e amigo.
Delfin: Esse é o verdadeiro ofício do escritor. Que Mariel continue trilhando esse belo caminho. Sempre.
Caros Comentadores Desta Contenda Literária – Não convém discutirmos assunto tão reles, enquanto nossa atenção é distraída estão perpetrando sob nossos olhos o fim da gratuidade nos ônibus para deficientes, idosos e estudantes – pelo menos li isto no Blog Paralelos – e gostaria de arregimentá-los para prestigiar esta nova discussão – é uma peninha!Quem passar lá perceberá que o autor está discutindo sozinho. Um abraço caloroso a todos e beijocas
Além do sentido que o comentarista “eu” apontou, Marca Diabo também se refere a qualquer produto genérico, sem marca, de baixa qualidade. E, também, segundo lenda urbana, diz respeito a marcações que pistoleiros de aluguel faziam em suas armas para anotar uma nova vítima contabilizada na terra dos pés juntos…