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Começos inesquecíveis: Suzana Flag

18/11/2006

– Você não vem?

– Vou já, mamãe.

Mas não foi: nem iria nunca. “Coitada de mamãe”, pensou, numa tristeza maior. D. Margarida não sabia, não desconfiava de nada. Se soubesse, se pudesse imaginar! Disse baixinho: “Daqui a pouco estarei morta”. E repetiu, como se custasse a acreditar: “Estarei morta”.

Assim, com a morte rondando o seio da família, começam as peripécias rocambolescas de “Núpcias de fogo” (Companhia das Letras), o quarto folhetim escrito por Nelson Rodrigues com o pseudônimo de Suzana Flag. “O Jornal” publicou-o em capítulos em 1948. A primeira edição em livro só saiu em 1997.

3 Comentários

  • Saint-Clair Stockler 18/11/2006em08:16

    Escrita límpida: não falta nada, não sobra nada. A simplicidade do talento.

  • Jonas 18/11/2006em20:20

    E injustamente subestimado como prosador..

  • André 05/12/2006em18:35

    um gênio.
    não mais, nem menos.