Um interessante artigo de Lance Ulanov na PCMag.com, intitulado “Kindle x iPad: uma falsa escolha”, informa que os últimos números de venda dos dois aparelhos já permitem afirmar que o pessoal estava errado ao saudar o lançamento da Apple como “exterminador de Kindle”: ambos vão muito bem, obrigado. Ulanov, que tem os dois, considera isso apenas natural:
Faço coisas muito diferentes com eles. Me pedir que escolha um é como me pedir que escolha entre meu carro e minha HDTV. O fato de tanto o carro quanto a TV serem capazes de tocar música não quer dizer que eu deva começar a tentar dirigir minha HDTV, ou me sentar diante do carro à espera do próximo episódio de ‘Mad Men’. Seria obviamente uma escolha absurda, tão falsa quanto a de optar entre o Kindle e o iPad, e quanto antes pararmos de pedir às pessoas que a façam, melhor.
O argumento central do artigo é que o iPad, maravilha tecnológica sob tantos aspectos, leva uma surra da engenhoca da Amazon num quesito crucial: como leitor de livro, ou leitor-leitor de livro-livro, como talvez devêssemos dizer. É o mesmo ponto de vista que eu defendi aqui em janeiro, assim que o iPad foi lançado:
O probleminha chato é que, vamos falar sério, sem uma tela de tinta eletrônica (…) não dá nem para se inscrever no páreo contra Kindle, Sony e similares. No meu modo de entender os leitores eletrônicos, o iPad é simplesmente outra coisa, habita outra categoria – no caso específico da leitura de fôlego, uma categoria inferior. Talvez seja mesmo o aparelho perfeito para passar os olhos em jornais e revistas à mesa do café da manhã, certo, mas livros? Nada disso significa que a possibilidade de um sucesso comercial deva ser descartada: hype é hype, e com certeza o pessoal da Amazon está roendo as unhas. Significa apenas que eu não me vejo trocando meu Kindle – ou meu laptop, por falar nisso – por essa bonita engenhoca que Steve Jobs chama de “mágica”.
5 Comentários
Com o devido respeito, o rapaz citado na matéria só está afirmando o óbvio. Isso sempre esteve bem claro desde o lançamento do Ipad. Só os fanáticos por Jobs pensavam o contrário.
Jack, também estava claro para mim, mas não acho que se possa atribuir apenas a “fanáticos” aquele quase consenso midiático do início do ano. Enxergar o óbvio pode ter muito mérito.
O importante não é como chega a leitura, mas o que esta leitura causa. E sendo assim, tanto faz como tanto fez. Quem gosta de ler e gosta de parafernália de tecnologia, vai usar tudo e aproveitar. Quem gosta de ler e não quer se meter na parafernália vai ficar por ali pelos “simplesmente isso”. E quem não gosta de ler, vai perder o bonde da história e não vai entender nada do que está acontecendo no mundo. Que pena, né?
: ) Juarez Soares foi ótimo-ótimo… Um brinde a você e a ele, SR. : )
O mais prudente é fazer como quando é lançado um novo Eletrônico: Esperar os testes, versões de outros fabricantes e tendência geral do mercado. Assim pode-se fazer uma boa escolha com preços menores.